Capítulo 9

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Eu poderia muito bem passar dias preso com um Na'vi qualquer, ou até mesmo com um humano caso ele fosse bonzinho, mas definitivamente eu não escolheria de forma alguma passar com Aonung, só poderia ser um castigo. Sim, por ter sido tão impulsivo e burro.

Nas últimas horas, eu não conseguia olhar na cara dele depois do que aconteceu, depois dele ter falado daquele jeito tão... íntimo. Não éramos íntimos e nunca iríamos ser, dia de merda.

Pelo menos pude encontrar Cessy e pedir desculpas a ela a uns minutos atrás, agradeci muito a Eywa por ela não ter tido nenhum ferimento.

- Minha pequena - passei minha mão pela sua pele grossa e forte, mas ao mesmo tempo linda e delicada - Me desculpe - seus pequenos olhinhos fecharam quando sentiu meu carinho - Fui tão imaturo por ter colocado você em perigo - sua respiração, que antes estava agitada e amedrontada, agora era suave e leve - Não mereço você como meu animal marinho.

Seus olhos logo se abriram e ela cutucou minha mão com o seu focinho, me reaprendendo. Minha mãe sempre me ensinou que o animal escolhe você e você o escolhe, quando vi Cessy sozinha esperando por um Na'vi para montá-la, sabia que seria minha a qualquer momento.

Depois disso, comecei a juntar os gravetos que estavam espalhados pelos matos e juntei perto de uma grande rocha, me encostei nela e comecei a tentar fazer fogo, esfregando duas pedras uma na outra.

- O que está fazendo? - Aonung começou a pegar folhas secas do chão e amarrá-las.

- Estou tentando fazer fogo - expliquei - F-o-g-o - soletrei para ele - Aquele negóciozinho amarelo que queima você, mas ilumina e afasta o frio, sabe? É bom, você vai ver.

- Eu sei o que é fogo, Sully.

- Por milagre - sussurrei baixinho.

- O que você disse?

- Que é melhor você continuar fazendo um teto para ficarmos de baixo, ao invés de me atrasar.

Ele riu.

- Ah, eu estou atrasando você.

- Sim, está.

- Você, Sully. Que parece que está tendo dificuldades para fazer o fogo.

Ergui as sobrancelhas.

- Como é que é?

- É isso mesmo que você ouviu - Aonung não desviou seu olhar de mim quando amarrou com força as folhas nas outras, fazendo saltarem pequenas linhas grossas nas suas mãos - Você vai fazer o que?

Certo, Aonung, vou entrar no seu jogo.

Sorri quando bati as pedras com mais força uma na outra, até que finalmente o fogo havia saído nos galhos.

- Ah, meu querido Aonung, se você soubesse os pensamentos que eu tive agora com você - meus lábios sorriram mais de canto - Você ficaria bem louco, grandão.

E pela primeira vez desde quando nos conhecemos, havia deixado Aonung nervoso.

Quando ele terminou de fazer os dois pequenos tetos para passarmos a noite em baixo deles, nos deitamos para dormir, mas era impossível, era a primeira vez na minha vida que dormia longe de casa, da minha família, sentia falta de tudo, até do mal humor e do jeito mandão do meu pai.

- O que foi? - Aonung estava na minha frente, a única coisa que nos separava era a fogueira, que não estava tirando o frio.

Não comi desde quando chegamos aqui, não estava com fome, na verdade, eu estava puto e com saudades de casa, com Aonung não foi diferente, acho. Ele também não quis comer.

- E se formos devorados por algum animal selvagem?

Ele riu baixinho.

- Não tem animais selvagens nas ilhas do pacífico.

- Tem certeza?

- Sim, pode dormir tranquilo.

Mas eu não estava conseguindo, era um frio do caralho, meus pés pareciam que iam congelar a qualquer movimento que eu fizesse, meu corpo parecia que estava em um alto estágio de... como meu pai disse uma vez?

Morte por falta de inteligência, sim.

Se eu tivesse sido mais inteligente, estaria em casa agora, quentinho e pronto para dormir, mas não, estou aqui, morrendo novamente, talvez. Me tremi inteiro quando senti mãos fortes me abraçando, um peito duro e quente me aquecendo.

- O que está fazendo?

- Te aquecendo - sussurrou Aonung.

- Eu não preciso disso...

- Cala a boca, eu sou maior do que você...

- Pouco coisa - interrompi.

- Mas ainda sou - ele me abraçou mais forte por trás - Então cala a boca e dorme um pouco.

- E você?

- Estou acostumado com o frio - minha pele se arrepiava toda vez que ele falava perto do meu ouvido - É isso que você ganha por nadar de noite com água geladíssima, seu corpo se acostuma.

Assenti levemente fechando os meus olhos e sentindo o seu corpo no meu, nossas respirações sincronizadas, quentes como o fogo da fogueira.

As mãos de Aonung desceram um pouco para as minhas pernas, fazendo círculos com as pontas dos seus dedos, meu corpo inteiro se arrepiou com aquele simples toque delicado, mas cheio de desejo e tesão. Eles foram subindo até chegarem perto da minha virilha, limpei a garganta quando tentei me mexer para ficar de frente para ele, mas o Na'vi não deixou. Sua respiração um pouco rápida esquentava a minha orelha, era delicioso.

Empurrei mais o meu corpo para trás, fazendo a minha bunda encostar ainda mais no seu pau, que estava duro e quente contra a minha pele ainda gelada, seu gemido de satisfação era música para os meus ouvidos.

- Para de me provocar, Sully - sussurrou Aonung.

- Eu só quero uma posição melhor para dormir.

A sua mão que estava na minha virilha acabou descendo mais até o meu pau, que estava começando a ficar duro por causa dele, mas a sua outra mão acabou indo de encontro até o meu pescoço, apertando-o de um jeito tão sexy que me fez gemer.

- A melhor posição vai ser eu te fodendo aqui mesmo, porra - gemi um pouco mais alto quando Aonung empurrou seu pênis duro contra a minha bunda - Você ainda é virgem dessa linda bunda, Sully? - seus lábios passaram pela minha bochecha - Para alguém que não era como eu, parece que você gosta bastante de levar muito pau nesse cu - senti sua mão pegando em mim com força, meu corpo esquentou de uma forma que nunca tinha acontecido antes - Eu avisei que a nossa conversa não tinha acabado.

Eu queria gritar para ele parar, que aquele que estava com ele não era eu, mas ao mesmo tempo eu queria que ele me comesse ali mesmo, pouco me fodendo pra razão, pro medo que eu estava sentindo dos sentimentos que Aonung causava em mim, aquilo era bom, por Eywa, era tão bom. Pela primeira vez na vida eu estava literalmente dando foda-se para tudo, até mesmo para o medo desses sentimentos estranhos que eu estava tendo.

- Aonung... - mas tudo voltou a realidade na minha cabeça quando escutei um rosnado vindo de trás das plantas.

Era um Thanator.

AVATAR 3 - DEPOIS DA QUEDAOnde histórias criam vida. Descubra agora