Capítulo 20

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MJ

Acordo no dia seguinte, um sábado, e vejo que Dixon não está na cama.

– Baby?– chamo por ele.

— Aqui, nena!– diz do andar de baixo– Mas fica aí! Não desce. Já tô subindo.

Faço o que ele pede e logo depois Dixon chega com uma bandeja de café da manhã, com todas as minhas comidas preferidas.

— Ah, Dix...– falo sorrindo e engatinho pela cama até a bandeja. Às vezes, ele fazia essas surpresas pra mim com café na cama, buquê no trabalho e até se declarar no meio de um show. Adoro a maneira como ele não faz questão de esconder o quanto ama sua mulher. E adoro mais ainda o fato de ser essa mulher e amá-lo na mesma intensidade.— Obrigada!– agradeço a ele e lhe dou um selinho.

— De nada, nena.– diz ele e senta junto comigo na cama e tomamos café da manhã juntos.

Não demora muito até irmos buscar Juan na casa de Jana e Esteban.

— Cuidou bem do meu filho?– pergunto a Jana mesmo sabendo que a resposta só poderia ser sim.

— Mas é óbvio! Amo ter o JJ aqui! E a Lunita também. Ele é sempre bem vindo aqui!

— Eu sei. Ele não aprendeu nenhuma...você sabe, palavra nova?— pergunto e caímos na gargalhada.

— Claro que não! Tá achando que eu sou o maluco do Luka?— Jana pergunta rindo.

Isso porque, há uns dois anos atrás, quando Juan ainda estava aprendendo a falar, Luka e Okane, junto com Gabriel, se ofereceram pra cuidar dele num dia em que eu e Dixon precisamos sair.

No dia seguinte, quando acordou, Juan me fez a seguinte pergunta:

— Mamãe, onde fica a merda?

E é claro que eu engasguei na hora, questionando se havia ouvido direito.

— Onde fica o que, filho?

— Merda. Onde fica?

— Onde aprendeu isso?

— Ouvi o tio Luka falando pro tio Okane ontem. Ele mandou ele ir à merda.

— Filho, esse é um lugar muito, muito feio. Pra onde as pessoas malcriadas vão. E ficar falando essa palavra também é muito feio.– inventei uma desculpa e ele rapidamente esqueceu, ele so perguntou porque o tio Luka queria que o tio Okane fosse pra um lugar tão feio e eu respondi que ele não queria de verdade, só queria dar uma lição no tio Okane. Ele acreditou.

Depois, tive uma conversa com Luka e ele me disse que havia escapado durante uma das inúmeras brigas que teve com Okane, mas que foi depois dos meninos terem ido dormir. Ele não diz isso na frente das crianças e se soubesse que Juan estava ouvindo, teria se refreado.

Hoje, eu e os meninos relembramos isso com risadas e Luka nunca mais xingou, pelo menos não na frente das crianças né...

Me despeço de Jana e de Esteban e entro com Dixon e Juan no carro. No caminho, ele conta animado sobre a noite e sobre os filmes que viu e as coisas que comeu. Como ainda não tem irmãos, ele adora esses momentos em que vai brincar e dormir nas casas dos amigos.

— Filho, você gostaria de ter um irmãozinho?– pergunto a ele.

— Não.– diz lambendo o picolé que havíamos comprado.

— Por que não, osito?– Dixon pergunta.

— Porque aí eu teria que dividir vocês. E vocês nem iam ligar pra mim com outra criança na casa.

Pensando en tí| Mixon Onde histórias criam vida. Descubra agora