Capítulo oito

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Cassie

Saio do banheiro, exibindo meu biquini novo. Ele é rosa, com alsas finas, exibindo bastante dos seios. A parte de baixo é mais encorpada, com alguns desenhos assimétricos.
- Gatissima. - Kat abaixa seus óculos de sol.
Só sorrio em resposta.
- Todas prontas? A festa começa em cinco minutos. - Maddy aponta.
- Só vou no banheiro rapidinho. - Jules diz. Quando sai, descemos as escadas.
Vou para a entrada e assim que abro a porta, vários adolescentes só vão entrando.
- É... podem entrar.
Deixo a porta aberta e vou para a parte da piscina, Maddy já entrou junto com Kat e Jules está sentada em uma cadeira.
Sento na borda, mergulhando minhas pernas e ajeito meus óculos cor de rosa no rosto.
- Posso sentar aqui?
Me viro avistando Nate. Ele sorri calmo. Sinto um pouco de calafrio.
- Sim.
Ele repete meu gesto, deixo os pés dentro d'água. Percebo quando Maddy para de conversar com Kat para olhar de canto de olho para nós dois.
- Desculpa aquilo tudo que eu disse sobre a Maddy.
- Como assim?
- Eu fui bem ótario. Não deveria ter dito aquelas coisas.
- Foi meio babaca mesmo.
- Eu prometo que não farei mais isso. Quero ser um namorado melhor para você.
Sinto um calor interno de felicidade.
- Eu acredito, sei que está tentando ser uma pessoa melhor por mim.
- O que fiz com a Maddy, tem toda razão. Eu a machuquei fisícamente e fiquei ileso.
- Agora tudo passou. Ela só quer seguir em frente. Eu que deveria não ter tocado no assunto.
- Tudo bem, amor.
Ele se inclina e me dá um beijo rápido, mas que abala minhas terminações nervosas, todas implodindo.
- O que tanto conversam? - Maddy nada até nós.
- Nada. - Digo.
- Só tendo uma conversa de adultos, uma conversa madura e segura.
- Nate sabe fazer isso? - A morena desdenha.
Ele morde a boca pra tentar ficar quieto.
- Viu? Eu disse que ela é impossivel.
- Pega leve Maddy.
- Pega leva Maddy?
Minha melhor amiga, sai da piscina, a água espirrando pros lados.
- Ei, pessoal. Podem vir aqui um minuto?
Nate resmunga:
- Que saco.
Todos se aproximam.
- Quem aqui acha esse cara um completo babaca?
As pessoas começam a urrar um sim.
- Quem gosta de ver ele na escola e nas nossas festas?
Todos começam a vaiar.
Nate levanta e corre, passando entre a multidão.
- Que merda, Maddy!
Vou atrás dele, batendo nos ombros sem me importar. Quando chego na frente da casa, ele ainda está abrindo a porta do carro.
- Espera.
Ele para e me encara, um olhar trucidante.
- Como eu posso te namorar se tenho que ficar convivendo com essa louca?
- Desculpa ela, Nate. Maddy fez merda, mas...
- Mas? Ela me humilhou na frente de todos.
- Eu sei.
- Sabe? E vai fazer o que?
- Fazer?
- Vai deixar ela me tratar assim?
- Quer que eu mande nela? Quem manda na Maddy?
- Então você escolhe, ela ou eu.
- Não pode fazer isso comigo.
- Posso e já fiz.
Ele entra no carro e bate a porta, arrancando.
Quando me viro vejo Maddy mordendo a boca, meio receosa.
- Que porra, Maddy.
- Ele mereceu.
- Tava tudo bem. Agora ele te odeia.
- E daí? Foda-se o Nate.
- Porra. Porra. - Coloco a mão na cabeça quase chorando.
- Por que tá exagerando tanto?
- Ele me pediu pra escolher.
- Escolher?
- É você ou ele. Satisfeita?
Passo por ela, batendo em seu ombro com o meu. Subo os desgraus de casa, depois de passar pela porta. Entro no quarto e me jogo na cama, chorando.
Pouco tempo depois, sinto uma mão no meu ombro.
- Cassie.
- Jules?
Me sento.
- Maddy fez merda, eu sei. Só que ele também já fez tanta merda.
- Nate está tentando ser uma pessoa melhor, só que Maddy sempre impede.
- Depois de tanta coisa que fez, Nate merece passar por uma situações como essa.
- Que absurdo. Vocês que tem que parar de perseguir meu namorado.
- Como é?
- Isso mesmo. Deixem ele em paz.
- Decepcionante.
A loira levanta e antes de se afastar pego seu braço.
- Decepcionante?
- Iludida e mal agradecida. Prefere a pior pessoa do planeta a suas amigas que só te desejam o bem.
- Sai do meu quarto. Fora!
Ela solta minha mão e sai, não antes de eu ver seus dedos limpando uma lágrima.
Elas podem ir embora. Só preciso do Nate. Ele me ama. Ele é meu mundo.
Desço as escadas.
- Fora todos. A festa acabou. Agora.
Os adolescentes se retiram aos resmungos, Maddy passa por mim sem expressão, firme.
Fecho a porta e ligo para Nate voltar.
Mais tarde, Nate toca a buzina do carro, saio da casa, fechando a porta. Abro a porta do carro e entro, a fechando.
- Eu te escolho.
- Sabia que não me decepcionaria.
Ele encosta os lábios nos meus e vou aos céus noturnos.
- Onde vamos? - Pergunto.
- Quer jantar?
Aceno e ele dá partida.
Assim que chegamos no restaurante, somos encaminhados para uma mesa.
A garçonete vem pegar os pedidos e ele pede por nós dois.
- Eu sei tudo que ela gosta.
A garçonete se afasta e logo trás nossos pratos.
Começamos a comer, parando para tomar alguns goles de suco.
- Maddy tentou te tirar de mim.
- Ela só estava sendo ela mesma.
- Como sempre.
- Acabou, meu mundo é inteiramente você.
- Exato. Você é toda minha e nenhuma dessas suas amigas vadias vai te afastar de mim.
- Nunca, amor.
- Amor, come mais devagar. Está parecendo uma mulher sem modos. Tem que ter educação para comer em restaurantes assim.
- Ah, desculpe.
Que estranho, ele nunca disse isso pra mim.
Terminamos de jantar, Nate me levou para casa, soltando do carro, abrindo a porta da casa para mim.
- Obrigada pela noite. Te amo.
Ele deu um beijo rápido.
- Também.
Se virou e entrou no carro, indo embora. Sinto que algo está errado, porém não sei explicar o que é. Dou de ombros.
- Deixa para lá.

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora