30 - O cálice do dragão

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Eu fui um fiasco no pall mall, claro que culpei meu pé machucado.

Depois do jogo, voltamos para casa e estava frio, então tomamos chá para esquentar. Henry foi embora, eu não queria que ele fosse e acho que todos perceberam isso. Mas me mantive na minha e calada...

Ao dormir, sonhei com ele e com o beijo, eu e ele nos aproximamos tão rápido que nem percebi quando havia acontecido, mesmo eu tentando manter a distância, quando me dei conta, já estava beijando a sua boca e em seus braços.

Quando amanheceu, fiquei feliz porque meu pé já estava recuperado, apesar de eu ter forçado o "pobi" ontem, ele estava bem melhor.

— Bom dia à todos! – falei, aparecendo na sala do café da manhã. — Olha quem está novinha em folha!

— Pronta para continuar aprontando... – Anthony disse.

— Falando em aprontar, gostaria de fazer um pedido.

— Que pedido?

— Já que estou aqui presa neste século, tenho que aproveitar tudo, não é mesmo?

— Bom, depende.

— Eu preciso viver tudo o que posso, já pensou? Eu posso voltar e escrever um livro de época, sendo que eu vivi tudo...

— Aonde está querendo chegar, Annelise?

— Eu quero a permissão de vocês... para ir a uma taberna. – essa última parte eu disse baixo.

— O quê? – perguntou Anthony aproximando o ouvido para perto de mim para ouvir melhor.

— Eu acho que ela disse que quer ir numa taberna.
–Kate falou sem precisar que eu repetisse.

— Você o quê? Senhorita, tabernas não são para damas.

— Eu não sou uma dama, Lady Violet. Quer dizer, pelo menos não uma desse século.

— Se ela for, posso ir também? – Hyacinth perguntou.

— Não! Claro que não. – Violet falou abismada.
— Annelise, você não é uma mulher deste século, mas está vivendo em um, então terá que seguir as nossas regras.

— Eu sei, me desculpa!

— Mas qual o problema de ela visitar uma taberna? Estamos em Kent, ninguém a conhece aqui. – Colin entrou em minha defesa.

— E quem te acompanharia? Se quiser companhia...
–Benedict me perguntou apontando para si mesmo.

— O Henry... quer dizer, o Lorde Kendall.

— E ele aceitou te levar até lá?

— Ele disse que só aceitaria se vocês me dessem permissão.

— Se ele irá te acompanhar, por mim não tem problema, confio no Henry. – disse Anthony e eu lhe agradeci com um sorriso.

***

Então logo enviei um bilhete ao Henry que foi voando para Aubrey Hall. E fomos a cavalo para a taberna. Eu sabia andar direito? Não! Mas como meu pé já estava bem melhor, nós dois cavalgávamos bem devagar, foi como o convenci a me deixar ir montando, porque ele não queria deixar, tinha medo que eu me machucasse de novo, então prometi que iria devagar.

E então fomos cavalgando lado a lado, até chegarmos numa taberna.

Meus olhos brilharam ao vê-la, não sei porquê, mas em quase todos os livros que leio tem, e eu ficava curiosa para saber como realmente era.

No passado com os Bridgertons - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora