Capítulo X - Minha professora é gay

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Segunda-feira amanheceu.

Simone ainda dormia meio desajeitada e desconfortável, diferentemente das vezes em que dormiu com Soraya.

O celular de Soraya a desperta mais cedo que o habitual e ela se levanta sem preguiça, pega o remédio de Simone e um copo d'água e acorda sua namorada.

— Simone, o remédio — ela diz pertinho do rosto da morena e dando-lhe um beijo.

Simone se senta na cama com ajuda de Soraya e toma seu remédio.

— Meu Deus! Que horas são? — Simone pergunta devolvendo o copo vazio para Soraya.

— Sei lá... umas cinco, por quê?

— A prova, Soraya!

— Eu não vou te deixar aqui para ir fazer uma prova, Simone.

— Eu me viro bem, Soraya. É o seu futuro em jogo. Vou ver se alguém consegue aplicá-la para mim.

— Com certeza consegue. Tenta a Letícia ou a Ariella.

— Por que elas, Soraya? De todos do corpo docente da faculdade por que você escolheu elas? — Simone arqueia uma sobrancelha intrigada esperando a resposta de sua namorada.

— Amor, porque elas não dão aula hoje, geralmente ficam em suas salas atendendo os alunos em particular.

— Atendimento particular? Você já teve atendimento particular?

— Apenas o seu. Tudo é motivo para discussões, eu não gosto disso, Simone.

— Vou ligar para o Tiago, ele vai aplicar a prova.

Simone estava sempre buscando algum sinal em Soraya que a fizesse desconfiar de sua fidelidade, estava tentando ver Diana ou Carla em Soraya, e isso já estava cansando a loira que saiu apressada daquele restaurante naquela infeliz noite pensando em deixá-la.

— Eu acho que Letícia vai poder, Simone — responde Tiago depois de dizer que não poderia por estar viajando.

— A Letícia? — Simone repete para ver a reação de Soraya ao escutar o nome.

— Sim, a Letícia Villar, ela estará em sua sala e pelo que sei, não tem nada na agenda para hoje.

— Tá bem, obrigada, Tiago. Vou ligar para ela, boa viagem! — Simone desliga antes de ouvir o "tchau" de seu colega de trabalho.

Ela rapidamente procura na agenda de seu celular o número de Letícia e quando o acha, observa a foto do contado dela: uma mulher alta, loira com olhos azuis super claros, a boca bem contornada e rosada. Ela olhou rapidamente para Soraya e pensou na possibilidade de Letícia ser a candidata a tirar Soraya dela.

Ligou para a outra professora e contou sobre todo o ocorrido, claro, tirando a parte que cabia a Soraya.

— Bom dia, Letícia. Tudo bem? — Simone forçou simpatia, se a outra a conhecesse bem perceberia.

— Bom dia, Simone. Tudo bem e com você? Você nunca me ligou, no que posso ajudá-la?

— Eu não estou tããão bem, sofri um acidente e tenho uma prova que não pode passar de hoje para ser aplicada, você poderia aplicar para mim? — Simone disse sem voltas, direto ao ponto.

— Um acidente? Como foi isso? —  Simone revirou os olhos para a profissional do outro lado da linha fingindo que se importa com ela.

— Eu estava com uma pessoa e ela atravessou a rua na minha frente, eu não olhei para os lados e a segui, quando vi estava no chão e cheia de dores. Agora tenho várias escoriações, um braço e uma perna quebrados — Simone disse com naturalidade.

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