Disfarce

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7 dias depois da prisão.   

Camila

Eu mantinha o disfarce exemplarmente. Simone era maluca, e ver que ela aceitava ser torturada apenas para que seu plano desse certo só me mostrava que sua melancolia estava além dos limites.    

Minha irmã era uma cadela, manipuladora e psicótica.    

Tirar Tommy da jogada foi algo complexo, de sua ideia, mas dificultoso. Ele claramente não aceitaria vê-la ser machucada e isso correria o risco de nos por em falha. Simone estava sobre posse de Juan, mas ele já confiava cegamente na agente que o acompanhava. Gleisi sabia ser persuasiva, mas um tanto quanto habilidosa.    

Quando ela disse que não tínhamos outra opção, não mentiu. Sua escolha era fugir e pôr as filhas, Soraya e sua família em risco, ou aceitar essa maluquice até que descobríssemos um nome certeiro e por fim o pudéssemos tirar do caminho. Eu tinha a obrigação de mantê-la viva, custe o que custasse. Ela tinha a obrigação de confiar em mim, por mais que nos odiássemos significativamente.    

Fairte

No dia em que brigamos na sala principal, fui praticamente expulsa e arrastada de casa. Mas algo me chamou atenção, um dos seguranças de Maria Fernanda falava ao telefone, o que não era permitido. Ele o jogou na lixeira, e disfarçadamente fingi não perceber.    

Por mais que Simone fosse uma maníaca, ainda era minha filha. E se alguém tinha o poder de lhe machucar, esse poder era completamente meu.    

Entrei em contato com alguns subornados no FBI, equipes táticas da polícia americana e até mesmo INTERPOL. Não encontrei nada e confesso que aquilo me desesperou. Algo me dizia que precisava descobrir, ou minha família seria arruinada outra vez.    

Notifiquei Simone por mais que ao atender o telefone o que se foi falado por ela era apenas xingamentos de baixo calão.    

Ela entrou em contato com seus infiltradas na CIA, e com alguns dias fazendo ilegalidades dentro da agência, descobrimos. Juan Pablo Matias,era o maldito nome do comandante da operação. Investigamos um pouco mais e descobrimos que a operação havia se apressado mais, estávamos ficando sem tempo.    

O que eles não sabiam era que Simone tinha uma irmã bastarda. Escolhi uma de suas "mulheres de diversão" digamos assim e bem, ela tinha uma mira perfeita, boa lábia e Camila seria um bom complemento. Tínhamos a dupla perfeita. Fabricamos tempo de trabalho falso e uma transferência arquitetada com assinatura de um contato dentro da CIA foi formulada. Logo teríamos quase tudo...    

Passamos semanas enlouquecedoras montando o plano perfeito e tentando descobrir o mandante. Camilla e Gleisi usaram identidades falsas e começaram um belo trabalho... participaram de alguns casos e com um tempo conseguiram ganhar confiança dos investigadores principais.    

Gleisi fugiu do personagem e dormiu com um deles, mas vamos fingir que isso não aconteceu.    

Ambas as meninas conseguiram entrar na operação sigilosa. Seja lá como fizeram isso, não me importa. Camila possuía um bom histórico de comunicação e no currículo era uma ótima investigadora. O que no caso nunca existiu, Camila era só uma outra melancólica que saiu do mesmo útero que os outros filhos. Mas eu admirava sua disposição, disciplina e manipulação. Gleisi era uma ótima mercenária, que por muitas noites foi o corpo de desejo de Simone.    

Foi tudo bem elaborado e em três meses já tínhamos tudo completamente arquitetado. Simone só precisava dar um jeito de afastar Tommy, tirar a maldita garota que estava apaixonada de perto para não colocá-la em risco como insistido por ela, e mandar as filhas pra longe.    

Lá Márfia | SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora