Capítulo vinte e dois

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Família é uma confusão só.

Não importa o quanto vocês briguem, no final você sempre acaba chorando abraçada na tia que te humilha enquanto ela diz que só quer o seu bem e você simplesmente não consegue dizer o quanto as palavras usadas por ela te machucam.

Você só desaba porque sabe que no fundo, todas elas são verdades.

— Olha aqui pra tia — Segurou meu rosto — Deus tá guardando muitas bençãos pra você, tudo isso que vem acontecendo é aprendizado. Nenhuma dor dura pra sempre e logo você vai ver que se não fosse por todo isso você não seria tão forte.

Só lamento que o lado que aconselha e apoia sempre venha após o que humilha e oprime.

— Obrigada — Agradeci sem jeito secando minhas lágrimas, eu realmente não consigo parar de chorar desde que minha vida desandou.

— Agora vamos lá — Ela me abraçou de lado e sussurrou — Eu gosto desse rapaz novo.

— Somos — Pensei um pouco — Amigos.

Será que eu posso chamar assim algum que conheço a tão pouco tempo?

— Amigos não olham como ele te olha, eu vi como ele te admirou enquanto você abria aquela cerveja com o dente e reparei também em como ele hagia quando estava ao seu lado, os sorrisinhos. Sem contar que ele logo foi atrás de você depois que você fugiu de mim.

— A senhora repara tanto, tia, que inventa coisas na sua cabeça — Acusei — Vou jantar que eu ganho mais.

— Everton me disse o que viu no quarto — Marília disse assim que me aproximei — Eu já devia esperar por isso, mas ainda assim fiquei surpresa.

— Seu marido deve ter o sangue da tia Brenda, ele inventa histórias.

— Claro que sim, só quero que você saiba que apoiamos a sua decisão — Ela garantiu — Mas — Encarou Richarlison que agora era paparicado por minha tia.

— Mas?

— Mas se você ainda estiver confusa, não envolve outras pessoas não — Falou em um breve conselho — A dor da traição nunca passa se ela não for preenchida por você mesma.

— Que tipo de conselho é esse?

— Eu não sei, a Brenda tá me enlouquecendo e eu não consigo mandar ela embora.

— O que quer dizer que ela fica.

— Pelo visto, vou jogar um colchão no quarto dos meninos.

— Ela vai mantê-los acordados a noite toda, pode deixar que ela fique no quarto de hóspedes.

— Os três?

— O que? Não, Richarlison e eu vamos pra sala.

— Vocês não vão fazer um bebê na minha sala.

— Nem no quarto de hóspedes e nem em lugar nenhum, isso porque não tá rolando nada.

É, família, um caos em terra.

Jealousy - Richarlison Onde histórias criam vida. Descubra agora