54 - As Portas Que Prendem Toda a maldade parte: 1

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“ Mesmo nas mais tristes batalhas, o perigo continua a se espalha”.

Melody

Acordei assustada, meu coração acelerou, mas minha mente não estava conseguindo acompanhar, eu estava tonta, ter sido nocauteada duas vezes  no mesmo dia e quase morrer afogada não deixava boas marcas no corpo.

Estava deitada em algo duro, mas antes que pudesse me situar exatamente onde, pude sentir aqueles dedos agourentos me tocarem, de imediato tento me afastar, aquele bruxo estava muito folgado, só que não obtive sucesso algum, eu estava presa, mãos e pés, merda, irritada começo a me contorcer.

— Minha querida mestiça, não sabe quanto tempo demorei pra finalmente te ter, todas as travessuras que fiz pra você nascer, foram tantos milênios em busca de uma brecha na rigorosa segurança do céu, até ver um lindo peixinho descendo pra se encontrar com um humano, não sabe o quanto eu ri da minha sorte naquele  dia — espera, ele estava falando da minha mãe? Sem perceber paro de lutar pra ouvir melhor, enquanto ele sorri, e continua a acariciar minha face, como se não tive nada errado na situação, e continua a falar.

— Ela estava encantada em ver o mundo de perto, e eu como o adorável ser que sou, dei meu jeito pra ela continuar por aqui.

— O que ?  — ele gargalhou.

— Sabe, os anjos são muito bons em cuidar de si mesmos, mas pecam quando acham que ninguém vai querer se misturar com uma raça tão sem sal como os humanos, por isso foi tão fácil sua mãe descer, mas foi mais ainda soltar uma simples informação do que ela estava fazendo, e logo tinha o anjo que tanto precisava na palma da minha mão, poderia ter sido mais fácil fazer o que tanto preciso, se os parasitas que ficaram aqui na terra fizessem o feitiço funcionar, mas não, fazer um mestiço tinha tantos pequenos detalhes no meio, o que foi uma merda até eu entender que luz e trevas tinham que andar em igualdade, mas tanto faz, o que importa e que finalmente tenho tudo que preciso bem aqui.

— Mas que merda e essa que você está falando? — Gritei na cara dele, mas ele sequer se abalou.
— Melody querida, não diga que não suspeitou até agora que fosse diferente, do quão poderosa poderia ser — ele parou como se tivesse pensando a respeito — mas também andando com uma espécie tão atrasada eu não duvidaria de mais nada.

Diferente, sim eu já tinha essa suspeita, talvez desde o princípio quando me sentia deslocada, embora pensasse que fosse por falta da minha mãe, mas desde o incidente com o livro de maldições tudo parecia grita “encontrei” não que eu tivesse parado para pensar a respeito, mas agora fazia tanto sentido eu me sentir mais leve, mais eu mesma.

— Faça me o favor de calar a boca — ralhei com ele, não precisava ouvir tanto insulto a minha família, pois apesar de tantos segredos, eles eram minhas família, não queria ouvir o contrário, não queria compreender que as imagens que via na minha memória fazia sentido, que as páginas que eu estava me lembrando do livro de maldições eram verdade, eu queria mesmo era um meio de sair daqui.

— Mas logo quando estávamos na parte boa, não vai querer ouvir como enganei sua mãe a ter um filho, foi tão fácil fazer essa ideia entrar na mente dela, e a bobinha nem sequer suspeitou, afinal era só juntar um mais um, os anjos já tinha conhecimento do que aconteceu anos atrás, somado ao fato de que anjos não podem ter filhos sem a interferência magica, daria fácil pra chegar a conclusão de que não se deve confiar em um bruxo, mas não ela queria por que queria ter uma família feliz, então eu fui lá e dei isso a ela, embora a filha não seja bem a filha do amado marido.

Merda, eu não queria ouvir aquilo, como fazia ele calar a boca ? Como eu faço para sair daqui?
Com mais raiva me contorço nas amarras, não queria deixar esse bruxo sair por cima, ainda mais depois de ouvir tudo isso.

No calor do momento quase não percebo quando a lembrança de outra página de livro passa por mim, não era daquele livro que Amitiel disse  que podia ser o livro dos mortos, era outro que peguei antes de ouvir aquela voz, ele era principalmente sobre amarras mágicas e como quebra-las, não tinha visto muito, mas ser capaz de me lembrar depois de apenas uma olhada me surpreendeu, e ainda mais quando as amarras estalaram e desapareceram dos meus pulsos, não esperei um segundo mãos antes de me levantar e pular pra longe daquele altar.

O bruxo deve ter ficado surpreso, por que não me parou a princípio, e quando estou a uma distância segura, o olho com ódio nos olhos.

— Parece que não estava tão despreparada assim — ele sorri de forma maquiavélica.

— Pode parar com toda essa baboseira.

— Mas nem cheguei na parte mais interessante, que compartilhamos um lindo laço de sangue — eu continuo andando para trás, até que bato as costas em algo imenso e feito de ferro, uma armadura talvez, mas não viro para trás para ter certeza — ou em como se adorável avô foi para o andar de cima só porque me atrapalhou a te encontrar.

— Não vai me convencer que quer ser uma família feliz assim — debochei dele enquanto tateei atrás de mim em busca de algo que ajude a me defender, e acabo encontrando um cabo, sem hesitar eu puxo, e acabou descobrindo um punhal com aproximadamente trinta centímetros todo preto e rapidamente o aponto para o bruxo.

— Não quero uma família feliz, quero vingança, a muito tempo atrás, um híbrido miserável tirou tudo que eu mais considerava de valor nessa minha existência, e se matou logo em seguida, fazendo sua essência ser a única coisa que abria a maldita porta, como não tinha outro igual eu mesmo criei minha mestiça, pra reabrir a porta e trazer todo caos que vai destruir esse mundo, e sim Melody e só para isso que você serve.

Antes que pudesse ataca-lo, sinto meu corpo ser preso por algo invisível, e levitei até estar em cima do altar.

— Parece que já está na hora do show, então chega de conversar — foi tudo que ele disse por fim, e quando sinto minha carne ser cortada, e o sangue começar a cair, então grito de dor, merda, por que tudo tinha que ser tão complicado.





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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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