Capítulo vinte três

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Lexi

Uma semana se passou e Nate não me dirigiu o olhar uma única vez. Quer dizer, foi ele que começou essa seilá o quê que estavamos fazendo.
A única idiota nessa roubada sou eu?
Fico olhando para ele quando o vejo passando no corredor, quando ele está comendo com os amigos no refeitório e até dei uma escapulida para um dos treinos dele, fingindo que lia um livro na arquibancada. O quão mancada da cabeça eu sou? Droga.

- Lexi, lexi. Irmã!
- Oi, desculpa. Estava distraída.
- De novo viajando, enquanto encara a parede. Tá com algum problema?
Nate.
- Não, estou ótima.
- Bom... mamãe pediu pra descer. A janta tá pronta.
- To indo.
Olho mais uma vez para ter certeza que ele não enviou uma mísera mensagem. Nada. Eu sou uma idiota.
Desço as escadas, indo para a sala de jantar. Minha mãe está bebendo um vinho, Cassie rindo enquanto fixa o olhar no seu celular. Sento na mesa, levando garfadas na boca. Meio para baixo.
Aquilo tudo foi uma brincadeira para ele? Eu sou uma pateta inútil?
Meu celular dá um toque. Pego depressa e abro a tela.

NATE: OI, GATA.

Sério? Só isso? Depois de uma semana. Filha da puta.

LEMBROU QUE EU EXISTO?
digitei e apaguei.

EU: QUEM É?

NATE: O CARA QUE VAI TIRAR SUA VIRGINDADE.

EU: CALA A BOCA, NATE.

NATE: ACHEI QUE NÃO SABIA QUEM ERA.

EU: O QUE VC QUER?

NATE: VEM AQUI PRA FORA.

EU: PORRA. VC TÁ NA FRENTE DA MINHA CASA, SEU LOUCO. E SE MINHA IRMÃ VER?

NATE: VEM LOGO.

Esse filha da puta.
Pedi licença e disse que ia me encontrar com Rue.
- Ela voltou a ser amiga da Rue?
- Vai saber.

Rue também me usava, pois faço o mesmo.
Fecho a porta da frente, já me deparando com ele. Nate abre a porta do carro, esperando que eu entre. A garota boazinha treme em voltar para casa, segura e familiar. A nova Lexi quer entrar no carro e saber o que vai acontecer.
Ele sorri ao me ver sentar no banco do carona e senta em frente ao volante. O carro dá partida.
- Então... o que vamos fazer?
- Gosta de praia?
- Não muito.
- Ótimo.
Passamos o caminho em silêncio, ele sem tirar os olhos da estrada. Eu me arrependendo de não ter trazido um casaco. O vento frio bate no meu corpo. Estremeço, ele parece não notar meu desconforto ou nem liga.
O safado estaciona perto da areia. Porra, ele me trouxe aqui mesmo?
Saímos do carro.
- Sabe que estou sem casaco e biquíne, né?
- Quem disse que vai ficar vestida?
- Como é?
Ele foi tirando sua blusa, seus sapatos, desceu a calça, ficando de cueca. Desviei o olhar para tentar evitar secar seu corpo perfeito.
- Tá esperando o quê?
Ele correu para a água, pulando nas ondas calmas para a hora que era.
O que eu faço? Entro de roupa? Fico de sutiã e calcinha? Mas minha calcinha é muito feia e meu sutiã mais ainda. Caralho, que se foda. Tiro a roupa toda, me aquecendo com o seu olhar. Ele para, ficando pasmo. Seus olhos descendo por cada centímetro meu. As ondas cobrem seu pau que deve estar duro.
Ele não esperava por essa, certo? Toma essa.
Corro para a água, deixando que ela cubra meus seios, chego perto dele, que nem move um músculo.
- O que foi? Surpreso?
- Pulou na água com um lobo como eu nela, ou é doida ou é muito corajosa.
- Provavelmente sou doida.
Ele ri. Uma risada gostosa que nunca imaginaria saindo desta boca. Que boca.
- Quer que eu te toque?
- Me tocar?
- Algum homem já tocou em você?
Podia dizer uma mentira.
- Não.
- Então acho que posso começar com algo mais sutil.
Fiquei estática. Sua boca provou a minha. Sem mais nada para descrever além de que ele saboreava os declives, as nuances da minha boca. Testando o sabor, deflorando minha língua, gemendo, sugando.
Algo dentro de mim batia com força, indo para as estremidades das minhas pernas.
Ele afastou sua boca. Passou o dedo pelo meu rosto, adentrou ele nos meus cabelos. Beijando mais demoradamente minha boca, descendo para meu pescoço, deixando chupões. Ele passou os dedos pela curvatura dos meus seios, mas deixou de tocá-los. Passou a mão nas minhas costas e pressionou meu corpo contra o dele.
- Quero que sinta como estou duro.
Sim. Duro como pedra.
- Vou te dar seu primeiro orgasmo e nem vou te penetrar.
Ele apertou sua ereção contra mim, minha vagina sentindo aquele comprimento, os esparmos começando a me atingir. Ele continua a roçar em mim, coloco minha cabeça sobre seu peito, ocilando, delirando. Minha vagina derrentendo, congestionada. Ele pressiona mais e mais.
- Quero que diga o meu nome quando gozar.
- Nate...
- Só quando gozar.
Apertei minha boca, tentando me conter. Sua boca mordendo meu pescoço, sua ereção querendo entrar dentro de mim.
- Eu não vou aguentar.
- Vai e depois vou estar em você de verdade.
- Eu...
Meus olhos arregalaram.
- Nate!
Nate me pegou pelos braços, cintura, me carregando para fora da água.
Aquele orgasmo me consumiu por inteira e ele nem tinha entrado em mim ainda. Ele me colocou na areia, pondo minha roupa de volta em mim.
- Obrigada.
- Quem deve agradecer sou eu. Me deu essa honra.
- Idiota.
Ele me pegou no colo de novo, eu rindo. Me colocou no carro e voltamos para minha casa. Saí do carro e ele me beijou, eu gosto tanto de beijar esse homem.
- Eu sou louca.
- Só porque vai transar comigo?
- Claro. O que mais seria?
- Te vejo na segunda.
Droga. Eu gosto dele.

Cassie

- Lexi não voltou ainda. Acha que ela pode ter ido encontrar Nate?
- Amor, ela é mais inteligênte que isso.
- Mas, Maddy. Eu to descofiada. Peraí, estou escutando um carro.
Corro para a janela, porém só vejo minha irmã entrando em casa.
- Depois converso contigo, amor. Boa noite.
- Boa noite, mô.
Desligo a chamada do celular.
Lexi entra no quarto, toda molhada e com areia no corpo.
- Foi a praia?
- Rue tava com uns amigos.
- Tem certeza que esse amigo não se chama Nate?
- Até parece.
- Sei.

Nate

Caralho. O que foi aquilo tudo? Ela realmente ficou nua na minha frente. Fiquei tão sem reação que não transei com ela. Quer dizer, eu costumo transar nessas ocasiões, mas por algum motivo não parecia certo. Ela é tão inesperiente. Ela nunca foi tocada, nenhum outro homem entrou nela. Eu serei o primeiro. Estou lidando com isso de uma forma estranha. Sentindo coisas que não são do meu feitio. O que tem de errado comigo? Eu só não ia machucar a Cassie? Por que parece que é mais que uma simples transa? Porra, estou fodido.

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Oiii, lindinhas.
O que acharam do capítulo? Mostrei um pouco mais de Lexi e Nate, espero que tenham gostado.
Deixem sua estrelinha, que me ajuda muito.
Beijinhos <3

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora