"As famílias felizes são todas iguais. As famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira"(Tolstoi)
Kylo Ren colocou as mãos na grama de cor verde musgo e fechou os olhos enquanto estava de joelhos. Diante dele a pedra, na qual estava cravado o nome de Han Solo seus olhos se abriam novamente em uma mistura de lástima, desolação e arrependimento. Ele sabia diante do túmulo memorial de seu pai que não encontraria a paz que desejava, esse era o problema sobre a redenção. Sobreviver.
Sobreviver a todos que matou, a todos que foram destruídos por suas próprias mãos.
O peso era imenso em seus ombros, talvez por isso Kylo Ren tenha encarado o horizonte fitando a grande extensão dos heróis que morreram em nome de uma nova esperança, aqueles que partiram em nome da Resistência e da Terceira Armada tinham tido suas lápides e seus corpos reunidos naquele memorial onde cinzas ou corpos foram reunidos em uma homenagem de lápides individuais com dedicatórias e lembranças do esforço individual empreendido pela causa. Não muito longe, Kylo Ren podia ver o túmulo memorial de Finn cheio de flores, sempre levadas por Rey todas as manhãs nos últimos dez dias.
-Eu sinto muito - Disse Kylo Ren com a voz fraca finalmente voltando seus olhos para a lápide - Meu pai, eu sinto muito.
Continuou respirando fundo e tentou conter as emoções dentro de si, parte dele queria chorar diante do túmulo do pai que matara pedindo perdão indefinidamente, contudo outra parte de si mesmo sabia que Han Solo o perdoara no momento em que o sabre de luz foi ativado o matando. Sentia o perdão pelo toque da mão de seu pai em seu rosto, desejava que isso fosse o bastante, mas jamais seria. O peso de não poder dizer pessoalmente para Han Solo o quanto se arrependia sempre seria um fantasma, um terrível espectro que teria de carregar em seus ombros pesados pelos crimes que cometeu. Desejava ser capaz de pedir perdão a todos, mas estava disposto a dedicar todos os dias até o fim de sua vida para se redimir.
-Eu fiz algo terrível e eu sabia, se eu pudesse mudar o passado... - Kylo Ren não foi capaz de terminar a frase.
Compreendeu naquele singelo momento que a morte de Han Solo fora o início de sua redenção. Aquele ato quebrou seu espírito e o levou a fortalecer as dúvidas que sempre nutrira dentro de si, foi assim que Rey conseguiu se aproximar e que a morte de Snoke se tornara um ato tão paupável. Nada teria sido possível se não fosse por Han Solo, ele acendeu a faísca que levaria o próprio filho para um caminho de salvação. Poderia então diante do túmulo de Han Solo dizer que se pudesse mudar o passado faria diferente? Mudaria o fato de ter se entregado para Rey? De ter matado Snoke? Talvez, cometesse afinal os mesmos erros e acumulasse em seu coração cansado as mesmas infelicidades para que pudesse chegar ao momento final no qual tudo poderia ser transformado.
-Não sou Ben Solo tampouco sou Kylo Ren, mas todas as partes boas de Ben sobrevivem graças a você, obrigada pai e me perdoe - Pediu o homem finalmente deixando as lágrimas caírem silenciosamente pelo seu rosto.
Ben Solo era um homem sem nome quando se levantou e caminhou se afastando do memorial. Aquele planeta em que estava era a sede de reuniões dos planetas da Federação responsáveis por manter a paz, o local era fortemente armado, mas também era um local de profunda tranquilidade. A Federação parecia encontrar o equilíbrio dia após dia e a confiança de Kylo Ren e de Rey estava absolutamente depositada na liderança de Leia. Quando Ben já se aproximava do campo de decolagem onde deixara sua nave percebeu que a mãe esperava por ele, ela vestia roupas cinzas e carregava consigo uma expressão serena.
-Mãe - Disse Ben abraçando a mulher, não esperava vê-la já que a Federação estava em votação dos códigos civis.
-Meu filho - Respondeu Leia mergulhando no abraço que pensou que jamais receberia, quando finalmente se afastaram ela complementou - Tem certeza que ficarão bem?
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Linhas Paralelas
Fiksi PenggemarKylo Ren mata Snoke e conjuntamente com Rey derrotam a guarda pretoriana do Líder Supremo. Agora diante de uma escolha entre o lado luminoso e o lado sombrio se veem presos a necessidade de tomar uma terceira via em que Primeira Ordem e a República...