Capítulo trinta um

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Maddy 

Seguro a mão de Cassie, está quente. Passo a mão pelos seus fios de sol e deixo uma lágrima cair. Quero matar quem fez isso com a minha garota. Atropelaram ela ontem por volta das onze horas. Ninguém viu quem foi, eu só queria por as mãos nesse desgraçado e fazer ele pagar pelo que fez. 

— Eu juro que vou descobrir quem fez isso contigo, amor. 

— Maddy, o horário de visita acabou. 

Olho para trás vendo Kat. Não sei o que faria sem ela. Kat me deu o maior apoio que poderia querer receber desde que ganhei aquela ligação que tirou meu mundo do eixo. 

— Vamos tomar um café. 

— Claro. 

Saio do quarto, deixando o amor da minha vida sozinha. 

Caminhamos pelos corredores, passando pelos médicos, enfermeiras e pacientes do hospital. Chegamos na cafeteria e pedimos um café e um latte para Kat. 

— O que os médicos disseram? 

— Cassie quebrou o braço e teve luxações pelas pernas e apresenta inchaço no crânio. Ela está em coma. Não sabemos quando vai acordar. 

Sem conseguir me segurar, começo a chorar na frente dela, Kat me abraça e alguns minutos depois consigo parar de chorar tanto. 

— Pode contar comigo sempre, tá? 

— Muito obrigada. Não sei o que eu faria sem seu apoio. 

— É minha melhor amiga, a pessoa que eu mais amo no mundo. Como te deixaria na mão numa situação dessas? 

— Obrigada. Você é a melhor amiga do mundo. 

Lexi chega com um sanduíche na mão e me estende.  

— Maddy, como a Cassie está?

Pego a comida, mas não tenho apetite para comer. 

— Na mesma de de manhã. 

— Você tem que ir pra casa tomar um banho. Ficou aqui desde a madrugada. 

— Mas e se ela acordar? Tenho que ficar ao lado dela. 

— Amiga, deixa a irmã dela cuidar dela agora. Lexi tem razão, tem que ir descansar. 

— Tudo bem. Vou pra casa. 

Me despeço das meninas e sigo pro estacionamento, entrando no meu carro e dirigindo de volta para casa. Lá minha mãe está pintando a unha de uma cliente na sala. Entro no banheiro e tomo um banho depois de pegar uma muda de roupa no quarto. Uma hora já se passou, a cliente já foi embora. Sento no sofá da sala e como o sanduíche que Lexi me deu. 

— Sua namorada ainda não acordou? 

— Se ela tivesse acordado acha que estaria aqui? 

— Ser grossa não vai ajudar em nada. 

— Eu sei. Me desculpa. 

— Tudo bem. Sua namorada pode não acordar mais, é totalmente normal estar tão nervosa. 

— Poxa, muito obrigada. 

Levanto e saio da sala, indo para meu quarto e deito na cama, fico olhando nossas fotos juntas no celular e começo a chorar de novo. 

Acordo no dia seguinte, tendo que me arrumar para a escola. Não posso faltar mais um dia. A escola está mais silenciosa que de costume, os alunos ficam me encarando ou dizem sinto muito, mesmo sem nunca terem falado comigo antes. As aulas da manhã passam num arrastar de olhos e vou pro refeitório comer uma fruta bem rápido e dou uma passada no hospital. Cassie ainda está com os olhos fechados, mas os médicos dizem que o inchaço deu uma diminuída. Vejo o celular da Cassie na mesinha e deslizo para abrir, está aberto nos sms e o último que ela recebeu foi do Nate. Ele pedindo para encontrá-la na frente da casa dela. Espera, será que foi ele quem a atropelou? Corro em disparada de volta para meu carro e dirijo até a casa do Nate, soco forte a sua porta até ele atender. Dou um soco na cara dele antes de perguntar qualquer coisa. 

— Porra, Maddy. O que foi isso? 

— Você que atropelou minha Cassie? 

— Caralho, claro que não.  

— Então me explica essa mensagem? 

Ele pega o celular da minha mão e bufa. 

— Cacete, Maddy. Esse nem é o meu número. 

— O que? 

— Não tá vendo que não tá salvo no celular dela? 

— Você pode ter mandado de outro celular. 

— E meu carro taria todo fodido se eu tivesse atropelado ela, sua maluca. Nunca faria isso com a irmã da minha namorada. 

— Onde tá seu carro? 

— Estacionei aí na frente. Passou igual uma pirada e nem viu. 

Viro, avistando seu carro e realmente sem nenhum amassado. 

— Eu recebi uma mensagem estranha no dia que ela foi atropelada. 

Ele me mostra seu celular. 

— Alguém queria que você matasse a Cassie. 

— Mas eu não fiz isso. Eu já amei ela também, cara. Eu nunca tentaria matar a Cassie. 

— Como descobrimos quem mandou essa mensagem? 

— Conheço um nerd lá na escola que talvez possa ajudar. 

— Então o que está esperando? 

Nate fecha a porta da sua casa e seguimos para seu carro. Ele dá partida e dirige para a escola. Eu juro meu amor, eu vou encontrar essa pessoa e fazer ela pagar. 

Kat

Tadinha da Maddy, tão tristinha por causa do que eu fiz pra sua namoradinha. Foi muito engraçado ver como ela ficou desolada por eu ter atropelado a Cassie. Aquele idiota do Nate não fez o que eu queria, então eu roubei um carro e fiz eu mesma. Espero que ela sofra tanto quanto eu sofri por ela pegar o que é meu, agora eu que peguei o que é dela. Para sempre.  

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora