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Iol, Numídia ~ 23/05/459 a.C.

Quinta-feira, 06:00

Após Cipião Africano semear seus soldados com os ingredientes dados à ele por Sejano na bolsa de Cadmo, o romano organizaria a invasão à cidade de Iol, um povoado pequeno com pouco mais de 20.000 habitantes, que era a maior cidade daquela região conhecida como "Protetorado Númida", um protetorado independente dos cartagineses que não havia aderido à união Helemênida.

O equipamento que os soldados responsáveis por proteger a cidade utilizavam não seguia um padrão, pois muitos destes eram mercenários de povos berberes nômades, sendo majoritariamente equipados com linotórax de baixa qualidade, escudos áspides de madeira com bordas de bronze e lanças que podiam variar entre pontas de ferro ou de bronze, usando como armas secundárias Kopis ou Xiphos simples.

A maioria das forças númidas eram compostas por escaramuçadores, que neste caso, diferente dos petistas gregos antigos, eram ainda menos equipados, se equiparando aos Psiloi, usando somente um escudo Pelta, javalinas ou arco e flecha curto e nenhum tipo de armadura ou arma secundária.

Em Iol, somado à estes soldados pouco equipados, haviam também poucas defesas, sendo, apenas, 7 torres de vigia, das quais 6 eram de madeira, espalhadas pela cidade para dar vantagem aos arqueiros em caso de invasão, mas que não serviriam para suportar ataques de armas de cerco, não havendo, sequer, uma muralha para complementá-las, pois julgavam que nunca seriam atacados.

Este seria um erro fatal, pois naquele dia os romanos, com uma Legião de Espartos, liderados por Cipião Africano, invadiria a cidade pelo sul, não dando chance aos berberes de conseguirem se proteger, não sofrendo baixas devido à extrema qualidade dos soldados.

Mas mesmo diante de tal situação, os soldados da cidade não se renderiam e tentariam atacar os legionários usando tudo de si, seja jogando javalinas, lanças ou que podiam contra os invasores, até atacando diretamente no corpo-a-corpo, mas lentamente, a qualidade dos equipamentos romanos e a habilidade dos Espartos pesaria a balança ao favor deles, até que levariam todos ao centro da cidade e os obrigariam a se render, conquistando assim a primeira cidade da Numídia, que era também a mais importante.

12:31

Pouco depois da derrota dos númidas perante Cipião, alguns de seus legionários trariam o chefe daquela cidade e governador da região para ele, que então faria sinal para colocarem-no em uma cadeira, servindo uma taça de vinho e depois retirando suas algemas, se sentando à sua frente e dizendo:

– Oh, vamos, não precisa me temer, eu não permitirei que eles façam mais nenhum mal a ti e aos teus homens, tem a minha palavra. – faria sinal para ele comer. – Posso ver que está faminto, vamos, alimente-se, senhor. – diria Cipião, enquanto um legionário retiraria a tampa das bandejas e revelaria vários alimentos exóticos retirados da cidade.

– Muito gentil de sua parte. – ironizava o político, tirando uma breve risada de Cipião.

– Diga-me, qual o seu nome, nobre senhor? Talvez seja proveitoso para nós nos conhecermos, não acha? – questionava Cipião, devolvendo o deboche, fazendo o homem engolir saliva e suspirar fundo.

ΠΕΠΡΩΜΕΝΟ (Destino), A Tumba de HeráclesOnde histórias criam vida. Descubra agora