Capítulo 22

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LORENA MEDINA

Nutrindo sentimentos por mim! Porque essa frase não faz sentido algum na minha cabeça? É difícil acreditar que Adam pode realmente estar criando sentimentos amorosos por mim. Sinto uma pontada de culpa, por não saber se esse sentimento é recíproco ou não. Nunca amei um homem na minha vida, não sei ao certo como lidar com esse assunto.

Não posso negar que Adam está se esforçando, para sermos amigos e acima de tudo, companheiros nessa pequena jornada de dois anos. E lá está, a maldita lembrança de contrato. A sensação de ter sido uma mera moeda de troca, não abandonada minha mente por nada, é torturante. Penso se algum dia, eu poderia retribuir esse sentimento.

Eu não quero, e nem posso me apaixonar por ele. Mesmo que eu saiba que evitar é inútil. Orgh!! Estou me sentindo uma grande tola, por não ter controle dos meus próprios pensamentos. De um lado, está as lembranças ruins de ter sido colocada nessa situação. De outro, os momentos legais que passei com ele, da forma que ele cuidou e me ajudou quando eu precisei.

Esse sentimento pode ser somente gratidão!

Forço minha mente à acreditar no que digo, mas infelizmente nem eu mesma posso crer no que penso. Eu preciso de espaço, tempo para pensar e analisar com cuidado em que situação eu me encontro. Não é todos os dias que meu marido se declara dessa forma pra mim. Merda, Lorena!

Respiro fundo, correndo até o closet assim que chego à cobertura. Por sorte, encontrei um táxi parado em frente ao parque, assim possibilitando o transporte até aqui. Foi errado da forma que o deixei pra trás como uma covarde. Espero que um dia, Adam possa me perdoar por ter sido uma fraca em um momento tão importante.

Fecho minha mala, quando todas as minhas roupas já estão dentro da mesma. Deixei para trás algumas coisas, mas certamente Adam verá e levará pra mim. Dou uma última conferida no espelho, e meu estado é totalmente caótico. Meus olhos estão avermelhados e inchados pelo choro que tive, até chegar aqui. Os lábios estão mais volumosos e minhas bochechas estão avermelhadas.

Balanço a cabeça, espantando qualquer pensamento para longe e volto a fazer meu percurso para fora do closet. Assim que chego no quarto, vejo uma camisa de Adam. Mesmo travando uma guerra interna, permito-me pegá-la e sair da suíte o mais rápido que posso. Pegarei o primeiro voo que conseguir, preciso pensar bem longe daqui.

Chego ao térreo e como esperado, à uma fila de táxi próximo onde estou. Faço sinal para um, que logo para em frente ao hotel e entro no veículo. O carro entra em movimento, assim que disse para onde eu iria. Não sei se tenho dinheiro suficiente no cartão de débito, já que desde que me casei, não fiz questão de colocar dinheiro nele.

Foi um grande erro ter aceitado os cartões de Adam. Maldito momento que esqueci que algum dia, eu teria uma emergência. Sou tirada dos meus pensamentos assim que o carro para, e vejo pela janela o enorme aeroporto. Pago o homem e agradeço, descendo do veículo. Pego minha mala e suspiro, já entrando no aeroporto.

Agora não tem mais volta.

Agora não tem mais volta

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