Capítulo 10

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Todo o devaneio havia passado quando escutamos o rosnado, nos levantamos rapidamente e olhamos ao redor, esperando o animal aparecer de qualquer lado.

- Você não disse que não tinha animais selvagens aqui, porra? - sussurrei, mas minha vontade era gritar com ele.

- Não era para ter.

- Você nunca veio para uma ilha do pacífico, não é?

- Bom... - eu não estava acreditando nisso - Tecnicamente não, não podemos passar dos mares de Metkayina.

O som ficou mais alto e ativo, peguei cuidadosamente meu arco e flecha do chão.

- Puta merda - olhei ao redor, desesperado - Por que eu fui escutar você? Merda - tentando não fazer tanto barulho, estiquei a corda e apontei para a frente, esperando o próximo som - Não era para ter Thanatores por aqui.

- Existem muitos animais em Pandora que não sabemos de onde vem - disse ele - Ou porque.

- Silêncio - os passos do animal estavam mais suaves, quase difíceis de escutar - Ele está próximo.

- Que merda é um Thanator, afinal?

- É o predador mais temível da floresta tropical -expliquei - Ele coloca medo nas maiores criaturas de Pandora, correr dele é uma grande burrice, já que ele corre mais do que qualquer outro bicho existente.

- E por que não estamos correndo?

Olhei para ele, incrédulo com aquela pergunta idiota.

- Você ouviu o que eu disse?

Pulamos por puro instinto quando o animal apareceu, sua pelagem e cor era totalmente diferente dos Thanatores da floresta, esse era um azul escuro mais forte, quase preto com uma listra vermelha sobre as suas costas até a boca, era bonito, até. Tinha 7 pernas ao invés de seis, seus dentes eram maiores e mais afiados, apostaria que muito mais do que uma lâmina profundamente afiada.

Estiquei ainda mais a corda do arco, apontando completamente no predador que não parava de se mexer, seus olhos redondos e cinzas olhavam para nós dois, deveria está pensando.

Dois pedaços grandes de carne, que sorte a minha.

- Neteyam - sussurrou Aonung - O que vamos fazer?

- Eu falei que era burrice correr - sussurrei de volta - Mas corre.

- Espera, o que?

- Corre! - empurrei Aonung, que quase caiu - CORRE! SÓ CORRA!

Corremos o mais rápido que podíamos, pulando sobre plantas e galhos maiores do que nós, poderia ter jurado que acabei furando meu pé em alguma coisa no meio da correria, mas não estava ligando naquele momento, só queria que eu e Aonung sobrevivêssemos. Thanator acabou pulando sobre nós e parando na nossa frente.

- Não se mexa - empurrei Aonung para o outro lado quando o animal avançou, pulei sobre ele e lhe dei uma flechada nas costas.

O animal choramingou, mas não desistiu de avançar para cima de mim rasgando a minha perna, gritei de dor quando o mesmo ficou por cima de mim, tentando de todas as formas mastigar a minha cabeça inteira com a sua boca enorme.

Aonung acabou enfiando alguma coisa nas costas do animal, que gritou de dor e avançou para cima dele, rasgando o seu peito com as suas unhas afiadas e talvez venenosas.

- Saía de cima de mim, sua besta maldita - rosnou ele.

Usei toda a minha força para levantar e quase desmaiei com a dor que senti por causa da minha perna, estava perdendo muito sangue.

Não desmaie agora.
Salve Aonung.
Salve Aonung, Neteyam.

Salve Aonung, meu grande guerreiro.

Estiquei a corda com o pingo de força que ainda me restava.

Certifique-se de que a sua presa esteja na mira o suficiente, e simplesmente deixe a flecha voar.
Como consegue fazer ser tão fácil, mamãe?
Apenas controle o seu corpo, meu pequeno.

Estava difícil de controlar com Aonung tão perto da cabeça daquela besta. Pressionei meu dedo dentro da minha ferida aberta, o sangue escorreu pelas minhas pernas quando o Thanator sentiu o faro e se virou para mim, preparando-se para avançar.

E quando ele correu para um lado, corri para o outro, e fiz exatamente o que a minha mãe me ensinou, pulei de uma árvore para a outra e quando o animal abriu a boca, atirei minha flecha bem no centro da sua garganta atravessando a sua carne, fazendo-o cair no chão, morto e com seus olhos abertos.

Respirei rapidamente várias vezes antes de ir até Aonung, que estava respirando muito pouco.

- Aonung - joguei meu arco de lado e pressionei minhas mãos no seu peitoral sangrento e aberto, estava muito, muito ruim - Aonung - seus olhos estavam em mim - Está tudo bem - ele tentou falar - Não fale, vou cuidar de você.

Tentei limpar a sua ferida quando rasguei um pedaço de pano da minha roupa e amarrei em volta dele, esperava que parasse de sangrar.

- Aquilo...

- Já pedi para não falar, preciso ver como vou curar esse ferimento.

Não ligando pro meu sermão, ele falou mesmo assim.

- Aquilo foi incrível, quem te ensinou?

Uma risada acabou escapando sem querer.

- Minha mãe.

- Ela é mais incrível do que eu... - ele tossiu - Imaginava.

Sorri, lembrando dela.

- Ela é mais do que incrível.

- Vai me ensinar um dia?

- Talvez, se você merecer.

Ele sorriu, e seus olhos se fecharam.

(Provavelmente não vou postar esses dias, por favor não matem a autora kkkk bjs, amo vocês e um feliz ano novo com muita paz e saúde <3)

AVATAR 3 - DEPOIS DA QUEDAOnde histórias criam vida. Descubra agora