Capítulo 22

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Eu não sabia quanto tempo estava andando pela ilha a procura de Quaritch, estava sujo de sangue, suado, machucado. Mas não estava ligando, eu queria achá-lo, não importasse onde, mas eu iria achá-lo e iria quebrar a porra dos seus ossos.

Parei abruptamente quando escutei som de passos vindo na minha direção, sorri, eu estava perto dele, o jogo iria começar.

Atirei uma flecha antes mesmo do avatar aparecer da mata a minha esquerda, escutei o som do seu corpo caindo quando outro apareceu em direção a minha frente.

Bati a minha testa na sua quando o joguei no chão, lhe dando uma flechada na cabeça.

Chutei a arma de outro para o chão quando chutei a sua cara, fazendo-o bater com ela em uma árvore enorme.

Vários tiros voaram para cima quando peguei a arma de outro e atirei uma flechada na sua testa, fazendo jorrar sangue no meu rosto.

E assim veio um atrás do outro, tiro, sangue, morte, flechas voando, tiros matando avatares. Olhei ao redor esperando para mais algum aparecer, eu queria mais, eu precisava matar mais algum.

Mas não veio, eu tinha matado todos, eram mais de 20 avatares, eu havia matado todos, flechas, tiros, socos, cabeças abertas, peitos abertos, alguns sem pernas, outros sem braços, sem olhos.

Uma verdadeira carnificina, e eu estava gostando daquilo.

Minha perna ainda doía por causa do raspão da bala, mas naquele momento a dor não era porra nenhuma, eu queria guerra, sangue.

Vingança.

- Tenho que confessar que você tem o espírito selvagem da sua mãe - Quaritch apareceu sobre os matos, mas não estava sozinho, estava com Aonung.

Toda a minha força e sangue quente desapareceu quando vi ele, machucado, sangrando por causa dos machucados no rosto e no peito, mas parecia bem, seus olhos encontraram os meus, ele não parecia assustado, meu peito doeu, eu queria correr e abraçá-lo, dizer o que sentia, o que finalmente percebia que sentia, mas eu não podia, precisava ficar calmo.

- O que você quer?

- Além de Pandora? - ele riu - Matar a sua família, vocês já me deram dor de cabeça o suficiente por anos.

Dei um passo para mais perto deles, mas Quaritch apertou ainda mais a arma na testa de Aonung.

- Eu vou no lugar dele - disse - Deixe ele ir, faça o que quiser comigo, mas apenas deixe ele ir.

Aonung negou com a cabeça, ele estava furioso por eu ter digo aquilo.

- Essa proposta é interessante, Sully - esperava que ele aceitasse - Mas eu sei que se eu soltar o Na'vi, ele vai correndo contar aos outros.

- Vai ter que correr esse risco se quiser me matar.

O capitão pensou seriamente na minha proposta, ele tinha muito a perder, olhei para Aonung, assim como eu também tinha. Mas ele precisava tomar logo uma decisão.

- Certo, largue o arco e aproxime-se - não estava ligando pro que aconteceria comigo, só esperava que Aonung ficasse bem.

Quando Quaritch empurrou o mesmo para longe dele, nossos dedos se tocaram por leves frações de segundos até o avatar me pegar como presa.

Aonung não queria sair dali, ele queria me salvar, fazer alguma coisa, eu sabia, mas então ele ficou imóvel olhando atrás de nós, quieto.

- Solte meu filho agora, seu demônio - quando o capitão nos virou, minha mãe, meu pai e os pais de Aonung estavam olhando furiosamente para Quaritch.

- Acabou, Quaritch - disse meu pai - Solte meu filho agora - meu pai estava nervoso.

- Vieram participar da festa, que ótimo, meus amigos.

Minha mãe se aproximou e apontou a sua flecha para ele.

- Mais um passo e eu atiro nele - ele bateu a arma na minha cabeça, minha mãe rosnou.

- Demônio do céu, eu já matei você uma vez. Posso matar de novo.

Naquele momento toda a minha paciência havia acabado quando lhe dei um soco no estômago fazendo-o me soltar de imediato, arranquei a flecha da mão de minha mãe e a soltei, fazendo- pegar bem no meio da sua barriga.

O avatar caiu no chão, corri até ele e puxei a sua camisa.

- Onde está o seu filho? - ele não respondeu -ONDE?!

- Ele não está em Pandora - sussurrou - Está com os humanos, se eu morrer, ele vai assumir todo o comando Pandora.

Peguei a escuta que tinha na sua orelha e coloquei na minha.

- Spider? - ninguém respondeu do outro lado da ilha - Espero muito que você esteja me escutando - disse - Estou com o seu pai, na verdade, estou deixando ele morreu - empurrei a flecha mais ainda na sua barriga, fazendo-o gemer de dor, esperava que ele escutasse - Escute bem, você nos enganou uma vez, mas não irá nos enganar novamente - falei calmamente - E eu vou atrás de você, eu vou atrás de você, Spider. E reze muito para qualquer Deus, por que eu não terei misericórdia quando acabar com a sua vida de merda, por que eu vou. Eu vou te caçar nem que seja na sombra da morte, nos veremos em breve.

Quando tirei a escuta da minha orelha, o general olhava para mim ainda vivo, ainda respirando, sorri de forma gentil.

- Seu filho logo vai encontrar você, general. Não se preocupe em passar a sua vida toda no inferno dos humanos.

- Por favor...

Não demorei muito para arrancar a flecha de sua barriga e crava-la na sua testa, empurrei mais fundo até sentir a mesma atravessando o seu crânio.

Queria ter certeza de que agora o general estava morto.

E também queria ter certeza de que ele morreria sabendo que seu filho logo teria o mesmo destino.

A sua morte pode não ter sido tão horrenda, mas saber que seu filho iria morrer sem você poder ajudá-lo... não tinha morte mais infeliz do que aquela.

AVATAR 3 - DEPOIS DA QUEDAOnde histórias criam vida. Descubra agora