Capítulo onze

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Cassie

De noite, Nate me liga e não atendo. Estou farta do seu modo, não aguento mais ser tratada daquela maneira.
Abro meu armário, tirando uma muda de roupa, troco a minha e escovo o cabelo.
- Mãe, volto tarde. Não me espera.
Bato a porta de casa e peço um aplicativo.
Minutos depois, estou em frente a porta de Maddy. As mãos tremendo, forçando um sorriso amigável no rosto que está com expressão apavorada.
Ela vai bater a porta na minha cara.
Vai me bater igual sua amiga.
Estou ferrada.
Maddy abre a porta, o rosto fechado e dá de ombros.
Passo pela porta com a deixa que seu corpo mostrou.
- Meus pais estão dormindo.
- Não farei barulho.
Ela me guia pelas escadas, tiro os sapatos.
Entramos no seu quarto e Kat diz:
- O que essa vaca faz aqui?
- Fala baixo, caralho. - Pede Maddy.
- O que ela veio fazer aqui? - Sua voz se trona morna.
- Vim me desculpar com Maddy e aproveitando que está aqui. Sinto muito, Kat.
- Por ser uma cuzona?
- É. - Meu sorriso sem graça.
- Tudo bem. Perdoada. Mas se for uma idiota de novo, vai ganhar porrada.
- Claro.
- Senta aí.
Faço o que minha melhor amiga pede, sentando em um puff.
- Então, por que mudou de ideia?
- Nate está insuportável.
Kat revira os olhos.
- Quando aquele esbuste não está?
- Ele vem me imposto várias coisas, dentre minhas roupas e modos.
Maddy só balança a cabeça em reprovação.
- Mandei ele se foder.
- Isso aí gata!
- Já mandei não gritar, porra. - Maddy grita também.
- Foi mal.
- Agora o que resta é esperar.
- Esperar o que? - Kat pergunta.
- Se ele vai mudar ou terminar comigo.
- Se for só isso, pode saber que é uma mulher solteira. - Kat dá risada.
- Que merda.
Maddy franze as sobrancelhas.
- Merda? Ele é o pior tipo de homem para se namorar. Ainda bem que terminaram.
- Talvez.

No dia seguinte, acordo na cama de Maddy, ela me dá uma caneca de café.
Depois da última gota, levanto e me despeço.
Me arrumo em casa, com a bolsa no ombro sigo para a escola.
Antes de entrar na portal de entrada Nate me puxa pelo braço.
- Amor, sinto muito por ontem.
- Achei que ia terminar comigo.
- Nunca. - Ele me dá um beijo estalado.
- Acho que me enganei. - Kat bate palmas.
- Se bater na minha namorada de novo, eu juro...
- Para. - Kat levanta a mão o cortando.
- Nem precisa falar. Estou bem com sua namoradinha. Ela é minha amiga.
Maddy coloca o braço ombro de Kat.
- Cassie é importante para nós duas.
- Desde que fiquem na sua com relação a minha relação com ela.
- Pode deixar. - Kat coloca um pirulito na boca e sai.
- Qualquer coisa, avisa. - Maddy diz ao meu ouvido de uma forma que só eu possa escutar.
- Vamos, namorada.
Quando as aulas terminaram, Nate veio me buscar. Entrei em seu carro. Ele deu partida, me levando para sua casa.
Dentro so seu quarto, sentei em sua cama, ele sentou ao meu lado.
- Sou tão apaixonado por você. Fiquei péssimo em saber que te fiz algum mal. Sabe que nunca faria de propósito.
- Acho que sim.
Nate se aproxima e beija meus lábios. Não estou muito afim, por isso os separo.
- O que foi?
- Estou sem vontade.
- Mas eu fui legal e me desculpei.
- Mesmo assim, não quero.
- Sabia que ainda tinha raiva de mim.
- Como assim?
- Eu te aceito como é! Acha que me importo com os comentários que escuto? Sua namorada deve fazer de tudo na cama, já que é uma vadia.
Começo a chorar.
- Isso chora. Chora por me fazer escutar essas merdas e ter que concordar. Ter que ficar calado, porque é verdade. Minha namorada é uma completa piranha, vagabunda do caralho.
Me afasto e ele vem para cima, apertando meus dois ombros.
- Para de chorar. Eu te amo. Não ligo que é uma grande vadia.
Ele me abraça. Continuo chorando.
Ele percebe e se afasta me empurrando na cama.
- Fica aí chorando. Vou no banheiro e quando subir esteja linda.
Quando escuto a tranca fechando, desço, correndo as escadas e saio daquela casa. Corro. Corro. Corro.
Paro estando longe e ligo para Maddy.
Seu carro surge em poucos minutos, subo chorando e ela me abraça.
- Vou acabar com aquele canalha.
Seu carro dá partida e saímos dali.

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora