Capítulo quatorze

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Cassie - Uma hora já na piscina

Sinto um olhar em mim, levanto as pestanas, encarando alguns metros atrás das minhas costas. Nate está parado com um copo vermelho na mão. Continuo o fitando, ele para de me olhar e bebe um gole. Volto a focar na piscina e Maddy percebe meu desconforto.

- O que houve, amiga?
- Nate.

Ela vira o rosto, mas ele saiu. A morena encaicha sua mão na minha com um sorriso gentil.

- Ele não tem poder sobre você.
- Verdade? Porque eu quase levantei e fui ali falar com ele.
- Mesmo que faça isso vou estar lá pra abrir seus olhos.
- Eu sei.
- O que as vadias estão concersando? - Kat se enfia no meio de nós duas. - Sempre cheias de segredinhos, eu sou uma amiga muito melhor, mas quem ela chama de melhor amiga? A vagabunda que roubou o namorado dela.

Me sinto descofortável e tento levantar, porém Kat me puxa, me deixando no lugar.
- Aonde vai? Nem terminei.
- Para Kat. - Maddy tenta.
- Parar o quê? Daqui a pouco ela vai estar dando pra ele e você é que vai ficar na merda.
- Já falei pra parar, porra.
- Tá bom, tá bom. Mas não diz que não avisei. - Kat finalmente levanta e entra na casa. Jules e Rue passam por ela, sentando conosco de novo.
- O que deu nela? - Rue pergunta.
- Eu vou atrás dela. - Maddy sai de perto.
As duas namoradas se sentam um pouco longe e começam a se beijar. Sem graça, levanto e volto pra festa. Desvio dos outros adolescentes e subo as escadas, tentando achar um lugar pra ficar sozinha. Entro em um quarto e vou até a janela, vejo que está aberta e passo por ela ficando sentada em cima da telha. Um minuto depois escuto alguém entrando, olho para trás assustada e relaxo quando percebo que é o ex namorado da Kat.
- Oi.
- Oi. - Respondo.
- Eu costumo ficar aqui, nem vi que tinha mais uma pessoa.
- Tudo bem. Pode ficar.
Ele senta do meu lado e um silêncio estranho nos permeia.
- Terminou com a Kat, né?
- Ela me deu o fora.
- É mesmo. - Remexo a barra do vestido.
- Terminou mesmo com Nate?
- Sim. - Fico surpresa comigo mesma por ser rápida em responder.
- Vi ele conversando com Maddy lá embaixo.
- Ela deve estar mandando ele ficar longe de mim.
- Não tem medo deles voltarem?
- Por que teria? Quer dizer quem ia se foder era ela. Aquele cara é podre.
- Por que as garotas bonitas sempre preferem os caras podres?
- Eu não prefiro.
- Mesmo assim ficou com ele por quanto tempo?
- Meses. - Sussurrei.
- Kat me jogou fora por não ser um homem como ele, aposto que ele te comia do jeito que queria. Não devo ser tão bom de cama como ele.
- Nem tudo se resume a sexo, se fosse nunca teria me separado dele.
- Imaginei.
Coloco as mão no colo.
- Não transou com muitas garotas.
- Não.
- É só falta de experiência.
- E quem vai querer sair dando pra um cara como eu?
- Deve ter alguém.
- Uma garota quem nem você nem piscaria na minha direção.
- Não? - Dou uma piscadela. - Viu?
Ele dá uma risada e eu também. Nossos rostos ficam próximos, vejo seu peito subir e descer, ele encara minha boca e depois olha para meus olhos mais uma vez. Sua mão segura meu rosto e quando ele vê que não o afasto, sua boca se aproxima da minha num leve roçar tímido. Eu coloco a mão em seu peito e ele estreme, aprofundo o beijo, sentindo que seu corpo ficou mais quente. Minha língua invade a sua e ele corresponde. Sua boca é macia e tem gosto de bala de menta. Deixo minha mão subir pra seu cabelo e depois num movimento sento em seu colo. Ele empurra meu rosto surpreso, fico sem reação por um instante e ele me puxa de volta, nossas bocas se misturando de novo. Começo a rebolar, sentindo seu pau ficando duro embaixo de mim. Ele larga minha boca e beija meu pescoço.
- Nunca sonhei em ficar com uma garota como você.
- Uhnn.
Ele segura minha cintura e seus lábios caem sobre os meus, nos beijamos por alguns longos minutos até escutarmos um Cacete. Saio de cima dele e olho para a janela. Nate está irado.
- Com ele? Porra.

Ele corre da sala, batendo em tudo.

Sento do lado dele de novo e dou uma risada, ele sem entender ri também.

- Quer uma garota pra aumentar sua
confiança? Vamos ficar juntos escondidos.
- Vai transar comigo?
- Quem sabe.

Dou beijo rápido na sua boca e saio do telhado, entrando no quarto. Ele levanta.
- Melhor ficar por aí mais um tempo.

Ele olha para baixo e concorda. Saio do quarto, me sentindo melhor do que em tempos. Boca diferente, garoto diferente e daqui a pouco pau diferente.
Kat. Porra. Nem me importei com Kat. Caralho. Ela vai me matar. Ela não pode descobrir mesmo. Já sei até o que vai dizer. Ela transa com todos nossos ex, uma grande vadia. Essa Kat é um saco.
No final do corredor antes da escada Nate está parado. Minha felicidade diminuiu um pouco. Tento passar por ele, mas Nate segura meu braço. Puxo, me soltando.
- Está dando pra ele?
- Te importa?
- Claro que sim.
- Não sei o motivo, não é meu namorado.
- Quer saber? Pode foder com quem quiser, é uma piranha mesmo.
- Piranha é você. - Passei por ele, trobando em seu braço e desci as escadas. Na sala Maddy me viu e correu até mim.
- Te procurei em todo lugar.
- Tava descansando.
- Kat vem aqui, pode dizer o que prometeu.
- Desculpa, Cassie. Eu fiquei bêbada demais. Sabe que te amo, gata.
Dou um sorriso amarelo.
- Estou indo embora.
- Vou também. Te deixo em casa.

Saindo do carro da Maddy, ela me diz que vai continuar cuidando de mim. Dou tchau e entro em casa.

- Cheguei.

Subo as escadas, entrando no meu quarto. Pego meu celular, vendo que tem um torpedo.

Ethan:

Depois da escola na minha casa, amanhã?

Abro um sorriso e respondo.

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora