Capítulo 25

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MJ

Depois de todos os acontecimentos da noite anterior, Dixon e eu dormimos com JJ no hospital. Ele acordou um pouco antes de mim e foi em casa pegar algumas roupas pra nós e pra JJ, e para tomar banho, algo que eu até achei melhor. Ele precisava de um tempo sozinho pra colocar as ideias no lugar. Assim como eu.

Depois de ontem e de tudo o que rolou, Dixon ficou meio estranho, distante. E eu não tiro a razão dele. O Sebastian sabe ser um belo filho da mãe quando quer. Ele só provou isso mais ainda quando impôs uma condição para doar sangue para Juan.

Mas o que Dixon não consegue entender é que não importa o que o Sebastian faça daqui pra frente, não importa que ele se aproxime de mim ou do JJ, nem que ele tente de tudo me fazer voltar com ele, ele não vai conseguir. Eu amo o Dixon, de verdade. Mas me entristece o fato dele não confiar nesse amor.

É exatamente disso que o Sebastian está se aproveitando pra provocá-lo: esse medo que ele tem de me perder. Ontem nós brigamos duas vezes, algo que nunca aconteceu depois de cinco anos de casados e mais de dez de amizade. A briga mais feia que tivemos foi aquela da época em que eu perdoei a traição do Sebastian.

Ontem estávamos todos com os nervos à flor da pele, e acabamos dizendo coisas que não pensávamos ou não queríamos. Então eu optei por não discutir com Dixon sobre aquilo com tudo o que acontecia ao mesmo tempo. Senão, tenho certeza que a briga teria sido ainda pior.

— Mamãe...– escuto a voz de Juan ao meu lado e isso me tira dos meus pensamentos. Ando até a cama dele.

— Oi, meu amor. A mamãe tá aqui...– digo pegando na sua mãozinha– Como está se sentindo?

— Meu braço tá doendo...E o que eu tô fazendo aqui?– ele pergunta olhando ao redor.

— Filho, você sofreu um acidente.– digo e conto a ele da forma menos complicada que consigo o que aconteceu– E aí você veio pra cá, mas agora já tá bem. Você é um rapazinho muito forte, sabia?

— Eu sou?– ele pergunta e assinto–...E cadê o papai?– pergunta ele.

— Foi em casa, mas já está voltando.– digo e realmente Dixon não demora a chegar ali.

— Ei, garotão! Você acordou!– ele diz animado e vai até Juan, o abraçando e beijando.– Como está se sentindo?

Aproveito que Dixon chegou para avisar aos nossos familiares que Juan já estava bem e já ia voltar lá pra dentro quando recebo uma ligação. De Sebastian.

— O que você quer?– pergunto assim que atendo.

— Nossa, MJ! Bom dia pra você também.– ele fala debochado ao telefone e eu reviro os olhos.

— Bom dia, Sebastian. O que você quer?

— Saber como o nosso filho está.– ele pergunta dando ênfase nas palavras "nosso filho"

— O meu filho está bem. Acabou de acordar, na verdade. Se era só isso, tenho que desligar...

— Ah, que bom! Vou passar aí pra ver ele então.– ele fala.

— Não vai não! O Dixon tá aqui e além do mais, o Juan vai ficar confuso e...

— Eu não ligo. Nós temos um acordo. E o Juan também é meu filho. Fala pro seu marido aceitar que agora minha presença vai ser constante na vida dele, quer goste, ou não. Além do mais, já tô entrando no hospital!

— Você o que? Sebastian!– falo mas ele já desligou o telefone.

Por que eu fui tão burra de ir pra cama com esse cara? E ter tido um filho com ele? E o problema não é o Juan, não. O problema é ele ter sido gerado com o sêmen do Sebastian! Teria sido tudo tão mais fácil se o Dixon fosse o pai Juan.

Pensando en tí| Mixon Onde histórias criam vida. Descubra agora