Marca quebrada

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Seus olhos pararam em mim, eu não consegui o enchergar direito mas sabia que estavam ali. Presos e totalmente preocupados com meu estado, seu corpo já parara de se mover me olhando a se estremecer e engasgar em um choro que sequer sabia que estava prestes pra vim.

Merda, justa a essa hora? Eu pensei que eu estava perto de conseguir me libertar dele, mas como sempre; ele me deixava totalmente debilitado. Eu sentia ele me vigiando e esperando por algo... Por mim.

- Eijirou?- Katsuki me chamou, me senti vazio e totalmente sujo com o que tinha acabado de acontecer. Meu corpo tremia enquanto ele se afastava de mim no momento que levantei minhas mãos até o meu rosto. Minhas lágrimas... Elas não paravam de cair. - Oe, amor... Por favor... Me diz onde eu te machuquei!?- sua preocupação me fez chorar mais ainda, minha garganta estava doendo e nada além sai dela do que meus engasgos e choros incompreensíveis. As mãos de Katsuki estavam trêmulas quando ele tocou em meus braços tirando-as sobre o meu rosto.

Meu peito vibrou ao constatar seus olhos transbordados de preocupação, o brilho opaco da íris carmesim me fez sentir culpado por tudo. Por tudo que já fiz esse alfa sofrer.

- Por favor... Por favor, ômega... Me fala onde, onde eu te machuquei. - ele implorou o que isso fez com que meu lobo uivasse de tristeza e consequentemente; Katsuki ouviu, mostrando-me ao regalar minimamente os olhos. Ele estava tão confuso.

Meus lábios tremeram quando abri e fechei quase cinco vezes sem saber o que falar, meu coração estava tão doloroso que a única coisa que consegui fazer entre os meu choro foi puxar-lo para um beijo cheio de sentimento. Só assim sentir meu corpo se acalmar e consequentemente o corpo de Katsuki se aquietou seu coração estava calmo e isso fez com que o meu apertasse em dor. Ao afastar os nossos lábios seus olhos encontraram com os meus e em um sussurro consegui dizer algo.

- Me desculpe....- suas sobrancelhas franziram, e sua expressão mudou-se para uma seria e depois para uma dolorosa. Seus olhos brilharam devido às lágrimas que se formaram nelas, seus lábios tremeram em resposta.

- Por que... Por que eu sinto que você está se despedindo?!- seu tom rouco e embargado me fez chiar e limpar as lágrimas que aos pouco escorriam do seu rosto silenciosamente.

- me desculpe, Kats!- solucei me pondo a se virar e pegar as minhas roupas espalhadas pelo nosso quarto. Foi a vez do lobo de Katsuki uivar dolorosamente, ele sabia que eu também tinha ouvido.

- ômega, espera um pouco!- seu chamado me causava tristeza, meu corpo todo tremia e a maldita marca que eu carrego queimava como uma lareira poderosa ao ponto de me deixar sem fôlego com o latejar. - por favor não vá embora...- seu apelo me fez parar a frente da porta, minha destra se encontrava em volta da maçaneta prestes pra abrir; mesmo coberto com roupas eu ainda me sentia frio; seu olhar me causava isso.

- Eu preciso ir... Por favor, não me siga. - abrir a porta ouvindo-o atropelar os próprios pés o que me fez franzir o cenho e olhar para trás, Katsuki petrificou durante meu olhar. -, não me siga... Eu quero resolver isso sozinho!- o enfrentei novamente; dessa vez batendo a porta assim que passei por ela.

Assim que coloquei os pés para fora, o vento gélido da noite me envolveu; minhas sobrancelhas se contraíram ao perceber que o tempo tinha passado mais rápido do que imaginava; nesse momento as pessoas se reuniam para seus compromissos em grupo. De onde eu estava, ouvia perfeitamente risos e conversas animadas de grupos caminhando ao meu redor, meus olhos se moveram à frente e avistei jovens de todas as idades e gêneros se divertindo com seus conhecidos e amigos. O amplo espaço e as cabanas enfileiradas me faziam sentir deslocado. Eu nunca gostei de lugares assim.

Muito mais do que um ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora