Talvez fosse a maior dor que Oliver já sentira, deixar Íris no aeroporto. Ao sair de lá, foi direto para o centro de treinamento da polícia; queria atirar em algo, talvez aliviar o tormento que sentia naquela hora. Um dos instrutores, depois de tantas horas, mandou Oliver embora, ele estava transfigurado e fora de si, atirar em alvos não mudaria sua frustração.Por um motivo estranho, ir para casa era quase a última opção; entrar naquele lugar poderia ser torturante naquele momento. O perfume dela ainda estaria lá, dominando todo o ambiente e o deixando tonto.
Quando Íris resolveu ir para a Alemanha, aquilo foi como uma facada em seu peito. Sentia que ele não tinha nenhuma relevância em sua vida, era apenas mais um, e isso o magoava profundamente. No fundo, ele não se sentia importante para ela.
Oliver ficou um bom tempo do lado de fora da casa, sem coragem de entrar. Quando finalmente resolveu passar pela porta, todos os seus maiores temores se tornaram realidade: sentia o cheiro de seu perfume, mas ela não estava ali. Naquele dia, Oliver quebrou tudo o que havia em sua casa; até a polícia foi chamada devido ao barulho, mas aquilo não parecia ser suficiente para aliviar a dor que sentia.
Depois desse dia, ele resolveu mergulhar de cabeça em seu trabalho. Não havia tempo para nada além de sua sobrinha. Constantemente, recebia mensagens de Íris, mas ignorava todas. Foi difícil se afastar dela; era como se afastar da luz do sol, seu corpo tinha aquela necessidade, mas ele sabia que iria se queimar se ficasse exposto.
Os dias passavam, e Oliver se fechava cada vez mais em sua dor. O vazio deixado pela partida de Íris parecia insuperável, e ele se afastava cada vez mais de qualquer possibilidade de felicidade. O trabalho, antes uma válvula de escape, tornou-se uma forma de enterrar seus sentimentos.
Ele não queria sentir a dor da rejeição, a sensação de não ser importante o suficiente para alguém que significava tanto para ele. Assim, Oliver se refugiava na rotina e na sensação de controle que seu trabalho proporcionava.
Por mais que a falta de Íris o consumisse, ele se convencia de que era melhor assim. Tentar ser importante para ela só o machucaria mais. No entanto, por mais que tentasse esquecer, a presença dela continuava a assombrá-lo, como uma sombra que não desaparece.
Enquanto a saudade apertava seu peito, ele se questionava se teria forças para seguir em frente, se conseguiria abrir mão de Íris e viver sem a luz que ela trazia para sua vida. Em meio às dúvidas e incertezas, Oliver enfrentava seus demônios internos, em busca de uma resposta para o que realmente significava para Íris e para si mesmo.
A sensação de estar aqui, em um novo país, com uma língua estranha, uma culinária diferente e pessoas desconhecidas, era dualista. Por um lado, havia um sentimento bom, já que surgiam novas oportunidades de aprendizagem, mas, por outro, era triste, pois Íris sentia muita saudade do Brasil.
Ela sentia falta de Oliver; ele jamais se virou, não respondeu, apenas a ignorou como se fosse uma desconhecida. Aquilo não era o fim que ela desejava, na verdade, ela não queria um fim. Dia após dia, esperava que ele batesse em sua porta, dizendo que não poderia viver sem ela.
No entanto, tudo o que podia fazer era se concentrar em seu trabalho. Não podia deixar que os pensamentos a dominassem dessa forma. Sabia que Oliver estava bem, pois Patrícia sempre falava dele para Íris, mencionando Juju e todo o resto.
A vida seguiu como um rio que não pode voltar atrás. Durante um longo tempo, Íris buscou equilibrar suas emoções e entender os sentimentos deles. A saudade e a incerteza se entrelaçavam em seu coração, mas ela se esforçava para seguir em frente e construir uma nova vida nesse país estrangeiro.
E, aos poucos, Íris começou a se adaptar à sua nova realidade. Ela abraçou as oportunidades de aprendizado e cresceu com as experiências que aquele lugar lhe proporcionava. Mesmo sentindo falta de Oliver, ela se permitiu abrir o coração para novas possibilidades.
Com o passar do tempo, Íris percebeu que o amor não é sempre o que imaginamos ou desejamos que seja. Às vezes, ele se transforma, e as pessoas seguem caminhos distintos. Ainda havia a esperança de que, um dia, o destino pudesse uni-los novamente, mas ela aprendeu a valorizar a jornada e a aceitar que a vida segue seu curso, mesmo quando as estradas se separam.
Assim, Íris continuou a caminhar, com coragem e determinação, buscando seu lugar no mundo e compreendendo que o amor é uma jornada de altos e baixos, cheia de surpresas e desafios. Ela se permitia viver cada capítulo de sua história, com a certeza de que, no final, tudo se encaixaria de alguma forma, mesmo que não fosse como ela havia sonhado.
ah gente, agora eu estou sofrendo... Estou terminando de passar os capítulos para o wattpad e finalizando assim o livro.
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Refém por Engano
RomanceUma professora infantil que se torna alvo de ameaças após ser confundida com a namorada de um Delegado da Polícia Federal. Juntos eles tem que se afastar de todas as pessoas que amam para segurança delas e deles mesmo. Sabendo que eles tem que come...