⚠ ️Esse capítulo pode ter alguns gatilhos voltados para o abuso sexual.
Hideo
Encaro os cabelos lisos escuros em minha frente e respiro fundo tentando ter forças para falar com ela.
Celine, minha meia irmã que descobri a pouco tempo está sentada na minha frente. Ela ainda não reparou na minha presença já que está de costas para mim.
Seus ombros estavam caídos e ela tinha seus olhos presos em uma árvore em que alguns passarinhos estavam comendo as frutas.
Estamos no jardim da casa de Hadria.
Pedi para Isaac ficar na sala com os donos da casa. Eu precisava lidar com essa situação e ter uma conversa particular com a garota que eu descobri ter apenas 16 anos.
Me aproximei calmamente dela e me sentei do outro lado do banco em que ela estava.
Minhas mãos estavam suando e minha boca tremia. Eu estava nervoso com a situação.
- Eu pedi muito para ser como eles - Ela a falou do nada me deixando completamente confuso e surpreso- um dia eu quis muito ser como os passarinhos.
Ela não me encarava, seus olhos ainda estavam presos na árvore.
- Eu sempre quis ser livre como um passarinho. Afinal passei a minha vida toda presa em um cativeiro - Eu pude sentir as dores em suas palavras.
- Eu sinto muito.
- Não sinta, pelo menos eu sobrevivi - ela deu um sorriso tristes - se é que isso é bom.
- Claro que é, você tem uma segunda chance para recomeçar. - olhei para garota.
- Recomeçar não é simples assim, irmãozinho - ela deu um riso amargo- cicatrizes podem doer bem mais que muitos machucados. Uma marca permanente que não pode ser tirada.
Meus olhos se encheram de lágrimas ao perceber do que ela falava.
- Eu sinto muito por não ter conseguido fazer nada, Celine.
- Se nem sequer minha própria mãe conseguiu fazer algo. Não se culpe, a culpa é somente dele. - pela primeira vez ela me encarou e eu não pude deixar de notar seus olhos fundos e cansados.
Eu me aproximei dela e segurei sua mão.
- Você não está mais sozinha. - murmurei e vi uma lágrima solitária escorrer do rosto dela.
Celine me abraçou, me abraço apertado. Eu senti, naquele abraço eu senti toda a dor que aquela jovem menina carregava.
- Desculpa por não estar com você...- felei encarando seu rosto vendo ele banhado em lágrimas.
- Você não tem culpa. Nem você nem ninguém, a culpa é apenas daquele monstro - ela derrepente levou a mão até a barriga- nem sequer esse bebê que eu carrego no meu ventre tem culpa de alguma coisa.
Ela se afastou um pouco e voltou a encarar os passarinhos.
- Ele me tirou da minha mãe quando eu tinha quatro anos...- ela começou a contar parecendo levar seus pensamentos longe.
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Meu Pequeno Garoto
Romance"- Eu me apaixonei pelo jeito que você me tocou sem usar suas mãos- falei encarando os olhos do amor da minha vida. - Eu amo você, daddy- meu pequeno disse pulando no meu colo. Eu não sei o que eu fiz para merecer ele mas sei que vou o amar até a et...