033.- Sem você.

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Ana Alice.

Eu estava sentada, na poltrona do avião olhando pela janela.

Me lembrei do dia em que eu cheguei aqui, o dia que eu esbarrei com o Antony no elevador e meu coração acelerou.

Começou a tocar "amor de fim de noite' no meu fone. E eu poderia trocar de música mas, eu queria ouvir aquela. Essa música me lembrava da noite da suíte, das tatuagens do Antony sobre mim, do seu cabelo platinado e macio passando pela minha pele, da sua boca, do seu cheiro...

Eu mordia os lábios só de lembrar, mas também sentia um aperto no coração por saber que talvez eu nunca mais sentiria isso denovo.

Talvez eu tivesse sido um pouco dura, mas eu tava muito chateada agora pra pensar naquilo.

Meu coração se apertou e uma lágrima escorreu pela minha buchecha esquerda, quando começou a tocar os exatos minutos da carta que ele colocou junto com seu buquê de flores.

Eu passava as mãos por todo o meu corpo sentindo um arrepio lembrando do seu toque.. Outras lágrimas teimosas escorreram , saindo junto com a minha respiração pesada.

Chorei relutante até dormir, e assim toda a noite que eu passei em claro pelo Antony se foi no avião.

Acordei quando pousamos, e ainda tava sentindo aquele aperto no coração, mas eu tinha que fingir alguma animação para meu motorista particular daqui não achar que alguém morreu. Então, botei o sorriso mais falso do mundo no rosto , respirei fundo e saí do avião indo em direção a onde pega as malas, peguei a minha e fui pegar um café no Starbucks já que quando eu cheguei lá estava frio,e era 18:00 da tarde.

Eu amava a minha vida em Londres, mas sempre que eu voltava do Brasil eu queria voltar pra lá. Era eu sozinha na grande capital da Inglaterra, e toda a minha família no meu Brasil.

-Oi, Taylor.- cumprimentei meu motorista com aquele sorriso falso e entrei no carro indo para a casa.

Ele tava me perguntando sobre a viagem e porquê eu não fui para o Qatar e mais algumas coisas que eu não conseguia ouvir, minha cabeça ainda estava no Antony, e eu tinha a horrível sensação que não iria sair dele tão cedo.

Antony Santos.

Quando fomos embora todo mundo foi para a casa do Neymar, e pela mensagem que a Bruna mandou provavelmente ele sabia da Ana e eu.

Enquanto eu dirigia pra lá eu senti uma vontade imensa de chorar, mas eu simplesmente não podia, eu não chorava então engoli o choro e parei o carro num canto da estrada.

A Bruna tinha me dado um papel que a Ana escreveu com meu nome na frente, mas eu decidi não ler agora. Eu não sabia o que estava escrito, mas eu só iria ler no Qatar, antes do meu jogo mais importante, pra pelo menos sentir ela por perto.

Eu queria ela aqui, eu queria ela lá, no Qatar comigo, eu queria dormir com ela toda a noite antes de um jogo, comprar presentes pra ver o sorriso no rosto dela, olha pra ela de longe pra ver ela mordendo os lábios e mexer com todos os meus neurônios. Sentir o cheiro dela, e beijar ela toda a noite, todo o segundo.

Naquela hora caiu toda a minha ficha.

Eu gostava da Ana, eu amava ela.

Eu gostei dela a partir do momento que aquelas portas se abriam, e eu ouvi o barulho do elevador chegando, e advinha? Eu perdi ela.

Agora já era tarde demais. Bufei contra o volante e dei partida pra casa do Neymar.

Estacionei lá na frente e cheguei junto com eles, quando desci do carro ele me encarou bravo e a Bruna deu um tapa no braço dele.

O Gol Certeiro -Antony Santos.Onde histórias criam vida. Descubra agora