Centaurus

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"Dizem que cada átomo do seu corpo, um dia, foi uma estrela. Talvez não estejamos simplesmente morrendo. Talvez nós estejamos indo para casa... "

(I origins)

Kylo Ren destruía todos os móveis de seu pequeno aposento particular na nave da Federação. Estava plenamente recuperado e a raiva dentro dele se misturava a sua usual impulsividade, estava tentando sobreviver apesar da dor e ainda assim procurava pelo sentido nas palavras de seu avô. As luzes de Rey não existiam mais para iluminar a escuridão e todas as noites por uma semana ele despertava gritando o nome dela, Rey era como um fantasma em sua mente. Finalmente, o Cavaleiro compreendia que não era mais Ben Solo ou Kylo Ren, ele era em si mesmo, algo no meio de dois extremos de luz e trevas. Sabia que dor dentro de seu coração era gigantesca, porém a necessidade de falar com Luke Skywalker era igualmente grande. O Cavaleiro se lembrava da tentativa do mestre Jedi em revelar um fato importante e também havia recuperado a lembrança de Rey tentando dizer algo antes de morrer. O que afinal não fora dito? Qual revelação era assim tão importante? Por que ele havia sido tolo e não escutado quando havia tempo?

Parte de Kylo Ren estava em negação sobre a morte de Rey. Se ele acreditasse com todas as suas forças que ela havia de fato partido não conseguiria respirar. Já era difícil o bastante ter um só respiro de vida todos os dias.

Kylo Ren colocou suas roupas, até então estava despido da cintura para cima e deixou o aposento. Ele era o líder da Terceira Armada, o único legado daqueles jovens até que Luke se recuperasse e assumisse o treinamento; o mestre Jedi ainda estava em coma até a noite anterior impedindo que Kylo o questionasse sobre o que ele desejava dizer no dia em que Rey partira. O legado da Terceira Armada agora que a guerra estava vencida é importante demais para ser negligenciado, apenas os jovens sensitivos a força podem assegurar a continuidade do equilíbrio na galáxia, eles deveriam proteger a Federação, mas acima de tudo garantir a liberdade. Kylo Ren e Rey compreenderam juntos, tempos antes, que a escravidão era o pior dos pesadelos.

Mas não somos todos escravos afinal?

Kylo Ren sabia que sim, mas enquanto caminhava rumo a sala de comando central da Federação para se juntar a reunião sabia que haviam lutado pela liberdade daqueles que ele pouco conhecia, mas cujo sentimento sempre partilhou: os esquecidos, os deslocados, os escravos, os que conhecem a injustiça e a dor. Agora a galáxia seria um lugar melhor em nome daqueles que não podiam lutar e levantar a voz, Rey não podia saber o que tinham feito, mas o Cavaleiro de Ren assistira a queda da Primeira Ordem e a libertação de todos os sistemas. Estava assistindo esses planetas se juntarem a Federação e a crença pela guerra mudar pela crença na exploração do desconhecido.

Algumas vezes as estrelas não precisam continuar em guerra, era tudo que importava agora.

Antes que Ben Solo pudesse adentrar a sala da Federação, Leia estava parada no corredor com o olhar apreensivo o esperando.

-Luke finalmente despertou, ele não parar de chamar por você - Garantiu Leia fazendo Kylo Ren assentir - Há algo que ele precisa te dizer.

Luke Skywalker estava deitado, claramente havia sido ferido com gravidade, mas agora já se recuperava plenamente, quando Kylo Ren adentrou o local foi um ato imediato por parte do Jedi em pedir para que o sobrinho se aproximasse. Ao mesmo tempo Leia deixou o local, sabia que não precisava mais se preocupar com ambos, a relação deles havia se modificado muito. Algo melhor do que Ben Solo havia nascido no final.

-Garoto.. - Começou Luke com uma leve tosse olhando para Ben que estava de pé ao lado de sua cama - Rey não está morta. Ela e seus filhos estão vivos.

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