Se não fosse tão tarde (Euphoria)

Capítulo dezenove

Cassie

Sento em uma cadeira numa sala sozinha e desabo sobre minhas lágrimas.
O que houve agora pouco? Foi tão estranho, mas de um jeito bom. Deliciosamente bom. Quer dizer, eu nunca tinha ficado com uma garota dessa forma antes, mas foi tão... puta que pariu. Só que isso é loucura. Maddy é minha melhor amiga há anos. Como posso começar a ter um caso com ela? E bem, eu não saberia se ia querer. Quer dizer, eu sou bi também? Seco as gotas no meu rosto e dou uma risada. Isso é muito mais louco do que pegar o ex da Kat. Eu não posso ficar com Maddy, foi divertido, mas eu gosto de homens, pelo menos acho que sim. E ela deve tá ficando doida com meus problemas e tá confundindo seu amor por mim com esse tesão doido. Só pode ser.
Sacudo os cabelos e levanto, saindo da porta. Deço pelo corredor, indo pro armário, pegar meu livro para próxima aula.
- Cassie.
Tomo um susto e fecho meu armário com um baque.
- Maddy?
- Olha, desculpa por ter feito aquilo do nada. Eu tive uma avalanche de sentimentos por você naquele momento e não consegui me segurar.
- Tudo bem. Foi só emoção. Uma coisa pra gente relaxar.
Sua expressão escurece. Se fechando.
- Eu não tava brincando.
Ela pega no meu braço.
- Eu sei que sentiu o mesmo que eu.
- O que?
Sua mão sobe, arrepiando os pelos dos meus braços.
-Eu quero te beijar de novo. Mesmo que isso te faça chorar mais uma vez.
- Amiga...
- Não quero ser sua amiga. Quero te foder.
Sua mão chega no meu pescoço e aperta de leve. Minha pulsação descompaça. Arregalo os olhos, sem saber o que responder.
- Para de besteira.
Empurro sua mão para longe de mim.
- Somos só amigas e só isso que seremos.
- Não. Não, quando eu vi o que realmente sinto por você. Eu te...
Tapo sua boca.
- Cala a boca.
Fujo dali o mais rápido que posso e entro na minha sala de aula. Jules senta na minha frente, se vira batendo com a lápis de leve na minha testa.
- Tá com uma cara estranha.
- Se eu te contar uma coisa, promente que vai ficar entre a gente?
- Claro. É o mais próximo de amiga que tenho aqui.
- Maddy e eu ficamos.
Ela arregala a boca.
- Como é?
- Ela veio do nada com um papo doido que gosta de mim e nos beijamos.
- Caraca. Sério, to sem palavras. O que disse pra ela?
- Beijei ela de volta e deixei ela me tocar, tipo lá embaixo.
Dei um sorriso estranho.
- Uau. Muito uau. Você também tá afim dela?
- Claro que não. Eu sou hétero.
- Ninguém que é hétero fez o que tu fez, amiga. Foi mal te informar.
- Impossível. Eu só me deixei levar, quer dizer, ela é boa naquilo.
- Só gostou porquê sente atração por ela. Ou seja sente atração por mulheres.
- Será?
- Claro, amiga.
- Se isso é verdade, eu posso testar.
-Testar?
- Beijar outra mulher.
- Pode ser. Mas se você só tiver atração por quem gosta?
- Nunca tive esse problema com homem.
- Pode ser diferente com mulheres.
- Mas se eu gostar, vai provar que sou bi.
- Com quem vai testar esse teoria?
- Não conhece nenhuma garota?
- Tem uma garota na aula de química que não tira os olhos de você.
- Fala com ela pra se encontrar comigo no intervalo.
- Pode deixar.
Na hora do almoço, fiquei na mesma sala da última aula. Meus dedos tremiam, sem saber o que esperar. Finalmente a porta se abriu e a garota entrou, fechando a porta atrás de si.
- Nem sabia que gostava de garotas.
- Ah... nem eu.
- Como?
- Nada não.
- Então como você quer começar?
Não deixei a garota falar mais nada e beijei sua boca. Ela ficou meio estática no início pela minha iniciativa rápida, mas foi se entregando. Mechia a boca no ritmo da dela, chupando sua língua, embolando minha língua na dela. Tentei desta vez eu tomar a iniciativa. Infiltrei minha mão por baixo do seu sutiã, sentindo seu bico contra meus dedos. Era macio, gostoso de sentir. Passei os dedos em volta da aurela em círculos lentos, deixando-os duros. A garota gemeu na minha boca. Escutamos a porta se abrindo e larguei seus lábios, os meus inchados e vermelhos. Maddy me fitava, seu rosto coberto de tristeza.
- Maddy, espera!
Corri atrás dela, passando pelo corredor, descendo as escadas. Ela passou pela entrada da escola e fugiu para o estacionamento, entrando no seu carro. Entrei antes dela fechar a porta.
- Por que tava beijando aquela garota?
- Pra saber se é certo beijar a sua.
- Que resposta mais ridícula.
Sem deixar ela responder, beijei sua boca com ferocidade. Montando em seu colo. Meu beijo a engolia, não deixando espaço para mais nada. Ela tirou a blusa e eu arranquei seu sutiã. Tomei seu seio na boca, sugando com força. Maddy gemeu alto. Abocanhei o outro, lambendo e sugando. Comecei a enfregar minha calça nela, cavalgando seu corpo. Ela beijou minha boca de novo. E ficamos um tempo fazendo isso. Até eu abaixar e tirar sua calça e calcinha. Enfiei a língua dentro da sua entrada, sugando, manobrando ela por dentro, com os dedos apertava seu clitóris. Maddy gritou com o impulso de prazer que a atingiu. Levantei o corpo e fui pro banco do passageiro. Ela recolocou a calça.
- Isso foi intenso.
- Eu queria deixar uma coisa clara, Maddy.
- Pode falar.
Seu rosto transmitia tanta felicidade que me detestava por dizer o que pretendia.
- Eu não gosto de você.
Seu rosto se apagou.
- Eu estou apaixonada por Ethan. E por mais que isso tenha sido uma das melhores esperiências da minha vida, eu sei que não vou nunca gostar de você desse jeito.
- Por que acha isso? Depois de ter me feito um sexo oral mais incrível que qualquer outro homem.
- Você é importante demais pra eu gostar de você assim. Meus relacionamentos sempre acabam e você nunca vai ter fim.
- Pode se apaixonar por mim, é só se deixar envolver.
- Não vamos ficar juntas, Maddy. Isso eu prometo.
Deixo o carro, andando para o prédio. Maddy não vem atrás de mim. Eu sei que tinha de ser sinsera com ela. Não posso machucá-la mais do que já fiz. Ela é importante demais pra eu fazer isso.
Ethan é a primeira pessoa que vejo no hall. Ele me olha como se soubesse de algo. Seu olhar tá dizendo isso.
- Ficou com outra pessoa? Tá com cara de que sim.
- Que besteira. Tá com fome? Quero almoçar.