Euphoria

52 5 18
                                    

Ao vê-lo ressonando em um sono profundo, meu alfa ronrona com admiração do nosso ômega. Seus cabelos estavam ultrapassando os ombros, e agora cobria quase por inteiro o seu rosto quando dormia.

Distancie alguns fios só para admirar seu rosto melhor. Sorri ao perceber que de perto eu conseguia enxergar pequenas manchinhas naturais espalhadas em sua face, tais essas que descobrira da suas existência só agora. O colar que ele perderá quando fugiu encontrava-se entorno do seu pescoço novamente. Consegui colocar quando ele se assustou ficando um pouco acordado na madrugada devido o grande barulho do trovão chocando no céu. Seu medo de chuva e do barulho da tempestade deixava-o igual um filhote recém nascido. E como sempre ele refugiava em meus braços, sorri ao perceber que ele ainda se encontrava encolhido, agarrado ao meu corpo se sua vida dependesse de mim. Sua expressão era serena assim como sua respiração. Kirishima confia em mim e vê-lo relaxado ao meu lado fazia-me ficar feliz. Mas ao mesmo tempo triste por não saber quase nada da sua história.

" Quem fez isso com você?

Te machucaram muito?

Seus pesadelos são constantes?

Por que tem medo de me contar?

Por que sinto que a maioria do tempo, você quer me manter longe?"

Perguntas. E mais perguntas que, provavelmente eu nunca teria tais respostas. Sinto que a sua dor é demasiada e que Eijirou quer enterrar seus segredos em um baú a setes chaves. E consequentemente eu não tinha permissão de abri-la, nem que se eu pedisse.

Bufei inconformado, sentindo um comichão me atingir, meu alfa não parava de falar desde quando kirishima acordará de madrugada. Poucos minutos eu o tinha feito dormir novamente. O ruim que antes dele acordar de medo ele sempre falava coisas desconexas, algo que me incomodava muito. Eu tinha quase um quebra cabeça montado, por tanto. Eu só teria essa história completa quando ele realmente me dizer. Algo que eu não tinha muitas esperanças de acontecer, e por isso eu teria que ser mais cuidadoso com minhas palavras e atitudes. Eu tinha prometido a cuidar dele, e tentaria o meu melhor todos os dias.

Kirishima se aconchegou mais em meu peito, sua cabeça se remexeu em meu pescoço inconformado com o cheiro de meus feromônios que se alterou um pouco com meus pensamentos, e logo se suavizaram ao vê-lo procurar conforto.

- já está tudo bem...- murmuro sentindo seu corpo novamente se pesar, sorri soprado ao ouvi-lo choramingar arrastado e entregar-se novamente ao sono. Ri baixo ao sentir seu corpo todo me prendendo.

Mesmo tendo quase o meu tamanho, e um aparência extraordinária de um alfa recessivo ele ainda agia como um ômega que nasceu pra ser em minha frente. Ele agia como ele nasceu pra ser só quando estávamos a sós. E percebi que é quase automático. Suas muralhas caiam e sua postura era relaxada, algo que nunca imaginei ver isso acontecer. Seu comportamento era outro e sua voz quase mansa, mesmo com um toque rouco que arrepiava todo o meu corpo. Seus olhos brilhavam mais ainda quando a conheci e sua face era mais alegre. Fácil de ler-lo quando um sentimento lhe toma.

E eu gostava disso, eu gostava o quão relaxado ele estava ficando. Mesmo com alguns surtos ele ainda encontrou uma forma de ficar seguro em meus braços.

- Eu te amo.-

Sussurrei sentindo-o ronronar em resposta. Eu sorri beijando seus cabelos. Kirishima ainda não me respondeu com palavras. Ele me negou caindo no sono ontem, mas seu corpo dava-lhe brecha me respondendo silenciosamente.

Ele me amava. Mas tinha algo o bloqueando em me responder.

- Suki, não vá embora. Voc-ê pro-prometeu...- ele soluça me apertando e isso me fez franzir as sobrancelhas. Ele estava tendo mais um surto de pesadelos.

Muito mais do que um ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora