Esplosão

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Tommy:

-Ela sabe sobre isso? - questionei enquanto passava um gel sobre as marcas ainda vermelhas.

-lSim, ela sempre soube. - respondeu. - Quando contei ela não aceitou muito bem, mas conversamos e... é, ela entendeu. - ela informou.

A ajudei descer do balcão e ela me ajudou a guardar os medicamentos.

-Simone, não enche, por favor! - eu reclamei assim que ela se aproximou do elevador e apertou o botão para o andar de Janja.

-Não vou discutir, prometo. - ela sorriu fraco, de forma sincera.

Simone:

Me aproximei da porta do quarto da minha irmã mais nova, respirei fundo por alguns segundos e coloquei a mão na maçaneta. Abri a porta e encontrei Janja sentada na cama, escondendo o rosto entre as mãos. Sua postura estava mais que errada, devido a sua coluna curvada.

-Ei... - a chamei baixo.

-Sai daqui! - ela pediu em um tom devidamente alto e rude.

-Você sabe que não vou sair. - fechei a porta e caminhei até ela. - Está tudo bem, ok? - coloquei seus cabelos atrás da orelha.

-Por que não contou pra mim, por que não me deixou te ajudar em tudo isso? - ela ergueu o rosto me olhando pela primeira vez, agora mais calma.

-Se fosse você naquele bunker comigo, e eu implorasse pra fugir com todos aqueles homens e me deixar lá? - me mantive paciente.

-Eu não teria coragem.

-E se estivesse no lugar da mamãe, conseguiria me deixar ser torturada por dias, sem intervir pelo fato de isso ser parte do plano? - questionei outra vez.

- Eu buscaria você, na mesma hora! Sem piscar ou pensar! - ela respondeu rápido.

- Era o que eu imaginava, e é por isso que não fez parte de tudo. - a dei o motivo.

Janja levantou-se e me abraçou rapidamente, escondendo o rosto na curva do meu pescoço. Por mais que ela sentisse raiva, ainda seria a menininha qual eu precisava proteger. Ela ainda tinha aquele jeito protetor e inseguro.

- Não se culpa por isso, ok? - eu pedi, acariciando seus cabelos.

- Desculpa por ter te machucado. - ela sussurrou.

- Está tudo bem agora. - beijei sua testa, e a mantive por perto, em meus braços.

Narradora:

No outro dia, 20:45 da noite.

Akron era um cidade fria, até mais do que Soraya podia imaginar.

Nesse exato momento ela se encontrava seguindo o treinador de boxe, que voltava pra casa após seu último turno de treinamento na academia estadual. A loira estacionou do outro lado da rua e esperou que o profissional colocasse o carro na garagem e entrasse em casa.

Seus olhos castanhos estavam mais que focados e espertos agora. Seu sentimento protetivo aguçado e... sua mente a milhão. A loira olhava as ruas calmas e silenciosas em volta, enquanto colocava as luvas pretas e o silenciador na pistola recém comprada em uma gangue.

Vestida de preto, a pequena atravessou a rua em passos rápidos, designando-se até a porta onde deu duas batidas leves. Ela esperou por alguns minutos até que escutou passos e a porta foi aberta.

-Boa noite, em que posso ajudar? - o homem questionou confuso, devido ao horário. Ele aparentava estar cansado, e bem inseguro com a presença da loira que o encarava com seriedade.

-Você trabalha na academia de boxe da faculdade central da cidade, não é? - questionou com um sorriso fraco.

O homem assentiu mesmo que pensativo, olhou em volta e viu que não havia ninguém lá fora. Ao seu ver, Soraya não representava perigo... estava sozinha. Mas era bem inconveniente e persuasivo o horário qual ela desejou o procurar.

-Bem, são quase 21 horas da noite, eu sugiro que me procure pela manhã. Na faculdade. - ele tentou ser educado, em seguida fechando a porta.

Soraya sorriu de canto, impedindo que o mesmo o fizesse. Pondo a mão sobre a porta amadeirada escura, a loira a empurrou com força, fazendo com que o espaço se abrisse outra vez.

-Eu só quero fazer uma pergunta, prometo que vai ser rápido. - ela insistiu.

- Sendo assim... - ele cedeu.

-Eu queria falar sobre uma aluna qual você treinou a alguns anos. Mas juro que vai se recordar assim que eu disser o nome dela.. - ela expressou estar pensativa, como se tentasse recordar o nome. - Simone Tebet.

A loira não esperou que o homem abrisse a boca pra falar algo. Sua expressão assustada foi o suficiente pra que ela o empurrasse pra dentro, tendo espaço para acessar o hall de entrada. A loira trancou a porta ao mesmo tempo em que mantinha uma arma apontada para o treinador.

- Se recorda? - questionou enquanto o mandava caminhar até a sala.

- Não. - ele respondeu engolindo em seco, demonstrando rendição com as mãos erguidas.

Soraya sorriu de canto sem mostrar os dentes, suspirou pesado e o encarou por alguns segundos.

-Vai atirar em mim? - ele questionou baixo, assustado.

-Não... a bala ficaria alojada em seu corpo e os médicos legistas poderiam descobrir que não foi um acidente e eu não quero possivelmente passar a ser alvo da polícia por matar alguém tão desprezível.

- Então não vai me matar? - ele questionou rápido.

-Eu disse isso? Eu não me recordo de ter dito isso. - ela pareceu pensativa caminhando até ele em passos lentos.

-Eu me arrependo do que eu fiz, ok? - ele tentou se justificar de forma rápida. - Eu me arrependo. - repetiu.

-Sério? Eu não me importo. - ela disse de forma gélida.

-Ok. O que você quer? Quer dinheiro? eu tenho dinheiro guardado, posso dar a você. - ele tentou se livrar da situação.

-Não, eu não quero dinheiro. - ela sentou-se na poltrona enquanto o olhava pensativa. - Sabe o que eu quero?

-O que? - ele questionou rapidamente, com um olhar esperançoso.

-A paz emocional e mental da minha mulher outra vez. Que ela não se sinta culpada por tudo que você fez, e que ela não sinta medo  de estar sozinha outra vez. - a loira disse de forma convicta, em um tom regulado e disperso. - Mas... você não pode me dar isso.

-Podemos encontrar outra coisa, que você queira. O que acha? - ele sorriu nervoso sugerindo, abaixando as mãos e saindo da posição de rendição.

A loira olhou em volta, os quadros bem pintados... as fotos de família e um espelho. Caminhou até ele, deu uma coronhada enquanto olhava pro próprio reflexo.

- O que está fazendo? - ele questionou, e a mesma se manteve em silêncio enquanto se agachava pra pegar um pedaço do espelho.

-Vamos pro seu quarto. - ela mandou baixo, mantendo apontada a arma pro homem.

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A soso tá aprendendo...ksksks

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Lá Márfia | SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora