Dez chamadas recusadas

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Notas iniciais: Voltei e mais uma vez de madrugada.

Desculpem a demora e talvez o capítulo ruim, mas achei necessário o corte ser bem ali no final.

Espero que gostem, me desculpem qualquer erro ortográfico e boa leitura.

Sempre pra agradecer a quem me manda mensagem, juro que eu amo ler e respondê-las, é muito gratificante.

Sem mais, até o próximo capítulo.

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Soraya acordou com um peso sobre seu corpo, nu, Carlos César dormia. A luz do lado de fora indicava que já passava das onze da noite, na televisão transmitia um jornal qualquer enquanto Deusdete dormia no outro sofá.

Empurrou fracamente o corpo do marido e deslizando vagarosamente pelo sofá de suede, se desvencilhou do empresário que continuou inconsistente. Nua, caminhou sem muita vontade até o banheiro de seu quarto, acendeu a luz e de frente para o espelho manteve sua cabeça abaixada.

Não tinha coragem para se olhar.

Se não tinha para si, também não teria para encarar Simone.

Vestiu seu roupão de banho que estava pendurado perto da cabide do chuveiro, alcançou sua escova e pasta de dentes que estavam jogadas no mármore da pia e pôs-se a escovar seus dentes. Fechou os olhos e como uma analepse, as memórias voltaram, os murmúrios, o baixo gemido, os suores se misturando, a boca molhada de Carlos.

Parou de escovar seus dentes.

Seu estômago revirou, cuspiu o resto da pasta e apoiou as duas mãos na pia, sabia que precisava contar a Tebet o que havia acontecido, não queria esconder e muito menos mentir, Simone era sincera e o mínimo que merecia é que Soraya também fosse.

— Sabe o que eu estava pensando? — Carlos César surgiu na porta do banheiro, Soraya olhou-o pelo canto do olho e percebeu que o homem ainda estava nu. — Em viajarmos para o Rio Grande do Sul. — o empresário caminhou em busca da toalha e amarrou na cintura. — Faz tempo que não vamos, podemos considerar uma segunda lua de mel.

— Lá é muito frio. — respondeu ao enxaguar a boca. — E outra, não tenho tempo para viajar.

— Nem pode fazer um esforço? — replicou abraçando-a por trás. — Não precisa ser para o Rio Grande, mas não seria uma má ideia dormir agarrados depois de uma noite de muito sexo.

— Que linguajar é esse, Carlos César? — virou-se para encarar o homem que manteve suas mãos na cintura da esposa. — Eu não tenho tempo! — reafirmou. — Foi para São Paulo se quer me convidou e se eu não tivesse chegado, não teria nem a decência de se despedir.

— Você queria ir?

— Eu fui a uma festa sem você e ainda sim fez um escarcéu, dormiu no sofá e foi extremamente grosseiro. — olhou furiosa. — Agora passar dez dias em outro Estado é tranquilo. Deixa de ser hipócrita, Carlos César.

Virou-se bruscamente, colocou sua escova de volta ao local de origem e caminhou para o quarto.

— Foi uma viagem a trabalho, meu anjo. — acompanhou-a. — Não vamos brigar depois do amor quente que fizemos.

Soraya o olhou com nojo e dirigiu-se ao seu escritório. O marido tentou segui-la, mas a Senadora bateu a porta em seu rosto e trancou-a em seguida.

Thronicke passou o resto da noite e o início da madrugada enfurnada no escritório, respondeu vários e-mails, até pegar no sono deitada no sofá de três lugares. Acabou sonhando e, sonhou que abraçava fortemente alguém, mas não conseguia ver quem era. Sentiu a dor daquele abraço, o perfume forte, o lugar gelado e ao fundo o som de vozes misturadas. Ao se separar olhou firmemente para a pessoa que a pouco tinha em seus braços, agradeceu pelos melhores momentos e se retirou rumo a algum lugar privado e ali, beijou a aliança e em seguida a retirou.

Escolhas e Ideais - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora