Descoberta

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Ao ter uma boa conversa com o bicolor, Katsuki andava em passos lentos e largos. Ele sentia e apreciava o fraco vento gélido ser soprado em sua face, deixando-a em um tom avermelhado e frio do que o normal. Sua mente processava lentamente tudo o que foi conversado com aquele, que no começo odiava só de vê-lo perto da pessoa que machucou. E que agora, fazia-o se sentir um idiota, por saber que o meio ruivo só estava cuidando do ômega.

Shouto só estava cuidando do Kirishima, antes mesmo dele encontrar Katsuki, e que um relacionamento de rivalidade fosse feito. Isso, devido o egoísmo e o sonho do loiro, que agora se tornará tão estúpido quanto. Mesmo que fosse um sonho compartilhado, com aquele que já não estava presente em sua vida.

E ao perceber isso, um suspiro escapou dos seus lábios por lembrar a voz da progenitora o repreendendo quando tudo foi esclarecido; do porquê o seu lado primitivo sempre protegia o avermelhado, enquanto o seu ódio o deixava cego e fazia-lhe fazer tudo o que fez. Era nesse momento que entendia aquela frase que o matou por dentro.

"Maldição!"- grunhiu bufando, e assustando-se por sentir o lobo interno o arranhar e chiar logo em seguida, nervosamente por ouvir uma moto o alcançar rapidamente e o ultrapassar em questões de segundos. Contudo, foi os segundos mais longos para que os seus olhos brilhassem por conseguir apreciar aquele que nasceu para ser seu companheiro. O cheiro que nunca sentirá no colégio desde o dia da descoberta, foi exalado minimamente, mais que foi o suficiente para o seu lobo interno ficar em alerta; por distinguir o que o ruivo estava sentindo no momento. Raiva e tristeza.

"Ômega. Triste."

"Sim"- murmurou, parando, com as sobrancelhas levemente franzidas ao avistar a moto sumindo ao seu campo de visão. Seu coração batia aceleradamente e a sua respiração falhou, devido ao pensamento que o tomou instantaneamente. Que a causa dos sentimentos negativos do parceiro, fosse ele. Simplesmente ele, e mais ninguém. Essa possibilidade o quebrava de tantas formas que sua alma queimava em uma chama que a sua carne já não conseguia suportar a dor angustiante que causava-o. Seu lobo interno chegava a chiar dolorosamente com essa sensação horrorosa.

"Eu tenho que...consertar isso..."- rangeu o maxilar fitando o farol fechado, onde, já não se via mais ou sentia kirishima por perto. "Eu realmente... preciso consertar... só não sei se conseguirei!"- Murmurou, com medo de que tudo o que pretendia fazer passar-se de apenas uma expectativa boba e que causasse mais problemas, dificultando uma possível relação com o parceiro destinado.

(...)

"Onde estava a essas horas da noite?"- Perguntou, ouvindo a porta se fechar e o volume da televisão ser baixado; pelo o alfa de cabelos verdes que assustou ao ouvir a loira rosnar.

"Fui resolver alguns problemas!"- Suspirou cansado, colocando os sapatos no lugar e a jaqueta na cabideira, que se colocava atrás da porta de entrada.

"hurum.. sei! Se tiver com fome tem comida na geladeira!"- avisou dando uma olhada se os pertences do mais novo estava no lugar, e não no chão como toda vez acontecia quando chegava. Katsuki tinha uma mania besta, quando se tava furioso de deixar tudo esparramado como se fosse um filhote que não tinha modos. Mas agora, vendo que isso não tinha ocorrido, os seus olhos semi-fecharam em desconfiança.

"Está tudo bem com você?"- indagou, ouvindo um grunhido baixo como resposta enquanto o mesmo direcionou os olhos para o esverdeado sobrando na poltrona.

"Estou... Ei, idiota!?"- chamou, conseguindo ter os olhos esmeraldas em sua direção."Desliga a porra desta televisão, e venha comigo!"

"Hãm.... Agora?"- perguntou, um pouco atordoado com o chamado repentino. Porém, ao fazer tal pergunta, Izuku sentiu o corpo congelar por ter aquele par de olhos o encarando tão profundamente, era como se o mesmo estivesse vendo a sua alma e todos os seus pescados de longe, e o julgando internamente. "Há, hahaha. Claro, eu já estou indo Kacchan!"- sorriu sem jeito, constando o mesmo assentir e andar na direção do quarto em um silêncio, que era difícil acreditar vindo dele.

Muito mais do que um ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora