Capítulo dezenove

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Marília parecia mais animada que todos enquanto os preparativos para a convocação oficial pra copa do mundo estavam a mil, petiscos espalhados pela casa, convocados uniformizados, as crianças fazendo bagunça no chão da sala enquanto Everton tentava ajudá-los a colar figurinhas no álbum.

Cada nome dito por Tite era uma explosão diferente mostrando que a família ali apoiava não apenas os jogadores presentes, mas a seleção.

O nome de Richarlison não foi uma surpresa o que rendeu algumas piadinhas sobre uma provável camisa nove. Essa que ele acredita que ficará com Gabriel Jesus já que este tem mais tempo vestindo a amarelinha.

O assunto rendeu pelo resto da tarde, a casa ainda estava cheia quando subi as escadas com Antônio nos braços e o coloquei dormindo em seu berço.

Fiquei confusa entre cobrir ou não o garotinho, talvez esteja calor para mim e frio para ele ou ao contrário, talvez eu pense que ele pode estar com frio e ele estar cozinhando de calor.

— A gente — Coloquei o dedo indicador sobre os lábios para impedir que Richarlison acordasse Totoi — Vai fazer um churrasco pra comemorar — Eu já esperava por isso,  então apenas levantei as sobrancelhas esperando ele dizer o que eu tenho haver — Quer alguma coisa da rua?— Completou ainda sussurrado.

Richarlison Andrade, possível camisa nove da seleção brasileira está mesmo interessado em saber se eu preciso de algo que venha da rua.

— Talvez um bom pão de alho — Sugeri sem ter certeza se ele falava ou não sério.

— Anotado — Falou e antes de sair voltou sua atenção a mim — Qual marca de cerveja você que?

A que vocês comprarem é claro.

— A mesma que você — Respondi com um curto sorrisinho.

Richarlison voltou a andar na direção da porta e parou mais uma vez.

Não quer vir com a gente pra escolher?

Neguei.

— Me surpreenda — Pedi.

Quando ele saiu dei risada sozinha, como ele pode ser tão envolvente, fofo e sexy ao mesmo tempo?.

É Antônio, estou enlouquecendo — Falei deixando o cobertor nos pés da cama, mas fazendo uma anotação mental de que preciso voltar aqui para ter certeza de que tomei a decisão certa em alguns minutos.

A cozinha dos Nery Ribeiro estava um caos, todas as mulheres ali presentes reunidas em volta da mesa falando ao mesmo tempo.

Me aproximei sem querer me envolver.

— Talya, diga a elas — Mas Marília não me permitiu — Diga a elas que devemos fazer arroz no arado ao invés de lasanha.

— Pensei que teria churrasco — Respondi sem jeito, pra mim churrasco é janta.

Me afastei novamente indo para a área externa da casa onde começavam a arrumar as cadeiras como na outra noite.

Me sentei exatamente na mesma e não demorou quase nada pra cadeira ao meu lado ser ocupada.

Encarei a garrafinha suando na minha frente e não pude deixar de sorrir.

— Foi coincidência ou você andou pesquisando sobre mim?

Perguntei a ele que ocupou a cadeira ao meu lado.

— Qual delas me deixa mais atraente?

Brincou.

— Ambas — Falei segurando a garrafa e a levanto até meus dentes em um movimento tirando a tampa.

— Uau, você é definitivamente a mulher dos meus sonhos.

— Para de flertar com ela, ela foi corna e tá sensível — Aquela voz me causou arrepios.

— Oi, tia Brenda — Um sorriso amarelo apareceu em meus lábios — É sempre bom ver você.

— Igualmente — Falou vindo até mim — Anda vem da um abraço na titia.

Eu não quero dar um abraço na titia.

Demorei alguns segundos até conseguir sair de seu aperto.

— Ela parece, animada — Richarlison sussurrou próximo ao meu ouvido observando a mulher de curtos cabelos ruivos.

— Você ainda não viu nada — Comentei desejando que ninguém desse a ela seu primeiro copo.

— Senta aí tia Brenda, toma uma com a gente — Droga Richarlison.

Jealousy - Richarlison Onde histórias criam vida. Descubra agora