Machucados

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Depois de ver o ruivo sendo levado pela a equipe médica, Katsuki se encontrava com um sorriso nos lábios. A sensação de estar no controle e na liderança novamente estufava o seu peito. O ar que entrava em seus pulmões estava até mais leve e a sua mente se encontrava em branco, sem pensamentos de culpa ou de receio. Afinal, a culpa não era dele que conseguiu manipular o Kirishima. E sim, do avermelhado, que agia e fingia ser algo que não era.

Os seus olhos observavam o desespero do time, devido que todos ali conseguia ouvir os choramingos do lobo interno do falsa alfa; tais choros que faziam o seu alfa chorar se sentindo culpado, por não fazer algo antes do incidente. Tetsu realmente se sentia culpado por machucar o amigo, e os colegas estavam tentando entender o que tinha acontecido para chegar nesse resultado. Algo que até mesmo o platinado não sabe bem de como isso aconteceu.

"Parece que Kirishima vai ficar alguns dias sem participar dos treinos" - murmurou Todoroki, sentando-se ao lado do lúpus.

"É uma pena!" -sorriu, disfarçado e levantando do banco, deixando um suspiro escapar dos seus lábios, enquanto o bicolor lhe olhava com um olhar desconfiado, já sabendo de tudo.

"Bakugou?"-chamo-o, constatando o mesmo lhe olhar com a sobrancelha arqueada.

"O que foi?"

"Se você descobrisse o segredo de alguém, usaria essa descoberta para prejudicá-la?" -arqueou a sobrancelha, observando a face pensativa do loiro, e segundos depois aparecendo um sorriso debochado nos lábios do mesmo.

"Eu faria até pior se for preciso!"- sorriu, vendo a face do bicolor franzindo em resposta "Se me der licença, eu tenho uma semana inteira de descanso!"- riu soprado ao ouvir um rosnado do alfa de duas cores. Por ouvir isso, o seu lupino rosnou de volta, com raiva e curioso para saber qual a sua relação com o avermelhado. Se fosse algo que estivesse pensando, ele faria de tudo para afastá-lo, daquele que lhe pertence.

~~🥀~~

Quando a porta de casa se fechou, Katsuki soltou um suspiro pesado e detectou os paços da alfa, aparentemente vindo em sua direção, a mesma tinha um sorriso estampado nos lábios por lhe ver em casa.

"Como foi no colégio?"-indagou, constatando o mais novo colocando a mochila sobre a mesinha da sala.

"Mesma bosta de sempre"- respondeu, suspirando e caminhando na direção da mulher, observá-la depois de ambos perderem o protetor da casa; fez com que a mulher da sua frente ficasse doente. "Eu voltei pro time!" -Sorriu, sentindo a mais velha rodear os braços em seu corpo e lhe envolver em um abraço.

"Seu pai ficaria feliz!" - manhou, sentindo os braços do mais novo lhe retornando o abraço.

"Sim, só que... só voltarei a ser capitão do time quando voltarmos a treinar!" - franziu o maxilar ao sentir o cheiro dos feromônios de felicidades sendo exalado do corpo da progenitora.

Katsuki sentia-se confortável nos braços da mais velha, se sentia acolhido, já que tudo o que restou foi ela. Seu pai se foi quando tinha os seus 8 anos em um acidente de carro. O dia estava tão nublado e chuvoso, estava tão perigoso de sair, mas receber uma ligação de emergência do trabalho fez com que Masaru saísse às pressas, deixando o conforto da sua casa e os braços de sua família. Katsuki nunca pensou que aquele dia seria a última vez que veria, ou ouveria a risada do seu pai. Nunca pensou que nunca mais sentiria o calor dos braços dele ou que ouvisse um elogio vindo dele por ser o melhor. No dia do acidente o casal que estava em outro carro colidiu com a do seu pai; chegaram a óbito instantaneamente, já o seu velho foi levado às pressas para emergência.

Foram tantas horas de angústia, foram tantas horas de luto que Katsuki lembrará muito bem como o seu pequeno coração doía, de como o seu lupino chorava com tamanha dor. Os seus olhinhos nublados e marejados por ver o lúpus deitado naquela maca sussurrando algo que os seus ouvidos recém apurados conseguiram ouvir, perfeitamente. Lhe destruiu de todas as maneiras naquele momento.

Muito mais do que um ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora