Aproximação

43 6 2
                                    

Falta exato 6 dias para a marca sumir. E nestes dias que já passaram, foi uma tremenda confusão. Com sorte, já me sentia bem do que antes, meus sentimentos aos poucos estavam ficando mais organizados e calmos.

E isto me deixava bastante aliviado e confiante de seguir em frente. A pequena conversa que tive com Bakugou, me fez entender que não tinha como fugir do que já estava feito. O que me restava era ter paciência e ser mais cuidadoso a partir de agora.

- O que é isso? - o questionou ao vê-lo parar em minha frente e estender um pequeno pacote. Seu sorriso apareceu com minha surpresa. - não é bombom, é?!- ele ri enquanto eu peguei o pequeno pacote das suas mãos.

- não, não é. Eu ainda estou magoado por ter jogado os meus bombons fora. Era pra ser um presente de reconciliação. - ele mostra os seus dentes, e percebo que não está tão magoado com isso. Seus braços logo se cruzam a espera de eu abrir o seu presente. - pensei que iria gostar destes, já que tivemos rasgar os seus quando desmaiou.

Fico surpreso ao ver os novos aquecedores de pulsos. Dois pares. Um vermelho e um preto com uma estampa de caveira. A segunda era muita a cara de Bakugou. E a olhando bem, era como se ele quisesse a me igualar ao seu estilo. Minhas bochechas esquentaram com a ideia.

- Fico feliz que tenha gostado. - ele aponta para os próprios lábios, me fazendo de mediato perceber que eu tinha sorrido ao lembrar dele inconcientemente. Que imbecil convencido.

- Obrigado. São bastante lindas!- agradeço sentindo a maciez da peça em meus dedos.

- São feitas de algodão, são mais confortáveis do que a anterior. Estas esconderá a marca e deixará as suas glândulas aromáticas respirarem. Sem contar que impedirá de qualquer um sentir seu cheiro.

Ele pensou em cada detalhe. E com isso, minha loba chiou surpresa e impressionada com a preocupação que Bakugou tinha por mim. Era esse o jeito que a sua família agia, com seus ômegas?

Bakugou alarga o sorriso com o seu olhar orgulhoso.

- Não ômega, eu sou melhor que eles. E você perceberá ao me ver a cada dia! - chio ao perceber sua aproximação, seus olhos fitavam os meus e deslizaram para baixo pairando em meus lábios. Já fazia tempo que ele fazia essa quebra de olhar. Mas, ele sempre se controlava para não fazer o que sempre pensava.

Esse vontade também me consumia.

- Eu já pedi pra não invadir os meus pensamentos. - desvio o meu rosto sentindo o seu sorriso aumentar diante da minha pele. Não era preciso olhá-lo para saber disso. Meus sentidos estavam cem por cento atentos com cada movimentação sua. Ficaram mais apurados depois da nossa ligação temporária.

- Se eu não invadisse eu não saberia o que está pensando, kirishima!- sua voz rouca causou-me arrepios. - O que aconteceria com você se eu não ficasse atento?- o empurrei de leve para dar-me caminho.

- Tanto faz. Só... Não me atrapalhe. - levantei do sofá ouvindo um resmungo da sua parte.

- Tá bom. Vou me arrumar para a aula. Se ficarmos aqui será mais um dia perdido. - ele sai andando resmungando durante o caminho, dando-me a visão da tatuagem em suas costas.

O símbolo de um lobo em volta das chamas. Bakugou falará que tal imagem era o alfa que habitava em seu ser, e com aqueles olhos alaranjados da tatuagem, fez-me perceber que não era brincadeira da sua parte. Porque eu conhecia muito bem aquele olhar intenso de longe. O mesmo olhar que ele tinha quando se tratava de mim.

"Ele está tentando, você também deveria estar."- seu resmungo me fez sorrir. Minha ômega tinha razão. Eu deveria tentar.

(...)

Muito mais do que um ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora