- ( XVII ) -

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(...)

Ao derrotar Bia, Leandros decidiria ir em direção à próxima câmara, mas quando estava para chegar ao portão, ouviria um chiado estranho vindo de um escombro, do qual sairiam dois pequenos indivíduos segurando o corpo agonizante de Palemon, que diria:

– Você deve ser o Hécaphaesticos, certo? Não tenho muito mais tempo neste mundo, mas neste pouco tempo que me resta só tenho a te agradecer por derrotar os daemones... – olhava seus companheiros de baixa estatura, ofegante. – Os Cabiros, Atneus e Cedalion, irão segui-lo até o fim de seus dias... eles... também são daemones, mas benevolentes. – diria Palemon, enquanto Leandros encarava os dois últimos Cabiros, franzindo a testa.

– E no que esses dois iriam me servir? – perguntava Leandros, conforme o filho de Hefesto pegaria um broche de sua exomis e dava na mão de um dos Cabiros.

– Somos filhos do deus Hefesto... meus irmãos irão melhorar seus equipamentos como se deve, apenas precisa encontrar as Aglaiades e assim facilitará seu trabalho. – diria Palemon, enquanto Leandros suspirava fundo.

– Eu tenho elas, mas estão em Esparta, e não é o momento pra trazê-las. – diria Leandros, enquanto Palemon tossiria sangue.

– Então leve-os contigo, e eles guiarão você até o templo de Herácles para que consiga o Arco do herói. – arfava baixo de dor. – Vá, não deixe que o arco caia nas mãos daqueles descendentes de Enéias. – diria Palemon, falecendo nos braços dos cabiros, que o deixariam no chão pouco depois.

Após um breve instante de silêncio, o espartano daria as costas aos daemones menores, os quais rapidamente começariam a segui-lo, mas logo, quando este se aproximava do portão do elevador que levava ao próximo nível, este se incomodaria pela proximidade dos dois e prepararia para dar um soco neles, quando então Atneus diria:

– Espere, espere! Se pretende ir pelo elevador, vai demorar muito pra chegar... – recebia a atenção do espartano. – Existe uma passagem que só os cabiros conseguimos usar, chamada Janículo, veja. – diria Atneus, enquanto se aproximava do afresco pintado na parede que representava Perseu erguendo a cabeça de medusa, apertando a cabeça da górgona e fazendo um pequeno vão do tamanho de uma porta ao lado do portão emitir um brilho azul.

– E por que não entram vocês primeiro, cabiros? – perguntava Leandros, encarando ambos.

– Nós não estamos te enganando, aqueu. Se assim o fizéssemos, deixaríamos que seguisse por essa fenda e pulasse em queda livre pra uma morte certa. – diria Cedalion, quando então o espartano suspirava fundo.

– Essa queda não é nada pra mim, mas ainda não consigo confiar em daemones. – diria Leandros, conforme Atneus entrava no portal e pouco depois retornava.

– Senhor Hécaphaesticos, seus amigos estão em problemas! – diria Atneus, cruzando o portal junto de Cedalion pouco depois.

— ☆ —

Enquanto isso ocorria, Cástor, Artamenes, Laila, Andrômaca e Elektra enfrentariam vários mortos-vivos micênicos que tentavam avançar contra eles, mas sem dificuldades derrotariam todos, até que, em meio ao silêncio depois da última criatura morta, alguns passos seriam ouvidos logo atrás deles.

ΠΕΠΡΩΜΕΝΟ (Destino), A Tumba de HeráclesOnde histórias criam vida. Descubra agora