talassofobia

2.9K 324 39
                                    

Simone tebet

Soraya estava ocupada. Eu havia sugerido que ela entrasse em contato com o resto da família ou amigos se assim quisesse, ela por fim aceitou.

Eu estava sentada na varanda externa enquanto observava a bela vista do mar com ondas intensas que vinham até a areia e se desfaziam em seguida. O sol já começava a esquentar, eu podia sentir.

-- O que faz aqui sozinha? - Janja sentou me abraçando de lado.

Janja Tebet

--Pensando. - ela disse antes de deixar um beijo na minha testa e envolve-me em seus braços.

-- Sobre o que? - questionei paciente e ela respirou fundo.

--Percebi que estou num limbo entre a pessoa que nasci pra ser e quem realmente me tornei.

-- Gosto de quem você se tornou. - eu disse sincera e ela me encarou.

--Na semana passada matei 13 homens.  - eu a olhei surpresa, perplexa. - Um por um...

Entre abri os lábios enquanto tentava formar uma frase, mas era impossível.

-- Ok... esquece o que eu disse. - engoli em seco. - Você precisa de terapia, isso não é normal. - ela sorriu de canto. - O que eles fizeram?

--Um deles me olhou sério e disse: Um dia você encontrará um homem poderoso que te colocará na linha. - ela dizia com convicção e suavidade. - Eu apenas sussurrei a ele: meu bem, eu sou a mulher poderosa e... sou eu quem me coloco na linha. - ela suspirou pesado. - O fim você pode imaginar como quiser.

--Você realmente odeia homens..

Ela negou com a cabeça.

--Não odeio homens,eles são legais. - ela disse com um sorriso convincente. - Mas eles precisam entender que estão abaixo de mim. E não devo resposta aos seus achismos ou questões internas quanto a mim.

(...)

-- E isso te faz pensar que? - questionei após alguns minutos em silêncio.

--Que eu poderia ser alguém diferente. - ela me olhou tranquila. - Sem mortes, sem manipulações ou chantagens. Sem me preocupar com a polícia a todo segundo.

-- É...poderíamos. Mas o que nos resta é subornar a polícia e durante certos meses ser alguém socialmente aceitável na mídia em questão das empresas legais, por fim nos outros meses, sermos apenas criminosas com identidades ocultas.

A vida de Simone era como um filme, comparada a joia rara no meio das pessoas, sua visibilidade era enorme em alguns países. Principalmente na Inglaterra Andar por Londres era como ter o mundo nas mãos, aonde quer que ela fosse sempre havia uma área VIP, nunca pagava as bebidas e sempre tinha homens a segui-la para fazer proteção.

Simone tinha tudo. Mas ao mesmo tempo nada...

Quando estava em casa era apenas um alguém vazio, cheio de questionamentos. Uma mafiosa com crimes impecáveis e hábitos insaciáveis.

(...)

Simone tebet

Enquanto eu observava a vista com Janja, pude notar que Soraya chegava a areia com uma das gêmeas, no caso Madu.

--Você parece uma adolescente idiota. - comentou após alguns minutos e pude notar que eu já olhava demais.

Um sorriso involuntário escapou.

Soraya era linda fodidamente linda. Seu corpo extremamente torneado e esculpido era divino.

--Talvez... - concordei com ela.

O mordomo serviu a mim e Janja uma dose de whisky e por alguns minutos me perdi analisando a loira brincar na água com uma das gêmeas.

Pude ouvir a voz rouca e severa de Soraya soar próximo a mim.

--Olha só... - ela debochou alternando olhar em mim, Janja e as duas garotas na água.

Revirei os olhos e ela subiu no meu colo procurando uma posição confortável.

--Não quer ir pra água? - questionei e ela negou com a cabeça.

Mafê tinha talassofobia. Só entrava na água quando estava comigo e nunca podíamos ir longe ou profundo demais. Nem mesmo Janja ou Leila eram pessoas que ela confiava tal segurança contra este pavor. Bem, esse passeio era bem mais favorável a Madu do que a ela.

--Vou ver se a Leila precisa de algo. - minha irmã comentou após algum tempo, saindo em seguida.

Mafê que brincava com as joias em minha mão, e hora ou outra dedilhava minha tatuagem um pouco abaixo da costela, a contornando com seus delicados dedos.

--Você gosta dela? - ela se referiu assim que observou Soraya.

--Sim... - confessei.

-- Ela faz você sorrir sem esforço. - Mafê comentou com um tom doce, rouco. - Também gosto dela.

Acariciei seus cabelos e deixei um beijo demorado em sua cabeça.

-- Ela faz bem pra nós.

(...)

Mafê havia corrido pra dentro quando Janja mencionou algo atrativo na visão da pequena. Aproveitei o tempo, e por estar de biquíni apenas retirei a roupa superior e fui pra água. Notei que o olhar de Soraya era intenso sobre mim, tanto ela como a pequena em seus braços me encaravam com tranquilidade.

--Mamãe... - Madu chamou paciente.

--Oi meu bem.. - respondi atenciosa e ela deixou Soraya, vindo para o meu colo.

Suas mãos circularam meu pescoço e suas pernas se envolveram em minha cintura. Beijei seu rosto e ela deitou a cabeça em meu ombro. Soraya sorriu de canto com a atitude e a puxei um pouco mais pra perto com a mão livre. Sua mão segurou minha cintura de uma forma desajeitada por conta de Madu, e minha mão livre se apoiou em seu ombro a mantendo perto.

Soraya thronick

Senti seus lábios tocarem minha pele em um beijo demorado sobre minha bochecha.

Lá Márfia | SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora