26 - Desejos realizados

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Acordei de madrugada sentindo fortes dores no tornozelo, ele estava inchado, doendo e latejando. Como disse eu sou muito resistente para dor, mas agora estava doendo e muito. Comecei a me remexer na cama, queria mais láudano, só assim poderia dormir tranquilamente outra vez. O quarto ainda estava com algumas velas acesas, quando eu ia tentar me levantar para pegar o remédio, encostei em um corpo, deitado na minha cama, bem do meu lado. Não resisti...

E gritei.

Kate acordou assustada.

— Kate? O que faz aqui? – agora eu falei assustada.

— Achamos melhor alguém dormir aqui com você.
– me respondeu bocejando e se sentando na cama.

— E por que eu não vi a hora que você chegou?

— É que eu entrei depois que você já estava dormindo.

Agora tá explicado.

— Mas e o Anthony, ele vai me matar por ter tirado a esposa dele de sua cama.

— Fique tranquila, antes de eu vir para cá, nós... quer dizer eu... ah, deixa pra lá.

— Humm, safadinha! Eu entendi perfeitamente.

— Entendeu?

— Sim, estavam fazendo bebês. Não se preocupe, de onde venho, esse assunto não é um tabu como nos dias de hoje.

— Ahh! – disse meio sem graça. — Bom, mas agora me diga o que deseja?

— Eu ia pegar o láudano, mas agora quero tomar uma quantidade suficiente para dormir.

Então ela me ajudou  e pegou o láudano, colocando numa xícara e eu tomei tudo.

Que coisa horrível, não sei porque ainda fico querendo tomar isso. Fiz uma cara tão feia que Kate riu. E em alguns minutos, eu não vi mais nada...

***

Acordei no dia seguinte sem saber onde estava, totalmente grogue. Quantas horas eu passei dormindo?

E quando olhei para frente e foquei minha visão...

— Ai Benedict, que susto! O que faz aí de pé parecendo um fantasma? Vocês tiraram o dia para me assustar.

— Você se assusta com qualquer coisa mesmo.

Era verdade, sou muito fácil de assustar. Não sei se isso faz sentido mas é por isso que eu odeio filmes de terror.

— Que horas são? Quanto tempo está aí velando meu sono? – perguntei dando um bocejo.

— Já está de tarde, e estou a mais ou menos meia hora aqui. Só vim ver se estava bem.

Olhei para baixo, para o meu pé, e aparentemente estava menos inchado.

— Parece que estou bem, dormi tempo o suficiente e estou me sentindo renovada.

— Isso é ótimo!

— Vem, senta aqui. – bati na cadeira ao meu lado para que ele se sentasse. — Eu sei que você pinta, sei que você é um artista.

— Como sabe disso? Ah, pelos livros que você leu sobre mim?

Balancei a cabeça.

— Você é tão bom no que faz, Ben. Deveria dizer para todo mundo, mostrar a sua arte.

— Meus desenhos não são tão bons.

— Já sei do que precisa, você precisa de uma dama para te inspirar.

No passado com os Bridgertons - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora