Muito mais do que um ômega

Planos

Entrar no vestiário nunca foi tão tenso quanto antes, os feromônios de um alfa beirando a uma bateria deixava todos desorientado, a ponto da maioria ficar com falta de ar; mesmo ele já estando sob um chuveiro.

Meu mais novo time tentava ao máximo se manterem de pé, mas aos poucos a tontura os dominava a ponto de sentirem-se intimidados por um lúpus puro. Eu precisava fazer algo.

-Peguem seus pertences no armário e vão embora!- ordenei tendo rapidamente as suas atenções. Seus olhares eram relutantes, e antes que pudessem dizer contra, eu expliquei. -, comunicarei ao treinador sobre ocorrido de hoje, cada um tem um uniforme extra no armário. Contudo, quero que sejam responsáveis ao lavar o que estão usando e trazer na manhã seguinte! Estão me ouvindo?!- silenciosamente eles concordaram, reuniram as poucas forças que ainda os restavam e rapidamente se direcionaram em seus armário, no processo, ouvir um ratear de um deles. O que logo fez meu lobo ficar em alerta.

-Para um recessivo até que você presta pra capitão!- estreitei o olhar ao perceber de quem a voz pertencia. Makal fechou o armário levantando seus olhos até onde eu estava, o canto da sua boca se curvou em um sorriso torto quando me viu. -, pena que você não irá chegar longe!- deu de ombros, agarrando sua bolsa; caminhando na mesma direção que os demais estavam indo.

Assim que o moreno estava se aproximando da saída um alívio escapou dos meus lábios, constatei o vestiário se esvaziando aos poucos, Makal ainda em passos lentos parou no lugar e lentamente virou a cabeça em minha direção.

-Dê um Oi pra Shinso por mim!- meu coração falhou ao ouvir sua frase, ele logo riu; provavelmente por conseguir ouvir meu peito vibrar, logo após; Makal saiu como se nada tivesse acontecido.

-Não demorou nem um mês.- murmurei franzindo o cenho ao ouvir minha ômega rosnar enfurecida. Olhei novamente pra saída do vestiário e grunhi, Makal conhecia Hitoshi, em menos de minutos soube que ambos estavam planejando algo contra mim. Provavelmente, não demoraria por muito tempo. Em dias eu teria uma grande queda, se, eu não me levantasse primeiro. Eu tinha que fazer algo, e rapidamente.

No meio dos meus devaneios, meu corpo se assustou ao ouvir um ruído abafado; dentro do vestuário, algo que se assemelhava com um rosnado gradual e dolorido ecoando pelo o local, logo lembrei de Katsuki. Meus ouvidos se atentaram ao som que agora soavam como chiados cansados e chorosos, minha ômega chiou ao sentir a dor e a frustração que o lúpus estava passando, mesmo já não carregando uma marca temporária em minha pele.

Depois da minha rotina cessar, tive que passar por uma bateria de exames. Em resultados eu não precisava mais estar ligado temporariamente a katsuki, eu já estava livre em tomar meus inibidores e vitaminas, sem precisar de um alfa dividindo nossos sentidos. Já
em outros exames, era totalmente frustrantes por saber que, talvez, o resultado nunca iria mudar. Nem hoje, e nem amanhã.

Caminhei rapidamente ao armário de Katsuki e abri, na procura de um inibidor de pouco tempo, algo que faça ele se sentir bem só pra sair do colégio e chegar em casa sem machucar alguém. No meio de seus pertences de esporte encontrei um inibidor de vinte e quatro horas de efeito. Gostaria que fosse menos para não deixá-lo esgotado, mas o outro que procurei cortava de vez a sua rotina. Bufei com suas escolhas necessárias para seus instintos, mas logo fechei o armário com um comprimidos em mãos. Tinha que cer a de vinte quatro horas já que não tinha uma de oito. Passei a caminhar no corredor entre as divisórias de trocas até realmente chegar ao fundo onde estavam os chuveiros, cada passo que eu dava mais seus feromônios ficavam fortes. O cheiro de caramelo com laranja estavam cítricos, mas não o bastante para machucar o meu faro, minha chiou manhosamente quando eu ainda caminhava discretamente até onde o barulho de chuveiro ecoava. Em passos comecei a rir baixo por lembrar que já tivesse nesse mesmo cenário, entretanto nos papéis trocados.