Capítulo trinta três
Cassie
Seguro Maddy entre os braços e dou um beijo profundo, ela mordisca meu lábio inferior e solta um gemido alto. Infiltro a mão em seus cabelos macios e desloco meus lábios dos dela.
— Eu sou a mulher mais feliz do mundo por ter você para amar.
— Eu sou mais feliz. Eu te amo tanto.
De repente seu semblante fica duro, infeliz, seu rosto parece murchar, ela se afasta mais a cada instante, seus braços se afrouxando de mim, seu corpo sumindo e desfocando. Olho para todos os cantos, mas tudo ficou preto, não enxergo nada além de escuridão e dor. Estou sozinha. Presa em algum lugar que desconheço. Socorro quero gritar, porém da minha boca não sai som algum.
Maddy
Nate senta na cadeira acolchoada do café que combinou de se encontrar com o algoz da Cassie. Estou um pouco distante, mas ainda consiguirei ouvir o que eles falarem. Um cara gordo, todo encapuzado, de boné, óculos escuro e máscara branca senta na sua frente. Ameaço levantar para correr e puxar seu disfarce e Nate me segura fazendo um sinal com a mão para não me aproximar. Então vejo que ele está armado e apontando a arma para Nate por baixo da mesa sem que ninguém note.
— Calma, cara.
— Estou calmo — Escuto uma voz de robô.
Ele está usando algum aparelho para não conseguirmos identificar sua voz. Talvez ele realmente seja alguém que conhecemos.
— Por que essa arma? É um pouco exagerado.
— Se eu tivesse de mão livre sua amiguinha ali do lado viria correndo aqui fazer merda.
— Um bom ponto — Nate sorri.
O algoz balança a arma.
— Pode me falar o que quiser.
— Uma pergunta. Por que a Cassie? É algum ex estranho dela?
— Na verdade ela nunca me notou.
— Um esquisito — Nate ri sem humor — Sempre são.
— Estou longe de ser um esquisito.
— Por isso essa roupa bem maneira, bem longe de ser esquisito.
— Eu amo a Cassie.
— Tava fazendo uma declaração passando com o carro por cima dela?
— Ela nunca me deu a atenção que eu merecia, tive que dar uma lição nela.
— Se ela não for minha não será de mais ninguém? Tá vendo filme demais, cara. Precisa sair mais, curtir umas baladas, vadias que nem a Cassie tem aos montes por aí.
E o Nate otário voltou.
— Cala a boca. Ela não é vadia. Jogou fora uma mulher perfeita e se arrepende até hoje por não ter sabido aproveitar.
— Ah… Na verdade aproveitei bastante, comi ela em todas posições que poderia sonhar.
— Se fosse eu iria querer comer pra sempre, idiota. Se contentou com o prêmio de consolação da irmã sem sal dela, que burro.
Nate bateu na mesa atraindo olhares dos outros clientes. O cara da máscara chegou a arma mais perto da sua perna e a cutucou.
— Acho que se esqueceu disso daqui.
— Foi mal. Só fico irritado quando falam mal da minha namorada.
— Achei que tinham terminado depois que ela te traiu.
— Eu não conversei com ela, mas duvido que ela tenha transado com a Kat, aquela vaca não faz o tipo dela.
— Tem certeza?
— Sim, porque o tipo dela sou eu.
— Nossa, que confiante.
— Com essa aparência.
— A que todos os macho escroto amam.
Nate balança a cabeça.
— Que original.
— O que mais eu posso fazer por você? Sabe que vou continuar no anonimato.
— Eu juro que vamos dar um jeito de descobrir, seu babaca.
— Eu acho pouco provável, mas podem tentar.
Levanto num rompante e sento na frente do algoz e do lado de Nate.
— Eu vou descobrir quem você é e vai morrer pelas minhas mãos, seu filho da puta.
— Tenta vadia, vai ter o mesmo destino da sua namoradinha patética.
Com sangue em ebulição, maxilar trincado, avanço sobre ele, tentando puxar sua máscara, mas ele atira e sai correndo. Todos ficam assustados, alguns clientes saem correndo e outros se abaixam.
— Ele te machucou? — Nate me examina, puxando meu braço e gemo de dor.
— Foi só de raspão.
— Temos que ir pro hospital.
Nate me leva no seu carro, logo depois de tentar enfaixar com sua camisa meu braço. Chegamos no hospital em que a Cassie tá internada e sou atendida sem demora. Alguns minutos depois, estou em uma maca, sentada e Nate está falando com Lexi pelo celular.
— Está se sentindo bem?
— Sim. Pode ir ver a Lexi.
Nate
Assim que avisto Lexi na entrada do hospital, corro para seus braços e abraço forte. Ela me aperta contra seu corpo pequeno e dou um beijo nos seus lábios, ela sorri doce, tão linda.
— Eu sinto muito por ter feito aquilo contigo.
— Eu sabia onde estava me metendo. Disse que ia me fazer pagar.
— Eu juro que nunca te trai com ela. Nunca tinha beijado ninguém além de você antes.
— Eu acredito.
— Depois do que houve com Cassie, essa vingança idiota perdeu totalmente o sentido.
— Estamos bem, então?
— Sim. Eu te amo, Nate.
Nunca pensei que sentiria meu corpo responder com tamanha intensidade a três palavrinhas.
— Eu também te amo.
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Se não fosse tão tarde (Euphoria)
FanfictionMaddy e Cassie ainda não se falam mesmo depois de duas semanas da briga no dia da peça. Cassie não tem mais sua melhor amiga, Nate a ignora em todos os lugares e não atende suas ligações. Ela está decidida a fazer Maddy perdoá-la. Será que essa a...