23 - Torcendo o tornozelo

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Voltamos em silêncio para Aubrey Hall dessa vez cavalgando mais devagar. O ritmo do cavalo fazia com que eu descesse na sela, ficando cada vez mais contra o corpo dele.

Se não podíamos nos casar, eu queria tanto ficar com ele, mas não poderia fazer nenhum e nem outro. Nem casar, e muito menos beija-lo, porque aí ele me pediria em casamento... coisa que eu não podia aceitar.

Paramos na estribaria e ele desceu do cavalo, e então segurou as rédeas.

— Espera aí que eu vou descer você.

— Não precisa, eu sei descer sozinha...

E foi o que fiz, minhas pernas estavam doloridas de tanto ficar naquele cavalo, perdi as forças, desci do cavalo que era muito alto, dando um salto fazendo com que o impacto no chão fosse muito forte...

Foi pisar no chão que meu pé virou.

— Ai, cacete!

O pobi do Henry se desesperou, e antes que eu caísse, ele me segurou.

— Você disse cacete?

— Sim! Henry, eu acho que torci o tornozelo.

— Eu disse que ia te ajudar a descer.

— Mas eu precisava aprender a descer sozinha.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele me pegou em seus braços. Coloquei os braços ao redor do pescoço dele e ele começou a caminhar em direção a casa.

— Mas e o cavalo? – eu falei olhando para trás vendo o animal ficar sozinho.

— Eu vou pedir para o cavalariço o levar para estribaria.

— Você é bem forte, Henry. – falei mudando de assunto do nada.

— Você acha?

— Sim!

Não consegui evitar, tive que apertar os braços musculosos dele.

— Tá de parabéns, viu? — digo, com um sorriso atrevido.

Ele deu risada e agradeceu.

E no caminho até a casa, eu pude encarar Henry bem de pertinho... e ele também me olhava. Olhos nos olhos, boca a centímetros uma da outra...

— Olha pra frente, já pensou cair eu e você? – sorri, olhando de novo para frente.

— Eu nunca te deixaria cair.

— Mas você não escolhe quando cair ou não.

— Humm, você tem razão. E o tornozelo, dói muito?

Olhei para baixo encarando o meu pé, o tornozelo estava enorme de inchado.

— Dói um pouquinho, eu tenho uma resistência a suportar a dor.

— Você caiu de mal jeito, mas vai ficar tudo bem. Vamos chamar um médico.

— Obrigada, Henry. – falei encarando aqueles olhos azuis que ficavam ainda mais perfeitos na luz do dia.

— O que aconteceu com ela? – Kate se aproximou de nós assim que entramos em casa. — Eu e Anthony fomos procurar vocês mas não os encontramos.

— Não se preocupem, só fomos dar uma volta pela minha propriedade. – Henry respondeu.

— Tem certeza que eu não devo me preocupar, Kendall?

— Absoluta, Bridgerton!

— Calma gente, eu só torci o tornozelo. Acabei caindo de mal jeito quando fui descer do cavalo.
– falei tentando acalma-los.

No passado com os Bridgertons - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora