Ana Alice Santos.
O Antony não bebia muito, porém tinha uma coleção de vinhos e whisky num pequeno espaço na sua grande cozinha. Eu e ele sentamos no balcão, e ele abriu um dos seus vinhos, servindo pra nós.
-Você tá bem?.- Ele perguntou pela terceira vez na noite e eu soltei uma risada, achando fofo a sua preucupação. Mas eu não iria falar que era a 3 vez que ele perguntava, talvez na décima vez eu dê algum sinal.
-Acho que sim, só estou com um... Pressentimento ruim.- Eu disse sentindo um aperto no peito e ele assentiu fechando a garrafa e se sentando ao meu lado.
-Sabe eu..Tava pensando em uma coisa, mas eu não sei se você vai topar, é meio maluco.- Ele disse meio apreensivo e eu estreitei os olhos, curiosa.
-Hum.- Eu murmurei bebendo um gole de vinho, pedindo para que ele prossiga.
- Olha, eu tava pensando, desde que você chegou no Brasil você têm ficado na casa do seu irmão, certo?.- Ele perguntou e eu assenti. Não entendi o que ele quis dizer com isso.- E.. eu posso estar indo rápido demais, mas por quê você não vem morar.. Comigo?.
Ele perguntou e seus olhos encontraram os meus. Eu fiquei um pouco nervosa, arregalei levemente os olhos, e me ajeitei na cadeira.
Eu não sabia o que responder para ele, não parece ser ruim ou algo do tipo, mas era um possibilidade assustadora pra quem morou sozinha a vida inteira e sempre teve uma vida individual. Sempre fui eu e eu em Londres, não era algo que eu estava acustumada. Mas o Antony não tava tão errado, eu tava com o meu irmão a muito tempo, já tava pensando em sair de lá antes de ir para o Qatar, não queria ter a sensação que eu estava o incomodando , ou que eu sou um "Fardo" para o meu irmão, não que eu pensasse assim, mas era inevitável.
Mas tinha outra questão, eu não sabia até quando ficaria no Brasil, eu não sabia se voltaria pra Londres, eu não sabia o que fazer no momento. Ou eu ficava no Brasil com a minha família e abriria a mão da minha carreira internacional que está em seu melhor momento, ou eu volto para Londres sem o Antony, e continuo a minha carreira. Depois de pensar assim a resposta parecia meio óbvia, mas eu não podia ignorar o meu medo de.. por algum motivo eu e o Antony não dermos certo e eu acabar me arrependendo depois, porque querendo ou não, eu vir pro Brasil para ficar, iria ter um impacto total no meu trabalho.
Eu sempre fui daquele tipo de mulher que pensava "Nunca abandone sua carreira por um homem!" Mas agora eu tava tipo : " E se o homem viver a minha carreira comigo?".
Não queria ser egoísta, pra falar a verdade eu não tinha parado pra pensar nisso ainda. Não queria abandonar o Antony, era uma decisão importante.
-Não precisa me dar uma respo-
-Não Não, eu só... Preciso de um tempo, para pensar direitinho nisso.- Eu disse interrompendo ele e o mesmo me olhou com uma cara de confusão.-É que.. eu sempre morei sozinha, e tem a questão de Londres também e-
-Questão de Londres? Você pretende voltar pra lá?.- Ele perguntou no meio da minha explicação e eu travei denovo.
-Hãn, eu não sei na verdade.
-Não sabe?
-Antony, eu...
-Você quer voltar pra Londres e fazer o quê? Me deixar aqui? Vai ser o que? Web namoro?- o Antony falou num tom de voz mais bravo , com seus olhos estreitados já se levantando da cadeira.
-Eu não vou te deixar aqui, eu nem sei se eu vou.- Eu disse me levantando da cadeira e indo atrás dele.
-Você não vai.- Ele disse indo em direção as escadas e eu parei. Eu sei que ele estava estressado, possivelmente com medo de que eu fosse embora novamente, e eu entendo ele.
-VOCÊ que não vai dizer o que eu posso ou não posso fazer - Eu disse e ele se virou pra mim.
Por mais que eu amasse ele não deixaria ele me impedir de ir pra Londres, não que eu fosse, mas era bom deixar claro que não é assim que a banda toca.
-Eu já entendi, Ana Alice.- Ele disse engolindo o vinho de uma vez só, e desviando seu olhar para outro canto e eu fiquei mais nervosa e neguei com a cabeça.
-Me deixa explicar.- Eu disse e ele olhou pra mim novamente. Aí esse olhar, só por esse olhar eu ficaria aqui para sempre.- Escuta, eu nunca morei com algum namorado, ou namorada, ou amiga. E outra, eu tenho manias horríveis, eu odeio lavar a louça, eu lavo as minhas calcinhas no banho, eu escuto músicas muito indecentes quando eu estou sozinha e-
-Indecentes? Tá bom, eu não me importo de termos trilha sonora.- Ele disse num tom de deboche dando uma gargalhada e eu o olhei com deboche de volta.
-Desculpa, prossiga.- Ele disse engolindo em seco e eu assenti.
-Hãn.. Eu sempre esqueço a luz do banheiro acesa e normalmente eu perco meu celular e começo a procurar meu celular com o flash do meu próprio celular, deu pra entender? Acho que não.- Eu disse e ele fez um cara de confuso, mas eu prossegui. - E-Eu falo sozinha com frequência, tem dias que eu até falo dormindo e..
Eu parei de falar quando ele começou a rir, denovo.
-Você tá rindo de mim?.- Eu perguntei com brincadeira e ele continuava rindo.
-Não, eu tô rindo do fato de você falar dormindo.- Ele disse se engasgando com a própria risada e eu neguei com a cabeça com os olhos estreitados.
Não era mentira, eu nunca me ouvi dormindo, mas quando eu era mais nova o Ney falava que eu falava dormindo e a Bru sempre confirmava, infelizmente isso se estendia até hoje.
-E, eu sempre vou comer a casa inteira na TPM, e eu praticamente não uso muitas roupas quando eu estou sozinha em casa.
-Você não usaria roupas, nem se quisesse.- Ele disse num tom mais elevado, e eu fiquei quieta.
Precisava analisar o momento, pensar, raciocinar. Eu me virei de costas para o Antony e comecei a caminhar pela casa.
-Ana, tudo que você falou pra mim não é nenhum defeito, são só coisas que as pessoas fazem, eu não me importo, mesmo. Se você tá preucupada com o fato de não saber se seria uma companheira. Saiba, que você pode deixar louça suja na pia todos os dias, tropeçar na escada, deixar a tv ligada, comer tudo que eu comprar todo dia, pular na nossa cama, que eu ainda vou preferir você aqui, do que em qualquer outro lugar.- O Antony disse pegando em uma das minhas mãos e meus olhos brilharam.
Neymar Júnior.
Eu fechei a porta do quarto, e naquele instante eu senti meu estômago embrulhar, e a ânsia de vômito subindo no meu pescoço, uma tontura inexplicável me tomou por inteiro e eu apoiei a minha mão na parede.
Não sei se era pela emoção do último acontecimento, e eu e a Bruna brigamos numa quantidade razoável mas não desse jeito. Ainda não tava acreditando no que tinha acabado de fazer.
Andei lentamente até o banheiro com as mãos na barriga e quando eu entrei eu vomitei a minha alma lá, minha cabeça ardia a gorfada, minhas pernas e meu corpo estavam fracos.
Não conseguia pensar em nada, como se meu cérebro estivesse amortecido, tentei gritar a Bruna mas nada saía da minha boca. Quando eu percebi que eu estava suando muito e aí foi a última coisa que eu lembrava.
----------------------------------------------------
Eita Atrás de eita. Me digam.
Vocês ainda estão no pique da fic? Posso continuar? Pq vem coisa aí. Outra pergunta que tinha muita gente colocando, vocês tem curiosidade sobre a aparência do Marcus?
![](https://img.wattpad.com/cover/329612043-288-k368733.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Gol Certeiro -Antony Santos.
RomanceAna Alice Santos é irmã mais nova do Neymar J., um jogador da seleção Brasileira. Ela mora por anos em Londres e vive uma vida/ carreira de modelo totalmente independente lá, até voltar para o Brasil para visitar sua família e se apaixonar não esta...