Voz de comando

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Quando os primeiros feixes de sol se fizeram presentes em seu quarto, Katsuki franziu o cenho e abriu os olhos. Olhou para o teto branco fosco sentindo a sua cabeça pesada e dolorida, o seu corpo estava totalmente desgastado. A sua face ardia só de franzir as sobrancelhas na tentativa de lembrar quando, ou como voltou pra casa. A sua respiração estava calma e o seu lupino estava quieto demais, tão quieto que lhe fez bufar, frustrado. Já sabendo o motivo.

"Ótimo! Agora ficará uma semana emburrado!" - grunhiu, ouvindo o mesmo chiar, lhe ignorando completamente. Esse gesto era um pouquinho irritante, mas dessa vez ele merecia isso. Ser ignorado pelo próprio animal interior doía para qualquer pessoa. Até mesmo para katsuki.

"Vejo que conseguiu acordar cedo"- sorriu Midoriya, fechando a porta do quarto com o pé esquerdo. Enquanto tinha em mãos uma bandeja de café da manhã, para o lúpus deitado. "Você realmente não ouviu o que eu disse ontem, não é?"- perguntou, ouvindo um chiado cansado da parte do amigo como resposta.

Os olhos carmesins ainda estavam opacos. E o rosto que sempre carregava um semblante ranzinza, estava sereno, perdido nos pensamentos e acontecimentos. Lembrar da face machucada e dos olhos marejados da lupina do kirishima, deixava-o intrigado consigo mesmo.

"Kacchan?"- chamo-ou, recebendo um olhar indiferente em sua direção. Mostrando-lhe que o loiro ainda estava divagando em seus devaneios. Coisa que era raro de se acontecer.

"Você que me trouxe, não foi?- indagou, ainda derrotado e totalmente sem ânimo de se levantar.

"Sim"- suspirou fundo, despejando o líquido preto e quente na xícara e estendendo para o loiro. "Foi uma briga feia. Tanto você quanto Kirishima, derramou bastante sangue"- disse, sentindo a xícara ser pega da sua mão.

Ao ouvir o que o esverdeado falou, seu lobo apavorou, grunhiu em angústia e preocupação sob o seu corpo, ao ponto de rosnar em um tom que Midoriya pudesse ouvir.

"Ele está bem?"

"Eu não sei lhe responder"- franziu as sobrancelhas ao lembrar de ambos desmaiados no chão." vocês quase se mataram. Sabe o quão imprudente isso foi?"

"Eu sei o que eu fiz. Mas isso não alega que você deve ou não se meter"- rosnou, sentindo-se no controle do seu corpo novamente, enquanto bebericava o seu café. Forte e amargo.

"De qualquer forma, foi imprudente. Eu me intrometendo ou não, Suki"- suspirou, cruzando os braços e se assustando ao ouvir a porta do quarto ser aberta pela a loira mais velha.

"Ah! Que bom que está acordado. Assim poupa o meu tempo"- disse, em um tom ríspido, ao ver o mais novo rolar os olhos em descrença.

"Algum problema, senhora Bakugou?"- indagou, constatando o sorriso cínico aparecer nos lábios da mais velha, enquanto a mesma olhou para o motivo do seu estresse diário.

"Bakugou é o problema"- respondeu, ouvindo o mesmo grunhido em resposta. "Se arrumem. Iremos almoçar com a nossa família!"- disse, colocando a mão na porta se preparando para fechá-la, mas antes disso os olhos carmesins se encontraram com os olhos do lúpus mais novo. "Não aceito não como resposta. Principalmente vindo de você"- saiu deixando ambos garotos sozinhos.

"Que merda"- grunhiu, ao colocar a xícara no criado mudo. Sentindo-se cansado e totalmente destruído." Às vezes ela é irritante. Até mesmo quando fala daquele jeito"- especificou sobre o tom baixo e um tanto rígido que Mitsuki usará a pouco. Além de estar gritando cedo como qualquer outro dia, cotidiano.

"Ela está brava com o que você fez. E, é normal quando ela usa o tom baixo daquele jeito. Você sabe mais do que eu. E já deveria estar acostumado com isso, Kacchan" - suspirou fundo, desviando o olhar e encontrando com os olhos do loiro. Em um vermelho opaco e totalmente esgotado.

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