Três dias.
Três dias inteiros se passaram, e sequer trocamos uma palavra depois da nossa discussão. Seus olhos sempre tentavam me encontrar a distante. Contudo, deixei meus sentimentos falarem mais altos ao ponto de ignorar até mesmo sua presença. Meu lobo grunhiu inconformado com a situação que eu mesmo provoquei, ou a falta de respostas me fez agir.
Pensei que me distanciando a poeira iria abaixar, que eu não ficaria nervoso por não souber o que se passava em seu coração. Se ele não quiser-se me contar eu não iria força-lo, mas ver-lo se afundando cada vez mais na própria escuridão me fazia sentir um desconhecido que estava ao seu lado por puro egoísmo.
Eu não queria me sentir assim. Não queria ser uma sombra que ele tentava ignornar, quando ao menos tentei ser o melhor de mim.Entretanto, três dias foi o bastante para perceber várias coisas. Primeiro; pessoas próximas a nós realmente amam ele, e sei que muitos deles seriam melhor do que eu, até mesmo fariam-o mais feliz. Em seu rosto não haveria tristeza.
Segundo; Estou mais envolvido do que pensei. Meu corpo todo sofre espasmos ao sentir seus feromônios por perto, meu coração atropela as batidas ao encontar o seu olhar, minha respiração engata ao ouvir sua voz ou sua risada assoar em minha volta. Sinto necessidade descontrolada em correr em sua direção e força-lo a ficar entre os meus braços, faria de tudo para que isso fosse possível.
Terceiro; sinto ciúmes e preocupação devastadora por kirishima. Tais sentimentos eram fracos no começo quando estava com ele. Mas, ver alguém se confessar e até mesmo beijá-lo fez com que eu tivesse algo rompido em meu interior, causando-me arrepios e ira. Por pouco, eu não machuquei o indivíduo por saber que não era isso que Kirishima gostaria.
Conquanto, depois do ocorrido no campo aquele não foi a única vez que sentir ciúmes e talvez, medo em perde-lo pra sempre. Em cada momento, eu tive que forçar ao meu alfa a se comportar enquanto via nosso ômega ser paquerado toda vez que se encontrava sozinho, senti ciúmes até mesmo de Mina que estava mais próxima ao meu pedido para não deixá-lo sozinho. Apensar de ter falhado e surtado em um momento frágil eu ainda me preocupava.
Você está bem?
Ainda tem os mesmos pesadelos?
Sente frio a noite?
Sente saudades?
Foi certo de eu ter afastado?
Em meio de diversas perguntas eu sentia a dor de como era viver longe dele. A ansiedade me consumia e cada vez que eu pensava mais eu me sentia a necessidade de querer estar por perto, em momentos desses percebo o quão mesquinho e o quão ridículo eu era. Não dá pra viver desse jeito, não assim.
- Merda. - rosno cruzando os braços ao perceber que minha atenção já se passava mais de uma hora para a casinha de brinquedo da praça que me encontrava.
O vento fresco era fraco acompanhado com o calor do raio de sol amanhecido. Em dois passos a minha frente filhotes entorno de cinco anos ao sete brincavam alegremente com seus brinquedos e com a casinha que estava ali. Sorri ao lembrar que um dia eu também era daquele tamanho, de quando o meu pai estava presente e me fazia ter as melhores aventuras que um filhote pequeno poderia imaginar.
Em meio dos meus devaneios senti meu coração acelerar ao avistar três filhotes correndo juntos. Uma garota e dois garotos. Pela a estatura dos garotos julgo que são alfas, e a menina, uma beta? Eu não sei. O que mais me surpreendeu não foi eles brincando alegremente e sim o sorriso genuíno que todos tinham, e a menina com aqueles cabelos, aqueles cabelos me fez sorrir, a cor de fogo me fez sentir um misto de sentimentos, todos eles calmos e aconchegantes. Era como se o próprio sol tivesse me abraçado.
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Muito mais do que um ômega
FanfictionAo enxergar a loba interna do avermelhado em uma briga, katsuki usa essa descoberta pra manipular kirishima, obrigando-o que as coisas saim do seu jeito; ou segredo do querido "capitão" de rugby, estaria percorrendo no colégio inteiro. Mas mal sabia...