Capítulo nove

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Maddy

- Ainda é ridículo acreditar que ela escolheu ele... de novo.
- Maddy, a Cassie sempre vai escolher o Nate. Só quer enxergar as partes boas que ela criou dele para si.
- Esse homem compreensivo e respeitável é uma mentira.
- Nós sabemos. - Jules encara a janela aberta do meu quarto, com as mãos no queixo, seus cotovelos sobre os joelhos.
Me levanto apertando as mãos.
- Eu perdoei aquela vaca. E ela expulsa todos da sua casa, pra sair correndo para aquele verme?
Kat continua sentada na minha cama, o rosto inespressivo.
- Por que a surpresa?
- Porque eu acreditei nela, acreditei que ela me queria tanto como amiga que estava disposta a me colocar acima dele.
Kat revira os olhos.
- Isso foi burrice.
- Eu sei, agora eu sei disso. Me arrependo tanto de ter confiado nela.
- Eu achei que erámos amigas. - Jus balança a cabeça descrente.
- Ela gritou mesmo contigo? - Pergunto.
- Nunca esperei algo assim da parte dela.
- Nem eu. O que a mulher não faz por um pinto.
Kat dá risada.
- Olha, que ela consegue homem muito melhor.
- Só quero ficar bem longe dela, traíra de merda. - Digo.
- Eu também. - Jus fala.
- Vai ficar pra dormir?
- Vou para casa. Nos vemos outro dia.
Jules sai da cama e do quarto.
- Eu vou ficar.
- Vou pegar uma roupa pra você.

Cassie

Acordei bem cedo, fazendo todo meu ritual matinal sagrado. Passando cremes, maquiagem e fazendo o cabelo.
Sento na cama para por os saltos. Levanto, pegando minha bolsa e desço as escadas, escutando uma buzina. Abro a porta da frente, avistando meu namorado lindo no carro, me esperando. Corro e entro no carro, inclino o rosto e ele me dá um selinho rápido.
- Não está maquiada demais para ir a uma escola de manhã?
- E daí? Eu sempre vou assim. Nunca reclamou.
- Quando era mais nova usava menos maquiagem.
- Porque era mais nova.
- Prefiro mulheres mais naturais.
- Claro, vou maneirar na próxima vez.
Sinto de novo o perto no peito, mas ainda sem saber o que tem de errado.

Ao chegarmos na escola, damos as mãos, desfilando nos corredores, como uma rainha e um rei. O melhor casal, a melhor combinação. Todos param para nos olhar e me sinto especial.
Paro de repente com Maddy de braços cruzados no meu caminho.
- Tá atrapalhando. - Tento passar e ela continua na minha frente.
- Ei galera. Vamos dar a recepção que a realeza merece.
As pessoas começam a nos vaiar, só que é bem pior do que fizeram com o Nate. Tem muito mais gente aqui, e insatifeitos, jogam pedaços de comida, papel amassado, acho que até absorventes.
As lágrimas descem por meu rosto, fico tão envergonhada. Nunca imaginei que Maddy poderia ser tão baixa. Então alguém segura meu braço e me tira dali.
Entramos numa sala vazia.
- Caralho. Porra. - Nate chuta uma cadeira.
Abrem a porta da sala. Maddy com o lábio tremendo abre a boca e fecha.
- Foi longe demais, piranha. - Nate diz se segurando para ficar longe dela.
- Eu nunca planejaria algo do tipo. Achei que fossem só vaiar os dois.
- Teria sido menos cruel? - Pergunto limpando o rosto com o dorso da mão.
- Desculpa mesmo. Eu te amo, Cassie. Se eu soubesse teria ficado quieta.
- Eu te odeio. Some da minha frente. - Digo.
Kat entra na sala.
- Ei, vai destratar minha amiga de novo sua vaca?
- Depois do que ela me fez, sim.
- Do que ela te fez? Sabe como a Jules ficou depois que tratou ela que nem lixo? Nunca vi uma amiga tão filha da puta quanto você. Loira desgraçada. - Kat avança em cima de mim. Nem tenho tempo de desviar, ela dá tapa na minha cara. Puxa meu cabelo para frente e depois para baixo. Tento empurrá-la em vão.
- Me larga.
- Para, amiga.
- Eu vou matar essa vagabunda.
- Solta ela porra. - É Nate. Ele empurra Kat e me abraça.
- Nunca mais encosta num fio de cabelo da minha namorada se não quiser que te bata.
- Pode vir, idiota.
- Vamos embora, Kat.
As duas saem.
- Tá tudo bem, amor?
Ele passa a mão no meu rosto e ajeita meu cabelo. Volto a chorar, ele encosta minha cabeça no seu peito e molho sua camisa.
- Sempre disse que elas não serviam para minha garota.
- Eu achei que eram minhas amigas, que podia confiar nelas.
Ele me afasta para que olhe em seus olhos.
- Agora entende que só pode confiar em mim?
Afirmo com a cabeça.
- Então tá bom. Eu te amo.
- Também te amo.
Seus lábios encostam nos meus de forma lenta e calma. Isso me deixa mais em paz. Curto o sabor dos seus lábios gostosos nos meus até ele os separar de mim, deixando um gostinho de saudade.
- Vamos para a sala?
- Sim.

Maddy

- Por que bateu nela?
- Ela é uma vaca e mereceu.
Eu e Kat nem fomos para a primeira aula, saímos da escola e viemos para um café.
- Eu queria dar uma lição nela, em vez disso a humilhei.
- Deveria ter sido ainda pior.
- Fico triste em vê-la tão acabada.
- Eu to nem aí. Quero mais que ela se foda.
- Cacete, garotas. O que foi aquilo? - Jules senta na nossa mesa.
- Foi eu sendo uma ótaria.
- Foi Maddy sendo ícone como sempre. E perdeu a surra que dei nela.
- Bateu na Cassie? Queria ter visto.
- Somos as melhores. - Faço uma careta.
- Somos as melhores para quem merece. E Cassie fica bem longe na lista de merecedores.
- Concordo. - Jules acena para a garçonete.
Kat leva seu café aos lábios.
- Vou querer o mesmo que minhas amigas.
A garçonete acena e se retira.
- Sou uma merda.
- Para Maddy, nem parece você falando. Que saco.
- Cassie vai se arrepender quando ele fazer alguma merda e vai voltar correndo para gente.
Olho para Jules.
- Será?
- Será? Obvio. - Kat diz.
A garçonete volta com o pedido da Jules.
- Só queria saber quanto tempo vai durar o relacionamento deles.
- Algumas semanas? - Kat sorri.
- Quer saber? As duas tem razão. To nem aí pro que vai acontecer ou aconteceu com ela. Ela que escolheu, agora que aguente.
As duas levantam seu café e faço o mesmo como se fossemos brindar. 

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora