Ansiar pela mudança é algo que pode ser cansativo, por vezes esperamos grandes mudanças, grandes gestos, grandes coisas, com o tempo desistimos de esperar. O que não desconfiamos é que algo pode mudar a qualquer momento e não ser uma mudança positiva.
Naquele dia uma sequência de coisas começou a dar errado antes mesmo de Íris sair de casa. Por algum motivo seu despertador não tocou pela manhã, talvez tenha tocado mas, Íris não ouviu absolutamente nada. Ficou lendo até tarde e acabou esquecendo que ainda era um dia comum da semana.
Seus olhos se fixaram no relógio e sua maratona começou, ela tinha exatamente vinte e três minutos para conseguir pegar o ônibus e chegar a tempo da entrada das crianças. Se tornou multitarefa enquanto escovava os dentes e fazia o café que no final não teria tempo de tomar.
Assim que fechou a porta, acabou derrubando uma das suas bolsas abertas e se enrolando mais ainda, naquele momento que qualquer segundo faria diferença em sua corrida para o ônibus.
Em sua corrida, tropeçou no capacho da porta quase caindo, tudo parecia mais devagar hoje. Seus passos pareciam mais lentos, o elevador parece que demorou o dobro do tempo para chegar ao térreo.
Enquanto corria até o ponto de ônibus, seu celular começou a tocar, era seu vizinho. O telefone tocou sete vezes, em meio a corrida frenética ao ponto de ônibus a concentração de carregar suas bolsas, Íris atendeu o telefone.
— Diga Túlio.
— Íris onde você está? — A voz de Túlio parecia ansiosa e apreensiva. — Você está bem? Há homens estranhos quase colocando a porta do seu apartamento abaixo.
— O quê? — Agora, Íris parou de correr para se atentar a situação. — Chame a polícia.
— Esse é o problema, eles são da polícia.
— Por que a polícia está invadindo meu apartamento?
Um motor rugia em alta velocidade chamando atenção. Quando Íris olhou para cima, o carro preto vinha em sua direção subindo por cima do meio fio, seu corpo se retraiu e seus olhos se fecharam.
O barulho dos pneus contra o asfalto em razão da freada brusca. Quando abriu seus olhos, o carro preto grande estava a poucos menos de dois metros de seu corpo. Ela deu um passo para trás, suas pernas não tinham forças para a manter em pé e tropeçando em suas próprias pernas seu corpo atingiu o chão, batendo com toda força os joelhos na calçada de cimento.
— Maluco — gritou, enquanto se levantava e tentava bater a poeira de sua roupa.
— Ei, garota — um dos homens saiu de dentro do carro.
Antes que a jovem pudesse ver quem havia gritado, sentiu um corpo se chocar contra o dela. Ambos foram ao encontro do chão, havia uma mão em sua cabeça impedindo que ela batesse a sua cabeça no chão.
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Refém por Engano
RomanceUma professora infantil que se torna alvo de ameaças após ser confundida com a namorada de um Delegado da Polícia Federal. Juntos eles tem que se afastar de todas as pessoas que amam para segurança delas e deles mesmo. Sabendo que eles tem que come...