Passei a mão pelo espelho algumas vezes para afastar o vapor quente e poder ver o meu reflexo, agora sem maquiagem e com a pele seca lamentei as olheiras.
Por que eu ainda pareço a garota de quinze anos que não sabe lidar com seus próprios sentimentos?
Penteei os cabelos molhados e não senti nenhuma vontade de finalizá-los, mesmo que eu tenha que ficar de coque pelo próximo dia inteiro.
Enrolada na toalha procurei pelo espaço o pijama que Marília havia deixado, não me lembrei se ela disse ter o deixado no banheiro ou no quarto.
Peguei a camisa e encarei com receio o tecido preto com desenhos esquisitos desenhados. A típica roupa cara e feia.
A vesti e sai do banheiro ainda usando a toalha para secar os fios que pingavam mantendo minha nuca molhada.
Cantarolei baixinho a música sertaneja que tocava alta no andar de baixo.
Pelo visto os amigos do Everton estão animados. Marília já era minha madrinha quando se casou com ele, então não é exatamente um costume chamá-lo de padrinho, mas a consideração e o respeito é o mesmo.
Abri a primeira gaveta da cômoda procurando uma escova de cabelos e quando a encontrei comecei a desembaraçar mais uma vez os fios cacheados.
— Você tem algum creme de cabelo pra me emprestar? Eu não ia finalizar, mas acho que não vai ter jeito — Perguntei quando ouvi a porta se abrir.
— Nem cabelo eu tenho — Uma voz masculina comentou de uma forma descontraída atravessando o quarto.
Olhei o reflexo do homem alto e magro, sem camisa e de bermuda molhada pingando o chão branco do quarto.
Desviei os olhos.
— O que você pensa que está fazendo? Não pode entrar em bater.
— Eu sei, por isso eu andei em linha reta assim que percebi que havia alguém nesse quarto — Falou mexendo na mochila que minha madrinha avisou que alguém viria tirar — Vou tomar um banho.
— Não aqui, é o meu quarto, tem outros nessa casa.
— Você já se vestiu?— Perguntou ainda olhando pra mochila.
— Eu não estava pelada quando você entrou.
— Por que não disse antes? Já tá dando dor no pescoço de ficar abaixado assim — Arrumou sua postura antes de olhar para mim, vi seus olhos subirem dos meus pés até meus olhos com total atenção, como se estivesse decorando os detalhes.
— Tire uma foto já que gostou do que viu — Acusei.
— Quem gostou?— Falou de um jeito engraçado desviando os olhos — O Everton disse que eu podia ficar aqui essa noite.
— Tem um quarto no final do corredor.
— Em reforma.
— Ótimo, o sofá deles é ótimo.
— Essa camisa é minha?
Encarei a peça que chega um pouco abaixo de minhas coxas.
— Não — Falei com certeza — É o meu pijama.
— Tá certo que não é uma roupa cara e nem nova, mas chamar minha roupa de sair de pijama é complicado.
— Eu vou falar com a Marília — Avisei saindo do quarto e o deixando sozinho.
Fechei a porta quando sai para evitar que ele viesse também, dei dois passos e parei de andar. Puxei a gola da camisa e inalei o cheiro dela, um forte perfume masculino.
Droga, é mesmo dele.
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Jealousy - Richarlison
FanfictionOnde Talya usa Richarlison para fazer ciúmes em seu ex namorado.