5 vezes você (Reescrevendo)

Por: Lyandra Martinez

Eu queria falar tudo que eu estava sentindo pra ele, e agora eu percebi que a Karen tinha razão eu precisava tomar o controle da minha vida, já eram lá pelas 19:30 hrs eu não tinha visto o tempo passar, eu mergulhei no trabalho o dia inteiro, como sempre e pra dizer a verdade, as fotos da Gabriela ficaram maravilhosas, com certeza o nosso cliente ia amar. O comercial então ficou incrível.  Ela realmente era linda. Respirei fundo olhando uma de suas fotos mordi o lábio de leve, sempre fazia isso quando estava nervosa e pensar que eu teria que competir com uma mulher dessas, ela não era parecida com uma modelo, ela era uma modelo, bonita independente e ... aff deixa eu parar senão eu nem chego até o Ian e eu preciso contar pra ele o que eu estou sentindo. Sorri novamente. Antes que eu pudesse sair da minha sala recebi uma mensagem

De: Suzana Paixão

"Lya, precisamos conversar, hoje 23 hrs na lanchonete em frente sua casa, leve a pasta amarela, Não falte. É urgente. Tome cuidado."

Essa Suzana só podia estar de brincadeira, ela some e agora reaparece do nada, ok ok não me custava nada ir, mas que papo de cuidado é esse, novamente senti um frio na espinha. Eu acho que ela estava exagerado e muito, deixa primeiro eu resolver minha vida com o Ian primeiro e eu estava disposta a aceitar a sua proposta. Imagina eu e o Ian namorando, dei um breve sorriso. Deixei minhas coisas em cima da mesa, e sai encostando a porta da minha sala e vi que a luz estava acesa...

-Depois eu apago, isso é mais importante 

Respirei fundo dei uma treinada no meio do corredor sobre que ia dizer
-Ian eu tô apaixonada por você
Será muito brega? Sorri. 

-Ian você e um babaca mas eu to apaixonada por você. Esse está bom pra não perder a pose, sorri novamente.
   Continuei a andar até sua sala, um frio na barriga tomou conta de mim, minhas mãos estavam geladas e havia um enorme sorriso no meu rosto. Com certeza Ian estaria ali, ele sempre era o último a sair e antes mesmo de bater na sua porta percebi que estava entreaberta, dei um passo à frente e ouvi uma voz feminina, não dava pra entender muito bem, mas ver isso eu conseguia, era claramente a Gabriela.
  Ian estava com a camisa aberta sentado em sua mesa e a Gabriela com uma das mãos no seu rosto e a outra em uma de suas pernas e a acariciava, engoli seco e imediatamente o frio na barriga começou a virar um embrulho no estômago e um nó na garganta, ele segurava suas mãos em seu rosto ela tão perto que era óbvio o que ia acontecer ali, virei as costas eu não conseguia ver aquela cena. Como eu fui estúpida de achar que ele ia largar aquela modelo metida por mim. Eu não conseguia respirar. Dei um sorriso irônico, aí Lya como você é burra.

Dei uma última olhada, talvez uma esperança... então  Gabriela se inclinou em sua direção e percebi que a alca de seu vestido estava caída como se faltasse pouco para tirá-lo . Eu eu... eu ...não acredito nisso . Eu não quero mais olhar isso... eu também não vou fazer escândalo, meu rosto começou a queimar e e eu comecei a ficar sem ar, puxei o ar e parecia que não vinha, não surtia efeito. Respira... Respira.
  Virei as costas o mais rápido possível  e fui andando até minha sala, preciso pegar minhas coisas, minhas coisas preciso pegar. Repeti mentalmente.   Meus passos eram rápidos, eu não conseguia respirar ali, levei uma das mãos no meu peito, tentando me acalmar e entrei na minha sala empurrando com força a porta de vidro que fazia um barulho mais alto do que o de normal peguei minha bolsa e algumas pastas, que claro caíram no chão, me ajoelhei no chão para pegá-las. 

Que droga, sua burra estúpida Lya estúpida, estabanada, burra burra burra..
Taquei todas minhas coisas  no chão. A raiva tomou conta do meu ser, foi quando o nó na minha garganta foi ficando cada vez mais forte e eu repeti pra mim mesma.
Você não vai chorar, não vai, não chora. Aqui não.
Mas era tarde demais, meu coração estava tão apertado meu rosto queimava e meus olhos já ardiam, prendi o choro e senti uma dor forte na garganta junto do meu coração. Eu estava acabada, ajoelhada no chão igual uma adolescente chorando por um cara que nem ao menos é nada meu.
Mas que...
Soquei o chão e tratei de segurar o choro novamente limpando minhas lágrimas e meu nariz. Sabe quando você não quer mostrar que está devastada? Quando o choro é tão forte que te sufoca, é assim que eu estava, eu estava me afogando nos meus próprios sentimentos, que eu nem sabia que eram tão fortes, só percebi agora. Peguei minhas coisas me equilibrei no meu salto e fui até elevador o mais rápido que pude, eu não precisava ficar ali sofrendo por um babaca, que não dava a mesma importância pra gente que eu.