Barulhento, doloroso e necessário

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Notas iniciais:  Bem, quem me conhece sabe que esse aqui é meu perfil reserva, meu medo de ser processada e banida é ENORME, então irei publicar por aqui (pelo menos essa história). Estou tão tão tão feliz em escrever essa fanfic, ela me fez voltar a escrever depois de um tempinho de desânimopor conta do estágio e faculdade. (a propósito, toda minha admiração para as st's por que também faço direito e não tem um dia que eu não queria me jogar na frente de um ônibus) Bom é isso, espero que gostem, vou amar estar nessa caminhada com vocês e desculpem qualquer erro ortográfico. Publicarei seis capítulos seguidos, já amo vocês.

 Boa leitura beijinhos.

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Como em um efeito de Troxler, Soraya proferia as palavras que surgiam olhando firmemente para Simone, ela só enxergava a mulher de olhos marcantes — agora brilhantes causado pelo marejar —. Estava sendo árduo a despedida da Senadora, mas ela tentava ao máximo não transparecer. Parabenizava por tudo aquilo que ela não tinha, o apoio do partido, apoio da família e principalmente coragem, mas não a do meio político, essa ela tinha de sobra. Dizia que se veriam frequentemente, mas sabia que não era verídico, a única frequência que mantinham era no Senado e poucas vezes nas coincidências — ou nem tanto — das viagens de avião.

Agora veria Simone apenas nas coincidências.

Assim que finalizou sua fala, correu para o seu gabinete, a garganta doía, precisava chorar. Se trancou no seu banheiro, encarou por alguns segundos o semblante cansado e entristecido e cedeu ao choro.

Barulhento, doloroso e necessário.

Chorava por Simone, por não ter a coragem que a mais velha tinha, por guardar um sentimento de anos por medo de rejeição e de seu próprio conservadorismo. Fadada a um casamento sustentado por um, que por ela já teria pedido o divórcio a muito tempo, presa a uma dúvida do que poderia acontecer se tivesse a audácia de puxar Tebet para um canto e cuspir tudo aquilo que sentia pela morena de olhos marcantes.

E mais uma vez se acovardou, enxugou as lágrimas e voltou para seu gabinete, sentou-se em meio aquela pilha de relatórios que teria que ler e na tentativa de afastar todo aquele mau sentimento, dedicou sua atenção ao trabalho. Ficou por ali durante a primeira hora, desviou da resma quando três batidas soaram na porta de madeira, em seguida Simone entrou sem pedir permissão.

— Oi. — a ex-prefeita disse tímida. — Vim te convidar para uma social que vai acontecer daqui a pouco na casa da Leila, ela organizou uma festinha. — sorriu se aproximando cautelosamente da loira.

— Fiquei sabendo. — devolveu o gesto, desde cedo estavam combinando de preparar uma despedida para aqueles que iriam deixar o Senado, Eliziane chegou a comentar com a loira durante a fala do Senador Alessandro Vieira do Partido da Social Democracia Brasileira, mas não foi um convite. — Mas estou atolada de relatórios e eu queria adiantar antes do recesso, espero que não fique chateada.

— Você sabe que ler tudo isso vai levar mais de um dia, não sabe? — olhou para a pilha na mesa e concomitantemente arqueou as sobrancelhas. Soraya continuou a olhando como quem diz que nada a faria mudar de ideia. — Se eu te ajudar a pontuar, talvez adiante seu trabalho e você possa ir, o que acha?

— Acho que você já está com saudade do Senado. — a morena riu. — Quer tanto que eu vá?

— Quero. — respondeu rapidamente em seguida se arrependendo de seu desespero. — Você foi minha companheira de Estado, minha dupla na CPI, eu quero você lá, Soraya.

Escolhas e Ideais - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora