Capítulo vinte e um

1.7K 188 27
                                    

— Acho que eu nunca vou me acostumar com isso — Virei um pouco o rosto, mas preferi não responder o atacante apenas me concentrando em frender meus cachos em um coque.

— Desculpa — Falei após alguns segundos — Eu vou parar de usar as suas camisas.

— O que? — Perguntou fechando a porta — Na verdade elas ficam até melhores em você.

— Minha tia ainda está na casa?

— Pelo que parece ela está tentando forçar Marília a convidar ela pra passar a noite.

Desmanchei o coque para fazê-lo novamente.

— Ela é sempre assim?— Ele perguntou.

— Intrometida, sem noção e o tipo de pessoa que faz tudo para que os outros de sintam mal? Sim.

— Eu ia dizer apenas fofoqueira, mas acho que você tem motivos para completar desse jeito aí — Ele de encostou na porta recém fechada — Quer ajuda com isso aí?

— Com o que?

— O cabelo.

— E você por acaso sabe arrumar cabelo, Richarlison?

— O pai é o toque — Se garantiu.

Soltei os fios novamente.

— Tá bem, vamos ver.

Me sentei em frente ao espelho e Richarlison ficou de pé atrás de mim, encarei seu reflexo confuso, ele não fazia ideia de onde começar.

Ele estava tão focado que não briguei quando ele usou uma escova para juntas meus cabelos acabando com a minha finalização que ainda teria dois dias de durabilidade.

Com um rabo no alto da cabeça que tentava se tornar um coque me encarei no espelho sendo obrigada a rir.

— Você sabe que eu não vou conseguir dormir com o cabelo preso tão apertado, não sabe?

— Calma, nem acabei ainda.

Aproveitei o momento para tirar uma foto onde além de meu rosto sorridente e dos meus cabelos bagunçados mostrava a concentração do jogador. Na legenda, dois simples coraçãozinhos mas cores verde e amarelo para indicar que aquele ali era o jogador que veriam nos representando na seleção. Que nem todo é sobre futebol quando se trata dele.

Minutos depois encarei o coque frouxo até que bem feito, após claro muitas tentativas falhas.

— Uau — Falei Impressionada — Se não der certo no futebol, te contrato como meu cabeleireiro pessoal.

— Cabeleireiro pessoal?

— Claro que sim, eu prezo pela exclusividade.

Me levantei começando a juntar a minha bagunça.

— Tomara que de certo no futebol então — Comentou me fazendo sorrir.

— É difícil dizer que já não deu — Aproveitei pra elogiar — Inclusive, estou no aguardo pela minha passagem para o Qatar e pela camisa oficial do camisa nove pra usar durante os jogos.

— Pra você qualquer coisa, minha vida — Brincou, vi pelo reflexo do espelho quando ele se aproximou.

Segurei a respiração quando senti sua mão tocar minha nuca para ajeitar um fio solto de meu cabelo, senti um arrepio subir por minhas costas e por algum motivo fechei os olhos sentindo a pressão que seu corpo trazia ao meu peito que pesava agora para respirar por uma simples aproximação.

Senti sua mão direita tocar minha cintura de uma forma sutil e seus lábios molhados tocarem meu pescoço, se eu não estivesse tão concentrada em senti-lo teria percebido minhas pernas bambearem em nervosismo.

Abri os olhos voltando a realidade quando a porta foi aberta.

— Eu preciso começar a bater na porta — Everton se julgou alto — O jantar tá pronto.

Jealousy - Richarlison Onde histórias criam vida. Descubra agora