Capítulo trinta e quatro

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A mesa estava silenciosa, nenhuma alma viva lá disse mais que um bom dia quando nos reunimos todos.

O som dos garfos era a coisa mais próxima de um som familiar ali envolvido, isso além das leves cotoveladas que Marília dava no marido.

Mas o quanto ela bate nele não é de minha conta então vida que segue.

Meus dedos tocavam a tela de meu telefone como normalmente, eu interagia com meus seguidores enquanto buscava pelo meu futuro apartamento decidida a ter um.

Mesmo agora estando tão mal acostumada a uma casa com quintal.

— Aquele apartamento em botafogo, eu liguei — Marília disse de uma vez — Está vago.

— É que eu não queria morar em botafogo, tô sentindo que deveria ficar entre a barra e a Lapa — Comentei despreocupada.

Outro esbarrão de cotovelo.

— O que você fez?— Perguntei a ele estranhando as atitudes da esposa, o capitão do flamengo coçou a testa desconfortável.

— A Marília — Apanhou mais uma vez — Eu e a Marília, andamos conversando — Olhou para a esposa buscando coragem — Vocês já são adultos, precisam seguir seus caminhos, então, por favor. Voem, passarinhos.

— Estão expulsando a gente?— Me fiz de boba.

— Ah, estão e nem disfarçam — Richarlison disse concentrado em não deixar Antônio jogar longe a tigela com iogurte e frutas que o atacante segurava para o pequeno comer tranquilamente.

— Eu sou da família — Os lembrei.

Mas estava gemendo alto a algumas horas — Minha madrinha foi discreta ao me acusar em frente aos seus filhos e funcionários — A gente imaginava que fosse acontecer, mas não esperava.

— A gente não fez coisas — Evitei a palavra para não causar problemas quando elas fossem repetidas pelos Evertons mirins — Você estava sonhando.

— Com certeza eu não sonharia com algo tão traumático, Talya — Disse indignada como se ouvir alguém transar no quarto ao lado fosse a coisa mais absurda do mundo — Você ganha muito bem e só falta terminar o área externa da sua casa — Acusou Richarlison — E você ficaria feliz morando em qualquer lugar onde pudesse andar pelada, então se mudem.

— Que grosseria — Me encostei na cadeira deixando meu corpo relaxar — É muito difícil achar um lugar pra morar, tem muitos detalhes como tudo o que já tá colado na parede e é impossível tirar sem comprar o apartamento. É sério, tudo é embutido e não é necessário, eu definitivamente não preciso de um forno elétrico.

— Eu não tenho um, você pode morar comigo — Richarlison disse despreocupado.

— Não quero mais morar de favor.

— Com certeza eu vou te cobrar um aluguel.

— Não pago mais que 800 por um quarto.

— Ótimo, você pode usar a sala, o banheiro e a cozinha por 1000.

— 1200 com a piscina?

— 1600 até com a sauna.

— Fechado.

— Precipitado demais, vocês ficaram uma vez, não podem morar juntos. É loucura — Marília acusou inconformada.

— 1600? Vocês tinham tudo isso aqui de graça.

Jealousy - Richarlison Onde histórias criam vida. Descubra agora