Capítulo sete

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Cassie

O vento balança meus cabelos cor de sol, fito o céu noturno, os pelos do meu braço se eriçam pelo ar frio da noite. Coloco a cabeça para trás, sorrindo sem motivo.
Maddy aperta a bike nos dedos, ela está a conduzindo entre as ruas, me levando para casa.
Avisei a Jules sobre o rapto e ela já confirmou que vai voltar de carona com um boy que conheceu na festa.
Quando eu liguei para ela, a loira não ficou muito feliz.
- Ela te perdoou, fico feliz. Mesmo assim precisa mesmo perdoar Nate? Ele ia bater nela, de novo.
- Eu ainda não perdoei.
- Mas vai, sei que vai.
- O importante é que Maddy é minha melhor amiga de novo.
- E eu? - Ela dá uma risadinha.
- Você também é meu amor.
- Vai me esquecer pra ficar colada nela agora?
- Ainda vai continuar sendo minha amiga. Nunca nos falamos tanto, e fico bem feliz que nos aproximamos nesse período tão difícil pra mim.
- Como eu ia te deixar sozinha?
- Me ama mesmo, não é?
- Obivio, gata.
- Cassie, ainda tá no banheiro? - Maddy me chama fora da cabine.
- Vou indo, falo com você depois, Jus.
- Beijo.
Saio da cabine.
- Falava com a sua nova melhor amiga?
- Com ciúmes?
- Nunca. - Ela desvia os olhos e eu a abraço. Ela sorri.
Saímos do banheiro indo para a bike.

Maddy para a bike na minha calçada e descemos, deixando ela no gramado.
- Quer dormir aqui?
- Pode ser.

Entramos na sala, minha irmã está sentada lendo um livro na poltrona.
- Chegou tarde, maninha.
- Se está tarde, o que faz lendo?
- Estou em casa.
- E?
Ela revira os olhos e saímos de perto.
Entrando no quarto, pego uma muda de roupas para Maddy e deixo ela usar o banheiro primeiro.
Quando ela sai, tomo um banho rápido e sentamos na minha cama.
- Faz tanto tempo que não ficamos juntas aqui. - A morena diz.
- É mesmo. Quer conversar?
- Queria saber se está mesmo bem com o fato de eu estar namorando com o Nate?
Maddy comprimi a boca e solta um suspiro.
- Eu vou te apoiar no que você escolher, apenas vou acabar com aquele filho da puta se ele te machucar.
- Eu sei que ele vai ser bom pra mim.
- Assim espero.
Dou um sorriso fraco.
- Vamos dormir?
Ela acente e nos preparamos para deitar.

No dia seguinte, Jules manda um torpedo dizendo que vem buscar a bike.
Ao sairmos da minha casa nos deparamos com Jules motando em sua bicicleta.
- Bom dia.
- Bom dia.
Maddy dá um aceno.

Assim que entramos na sala, avisto Nate no fundo, ele olha de mim pra Maddy, percebendo que chegamos juntas.
Maddy senta no meio, olha pra mim indicando a cadeira ao lado.
Nate é uma márcara de mármore me fitando como se fosse me bater.
Decido sentar perto de Maddy e escuto ele resmungar baixo.
A aula termina e Kat chama Maddy na porta, ela olha pra mim como se estivesse querendo saber se está tudo bem em me deixar sozinha.
Balanço a cabeça com um sorriso e ela sai da sala.
Nate continua sentado no fundo, sua cara inespressiva e ao mesmo tempo com uma fúria velada.
- Ela te botou contra mim?
- Por que faria isso?
Ele levanta abruptamente me assustando e sorri.
- Ela me odeia, aposto que ficou a noite toda me destruindo.
- Maddy só quer me proteger.
- De mim?
- Sim. Você agrediu ela e ainda saiu como se tivesse feito nada.
- É assunto passado.
- Machucou ela. Fez ela mentir.
- Fica fora disso. Estou avisando.
- Por que? - Chego mais perto, tomando coragem.
Ele morde a boca como que para se conter e passa a mão no rosto frustrado. Chega mais perto e coloca a mão nos meus ombros.
- Eu te amo, Cassie. Como nunca amei uma mulher na vida.
- Eu também te amo.
Seu sorriso se transforma em algo cruel.
Aperta mais fundo minha carne.
- Mas não ache que pode se meter na minha vida. Não fale mais nenhuma besteira.
- Me larga. - Saio de seu aperto.
- Foi ela... aquela piranha.
- Não chama ela assim.
- Chamo como quiser. Ela é uma vagabunda que trepa com qualquer um.
Dou um tapa na sua cara e ele fica imóvel, segurando o rosto.
Me arrependo na mesma hora.
Ele move lentamente o rosto para mim, e inclina a mão na minha direção. Me encolho.
Ele vai me bater. Vai me bater. Me bater.
Segura meu rosto e desvasta minha boca com a sua. Não correspondo de inicio pela surpresa. Então me entrego. Linguas, dentes e gemidos desenfreados.
Sua mão aperta minha bunda, enfio minha mão em seus cabelos.
Meus sentidos enloquecem, minha pele arde de paixão alucinada. Só quero sentir sua boca, sua mão me apertando.
Ele se afasta, segurando meu queixo em sua mão.
- Você é louca. Eu gosto disso. Mas nunca mais bata na minha cara.
Ele pega sua mochila, coloca o casaco nos ombros e sai.
Sento na cadeira, não sabendo o que sentir.
Isso foi tão intenso. Louco. Louco demais.
Eu amo tanto esse homem.
Meu homem.

- Cassie?
- Oi?
Maddy me encara com a mão na cintura.
- Fiquei preocupada. Vi ele saindo.
Me levanto.
- Eu bati nele.
- E o que ele fez? Nate revidou? - Ela me vira de um lado para o outro.
- Ele respondeu com o beijo mais inesquecível de todos.
Ela dá risada.
- Acho bom, se não eu batia nele.
- Eu acredito.
- Amiga. - Kat entra na porta.
- Vamos para a próxima aula? - Maddy pergunta.
- Sim.
Pego minha bolsa e saímos da sala.

Se não fosse tão tarde (Euphoria)Onde histórias criam vida. Descubra agora