Por: Ian Pietrani

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   O sol acaba de nascer e mais um dia em que eu não durmo muito bem,  já tem alguns anos que não consigo ter uma boa noite de sono, já me acostumei. Logo levantei da cama antes mesmo que o despertador me avisasse, andei devagar até a cozinha e tomei uma boa xícara de café olhando a cidade pela enorme janela que havia em minha sala, essa é uma das partes favoritas do meu dia, acordar, ver o sol nascer antes de ir correr no parque e começar meu dia corrido.     Trabalho com finanças, sempre fui bom com números, diferente de com pessoas, eu era péssimo em atividades sociais. Os números não decepcionam, números não mentem, não enganam como as pessoas fazem, por isso amo tanto o meu trabalho, e sou o melhor no que faço. Com números, eu nunca erro.

telefone toca:

—Ian Pietrani falando, quem fala?

—Você vai pegar a Stella hoje? Eu queria levar ela pra jantar mais tarde.

—Claro que vou, você nem mesmo avisou que iria ficar com ela esse final de semana e eu concordei. Agora, Marissa, seja uma pessoa responsável pelo menos uma vez na sua vida e traz minha filha de volta pra casa— tentei controlar meu tom de voz e não perder a paciência

—Ian, você vai sair hoje o dia inteiro, vai ficar enfurnado naquele trabalho como sempre, sem dar atenção para garota, aqui ela está se divertindo, deixa vai? 

—NÃO! EU JA DISSE QUE...

—Por favor papai, por favor eu estou brincando na piscina com o tio John.

Agora era Stella quem estava ao telefone, Marissa sempre fazia isso, quando eu perdia a paciência ela colocava Stella ao telefone, digno de uma mulher sem escrúpulos usar uma garotinha para me chantagear e o pior é que funcionava

—Tudo bem filha, mas hoje o papai vai te buscar, agora passa o telefone para sua mãe por favor minha filha.

—Ta bom Papai.

Assim que ouvi o sorriso vitorioso de Marissa, meu sangue ferveu.

—Olha só Marissa eu não tenho tempo agora mas a noite conversamos sério! 

Desliguei o telefone, antes mesmo que ela pudesse falar algo e voltar a se fazer de melhor mãe do ano. Eu realmente a odiava depois de tudo que passamos, me culpei várias vezes, mas depois de um tempo entendi que na verdade eu não poderia assumir o erro dos outros.

      Depois do meu dia já ter começado dessa forma, fui correr no parque, era o que me  deixava em um estado de espirito parecido com a calma. O ar puro, o dia amanhecendo, vento gelado da manhã no meu rosto me impedindo de pensar em como eu odiava aquela mulher, e o melhor poucas pessoas e eu podia pensar e tentar ficar em paz. 

     Ao voltar para o apartamento, tomei um banho gelado para encarar o dia e já fui para empresa, sempre fui uns dos primeiros a chegar, afinal não foi de moleza que consegui chegar onde estou. Sou uma espécie de braço direito do dono da empresa de olho no cargo de CEO que esse ano será meu. Cheguei faltando em média 2 horas para o expediente começar, pude ver que alguns funcionários já estavam começando a chegar.

—Fala cara, qual a boa do final de semana? O que rolou?—Joseph invadiu minha sala e sentou na cadeira a frente da minha mesa e a girou.

—Você podia ser mais profissional quando estiver no trabalho, pelo menos finge que trabalha— suspirei e apertei minhas têmporas abaixando a cabeça

—O cara acordou virado, na real, mais virado do que de costume, aqui no escritório você já tem até apelido SR. EMBURRADO, ou é Carrancudo? Achei tudo a ver.

—Joseph não tô pra brincadeiras hoje

—Não tá aqui quem falou, o que houve com a Marissa? Pra estar com essa cara só pode ter sido mulher, e a mulher que mais te deixa com essa cara é a tua ex.

5 vezes você (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora