Capítulo vinte dois

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Cassie

Assim que entro no corredor sinto uma premonição como se fosse acontecer algo muito ruim. Ignoro, passando pelas pessoas, que esbarraram em mim de tão chapados. Um idiota derrama alcool da minha blusa, xingo o babaca e procuro por um banheiro para poder me secar. Acho um sem muita demora e entro sem bater. A cena que presencio é tão chocante que fecho a porta de novo, arregalando os olhos. Espero e abro mais uma vez. Ethan metendo em Kat sem pudor, os gemidos altos dela como um tipo de barulho para minha cabeça. Ele finalmente me vê e para, empurrando a morena.
- Porra, Ethan. Nem gozei ainda.
Ela vira, percebendo que estou parada aqui.
- Que foi? Plateia só deixa mais gostoso.
Corro dali, descendo rápido as escadas. Ethan me grita desesperado, não paro mesmo assim. Em um minuto estou no gramado na frente da casa, chorando como se ele fosse meu namorado ou coisa parecida.
- Cassie, desculpa. Não sei porquê fiz aquilo.
- Não sabe?
- Eu gosto mesmo de você, do que temos juntos.
- Mesmo assim transava com ela.
- Eu só queria mostrar a ela que sou o tipo de homem que ela dizia que eu não era.
Minha expressão séria termina meu choro desmedido.
- Você é tão ruim quando ele.
- Tá me comparando ao Nate? Sério Cassie?
- Só é mais um babaca.
- Eu ainda sou o mesmo Ethan de ontem.
Balanço os cabelos, olhando pro lado, sem acreditar.
- O que tá acontecendo aqui?
- Kat dá um tempo - Ethan suspira, sua boca numa linha sôfrega.
Ela olha de mim para ele e dá uma risada cruel.
- A talarica e o nerd?
Suas risadas batem nos meus ouvidos, parece que eles vão sangrar.
- Que fofo. Queria fazer comigo o que fez com a Maddy? Querida, eu nunca amei ele.
- Cala a boca, Kat.
Eu permanecia calada. Só queria sumir.
- Maddy disse que você escondia algo dela, era esse patético?
Maddy passou da porta de entrada, sua cara fechada.
- Disse não pra mim por ele e Ethan nem te valorizou.
- Meu Deus. As duas estão se pegando?
- Me condenou e também tava me traindo?
- Desculpa, Ethan. Eu gosto mesmo de você. Se quiser podemos superar isso.
- Quer saber? Agora quem não quer sou eu. Nate tem razão, você é uma puta.
Ele ia saindo, mas Maddy puxou o colarinho da sua blusa, jogando ele no chão.
- Puta é o caralho, filha da puta!
Ela começou a surar sua cara repetidas vezes, Ethan desprovia de força para lidar com uma mulher como ela. Ela socava, socava e socava. Seu rosto manchado de sangue, pingava na grama. Kar ria de rolar no chão. Eu nem sei o que eu fazia, inerte, sem reação. Então ela parou e levantou, deixando-o desmaiado.
- Ela é minha, seu merda.
Deu um chute nele e me puxou pelo braço, levando para dentro da festa. Fomos para parte de trás da casa. Paramos num canto vazio e meio fechado.
- É minha?
- Maddy...
Sua boca nunca me dava tempo pra pensar e assoitava a minha sem permição. Línguas e dentes juntos numa mistura intoxicante. Eu era pura fervura em ebulição. Quente em todos os lugares que ela tocava e maculava. Empurrei seu rosto para longe do meu.
Eu tentei fingir que não a queria, que era a escolha errada, que gostava dele, mas é Maddy. Eu acho que amo essa garota.
Ela abriu a boca e eu disse:
- Vamos namorar.
- Você é minha.
Ali eu soube que sempre foi ela.

Lexi

Estou tentando não ligar pro fato de Nate me convidar para sua festa e nem se diginar a vir me ver. Eu deveria estar me importando com ele? Quer dizer, é o Nate. Eu nem gosto dele. Nunca reparei o quão bonito ele parecia perto da Cassie. Nos seus braços fortes, naquele olhar de predador. Não. Definivamente eu não ligo para aquele projeto de escroto.
- O que tá pensando tanto olhando pela janela tão concentrada assim?
Quase tomo um susto ao ver Nate do meu lado. Nem me sinto nervosa ao estar sozinha com ele num quarto.
- Com certeza não em você.
Ele sorriu. Seu lábio curvado, deslizando sensual.
- Também pensei em você. Em qual calcinha estaria usando. Que perfume teria posto para me seduzir.
- Minha calsinha é grande e bege.
- O importante é o que tem embaixo dela mesmo.
Ah, que filha da puta gostoso da porra. Merda.
- Como se fosse descobrir como é.
- Antes que perceba minhas mãos e outras partes bem mais pecaminosas vão descobrir e desvendar cada parte que queira esconder dos outros.
- Até parece.
Coloquei as mãos na janela, fingindo que ele tinha sumido.
- Sabe que de nada adianta ficar me evitando.
- Por que? - O desafiei com o olhar.
- Eu sempre consigo o que eu quero e ter sua virgindade vai ser tão fácil como todas as brincadeiras que já ganhei.
- Quem disse que sou virgem?
Nate passou os dedos quentes por minha bochecha, minha boca e deslizou pelo meu pescoço, enquanto eu tentava não gemer.
- Nós sabemos quando são virgens.
Bato na sua mão e ele ri.
- Pode me bater, eu gosto.
- Idiota.
- Posso ser seu idiota se quiser.
- Nunca.
- Vou te deixar sozinha de novo. Fica ansiando por me deixar te beijar.
- Sai daqui - Ri.

Voltei a olhar para lua, sozinha novamente. Será que eu tava mesmo me enfiando nessa furada? Gostar do ex da minha irmã? Quão burra eu consigo ser? Achei que fosse a irmã inteligente. Que ótimo.

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Oi, queridos.
Espero que tenham gostado de ver elas ficando juntas finalmente.
Se gostou do capítulo comenta e deixe sua estrelinha. Fico muito feliz.
Beijinhos <3

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora